“De uma vez por todas temos de começar a considerar a segurança rodoviária algo tão fundamental na nossa vida como a questão ambiental, por exemplo”, frisava esta manhã em Castelo Branco Capital Jovem da Segurança Rodoviária, a Diretora de Comunicação Institucional do ACP (Automóvel Club de Portugal). Aguardando a chegada de dezenas e dezenas de crianças do concelho que aderiram ao convite para participar no primeiro dos dois dias consecutivos da iniciativa ACP Kids, Rosário Lima explicou-nos que o público-alvo deste programa gratuito de educação rodoviária - crianças dos 3 aos 9 anos de idade – era de enorme importância, uns verdadeiros influencers como se está na moda dizer. “São comportamentos que se enraízam na infância e que podem depois ser transmitidos aos adultos mais próximos”, como quem avisa “oh, pai não passes o amarelo” ou “olha a velocidade, avô”.

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Mais do que ensinar regras do Código da Estrada, o ACP Kids (com ações nas escolas e nas estradas) pretende incutir regras de segurança rodoviária nos mais novos tornando-os ‘embaixadores’ das boas práticas junto dos pais e amigos. Como atravessar a rua, com passadeira ou entre dois carros e com pouca visibilidade, o que nos pode acontecer sempre que viajamos sem cinto de segurança, como respeitar os semáforos ou a necessidade de não correr na rua atrás de uma bola perdida são alguns dos ensinamentos transmitidos nesta ação com a ajuda das mascotes Júnior e Rodinhas. 

O programa ACP Kids, de caráter extracurricular, tem o apoio institucional do Ministério da Administração Interna e da Federação Internacional do Automóvel, da Direção-Geral de Educação, da Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares, do Plano Nacional de Leitura e da Rede de Bibliotecas Escolares. “Fazer cumprir a lei é importante mas também temos de ter consciência do nosso comportamento”, frisou ainda a porta-voz do ACP sobre os perigos que corremos, desnecessariamente ao volante, um mal que é quase uma “questão cultural” e que tem sido a batalha do ACP nos últimos anos.

 MG 6108Por isso mesmo, a tarde foi reservada para divulgar entre crianças, jovens e adultos a importância de usar capacete quando se anda de bicicleta (ainda que tal não seja obrigatório por lei), através de uma outra ação com o cunho do ACP. Na Praça do Município, transeuntes e ciclistas foram alertados para o tema e instigados a usar capacete enquanto testavam, alguns pela primeira vez, bicicletas elétricas.

Tal só foi possível com o contributo do projeto Moveletur de Turismo Sustentável em Espaços Naturais. Este projeto Interreg, liderado pela Fundación Patrimonio Natural de Castilla y León e com o apoio do IPCB (Instituto Politécnico de Castelo Branco), visa promover um modelo de utilização pública sustentável e limpo para os visitantes de áreas naturais transfronteiriças (Portugal/Espanha) e no âmbito do qual será desenvolvida uma rede de itinerários turísticos 'verdes' que liguem, utilizando veículos elétricos, os locais de valor natural e cultural destas áreas.

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“Por um lado, queremos sensibilizar a população para as questões da sustentabilidade, mas também nos propomos fazer a ligação com os agentes turísticos para que a sua oferta seja diferenciadora. Queremos unir as várias áreas naturais com uma mobilidade elétrica de autonomia alargada, através da instalação de postos de carregamento”, especifica ainda George Ramos que, com Paula Pereira, é o responsável do projeto.