'Double Dare', tema de 'In the Flat Field', o disco de estreia lançado pelos Bauhaus já lá vão 38 anos (a banda deu o primeiro concerto há 40, daí a digressão-efeméride), abriu a noite revivalista. Animalidade, presença magnética em palco e aquele timbre diabólico que tão bem continuou a exercitar na sua carreira a solo ainda fazeem de Peter Murphy um ícone vanguarda/gótico, não importa que já tenha 61 anos. E também não importa que a acústica da sala não estivesse ao nível do encanto arquitetónico, meio neo-romântico meio Mad Max, da sala. 

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Calça justa, blusão escuro mas glitter, barbicha grisalha, eis Murphy para deleite da casa a abarrotar. A acompanhá-lo nesta revisitação integral do tal álbum debutante teve o baixista David J, co-fundador do coletivo britânico, o guitarrista Mark Thwaite (ex-The Mission e seu comparsa musical de longa data) e o baterista Marc Slutsky (um norte-americano de vasto CV).

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Do baú também foram recuperadas passagens como 'Burning From The Inside', 'Silent Hedges', 'Bela Lugosi's Dead', 'Adrenalin', 'Kick In The Eye', 'The Passion of Lovers', 'Dark Entries' e 'She in Parties', este com o inesperado convite para subir ao palco lançado a um músico do Gana, ativista, que os músicos haviam conhecido no avião para cá. No encore em vez de olhar para o umbigo, Peter Murphy & Friends preferiram tocar covers de outros artistas: Dead Can Dance ('Severance'), T. Rex ('Telegram Sam') e David Bowie ('Ziggy Stardust'). Das estrelas para as estrelas. 

(Fotos de Nuno Andrade)

 

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