O Museu Nacional de Etnologia será, no dia 9 de outubro, palco de um colóquio internacional de homenagem a Cláudia Sousa – a docente do Departamento de Antropologia e investigadora do Centro em Rede de Investigação em Antropologia (CRIA) que faleceu no ano passado´, aos 39 anos.
Com o tema “Chimpanzés, Humanos e Natureza. O Legado de Cláudia Sousa”, o objetivo é partilhar e perpetuar a “herança” em antropologia biológica, especificamente em primatologia, em Portugal e a nível internacional, da docente.
Um percurso de sucesso
Cláudia Sousa especializou-se em Primatologia, tendo-se doutorado em Ciências Biológicas pela Universidade de Quioto. Ensinava, na FCSH/NOVA, desde 2001, dedicando-se a investigação na área do comportamento e capacidades cognitivas dos primatas, com especial interesse na sua conservação em habitat natural e interação com as populações humanas.
No âmbito dos trabalhos da sua tese de douturamento, a investigadora introduziu, numa comunidade de chimpanzés, um sistema de tokens – objetos com um valor simbólico que os primatas trocavam por fruta. Segundo as conclusões de Cláudia Santos, foi observável um comportamento único: economizar. Os primatas compreendiam e tinham noção do valor simbólico daqueles objetos.
Cláudia Santos venceu dois anos consecutivos (2014 e 2015), o Prémio Santander de Internacionalização da Produção Científica da FCSH/NOVA. No princípio deste ano, foi também criado o Fundo Memorial Cláudia Sousa para o Avanço da Primatologia em Portugal, ao abrigo do qual Raquel Costa, licenciada em Biologia pela Universidade do Porto e mestre em Biologia Humanas pela Universidade de Coimbra, foi selecionada para permanecer 3 meses no Research Institute e Wildlife Research Centre (WRC) da Universidade de Quioto, no Japão. A bolsa cobre despesas gerais, incluído viagem, alojamento e outros apoios financeiros.
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