Seja para comprar o nosso primeiro automóvel, a casa dos nossos sonhos ou fazer um curso numa nova área de formação, assinar um contrato de crédito é algo que a grande maioria de nós acaba por necessitar de fazer mais cedo ou mais tarde.

No entanto, chegando o momento de procurar por um empréstimo, rapidamente nos deparamos com vários nomes, taxas e nomenclaturas – como TAN, TAEG, Spread e Euribor – que nos podem deixar confusos sobre o seu significado e importância.

Que nomenclaturas são estas? Quais são as taxas de juro mais importantes? Como funcionam? Estes são alguns dos pontos que vamos passar a explicar.

 

Como funcionam as taxas de juro?

Quando contratamos um crédito com uma instituição financeira somos obrigados a pagar uma prestação mensal com juros até que a dívida fique saldada.

Ora, estas taxas de juro podem ser fixas - permite o cliente pagar a mesma prestação mensal durante toda a vigência do contrato. Nestes casos não temos de nos preocupar com o famoso Spread nem com oscilações da Euribor que tanto ouvimos falar na televisão.

 

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Os contratos com taxas fixas estão presentes em todos os tipos de crédito, no entanto, são mais comuns nos créditos pessoais, cartões de crédito e créditos automóveis.

Em alternativa, o crédito pode ter uma taxa variável – o que faz com que a prestação mensal possa oscilar ao longo do contrato. É nestes casos que temos de estar mais atentos ao Spread e à Euribor.

Então por que razão as pessoas muitas vezes pedem um crédito com taxa variável? Apesar da taxa fixa permitir ter um maior controlo sobre o crédito, verdade é que a taxa de juro é normalmente mais elevada, levando a créditos mais caros.

 


Mas afinal como se calcula os juros de um crédito?

Para se obter a taxa de juro de um empréstimo num crédito com taxa variável é preciso somar o Spread com o valor da Euribor:

Spread: margem de lucro das instituições financeiras num contrato de crédito. Este valor é livremente escolhido pela entidade e varia normalmente entre os 1% e os 2%;

Euribor: de uma forma muito simplista, é uma taxa que representa o preço das transações entre entidades bancárias na Zona Euro. É esta taxa que está em constantes alterações e que pode impactar negativa ou positivamente o custo do crédito.

Com a soma destas duas variáveis vamos conseguir ter acesso à denominada TAN (Taxa Anual Nominal).


 

E então o que é a TAEG (Taxa Anual Efetiva Global)?

TAEG é a soma da TAN e de todos os outros encargos que o cliente tem de pagar por um crédito, como comissões, possíveis seguros e Impostos de Selo. Este valor está sempre colocado em forma de percentagem e representa o custo anual do crédito.

Por isso, quando chegar o momento de contratar um empréstimo devemos olhar principalmente para TAEG e o custo total do crédito (MTIC).

Para compreender melhor estes conceitos, vamos a um exemplo prático de um crédito à habitação com taxa variável no valor de 223.500 euros.

 


 Montante do Empréstimo = 223.500,00 euros €
Prazo Pagamento = 35 anos
Spread = 2%
Euribor 6 Meses: 3,267%
Taxa Anual Efetiva (TAN) =  5,267%
Taxa Anual Efetiva Global (TAEG) = 6,1%
Mensalidade: 1229,85 €
Montante Total Imputado ao Consumidor (MTIC) = 534.553,65 €



Na prática, estes dados dizem-nos que, pelos 223 mil euros solicitados, teremos um Spread de 2% e uma Euribor de 3,257%. Somando, temos uma TAN de 5,267%.

No entanto, uma vez que a Euribor oscila todos os dias, ao fim de 6 meses a TAN será atualizada e com isso vai mudar o valor da mensalidade e do custo do crédito (MTIC).

 

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A TAEG, sendo 6,1%, significa que o crédito irá custar por ano 6,1% do valor financiado – neste caso dos 223.500,00 euros.

Num crédito com taxa fixa, não vamos ter que nos preocupar com a Euribor, nem com o Spread ao longo do contrato, por isso a análise acaba por ser muito mais simples.

Vamos dar um exemplo prático de alguém que procura um crédito online  de 20 mil euros:


 Montante do Empréstimo = 20.000,00 €
 Prazo Pagamento = 7 anos (84 meses)
 Taxa Anual Efetiva Global (TAEG) = 9,3%
 Montante Total Imputado ao Consumidor (MTIC) = 27.662,58 €


 

Na prática, estes dados dizem-nos que, pelos 20 mil euros, o consumidor tem de reembolsar anualmente 9,3% do montante solicitado somente em despesas. O que, na prática, irá fazer com que o custo total do crédito pessoal seja de mais de 27 mil euros.

Esta taxa não é igual entre todas as instituições e varia conforme o tipo de crédito ao consumo que contratamos (por exemplo, um crédito automóvel tem à partida uma TAEG mais baixa que um crédito pessoal para férias).

Em suma, no momento de pedir crédito, devemos lembrar-nos de usar a TAEG e o MTIC como ponto de partida na procura pelo contrato mais benéfico.

Para saber mais sobre Educação Financeira, visita o site do Portal do Crédito.