“Vocês são fundamentais, ao fazerem a ponte entre a Ciência e a sociedade”. A frase de Paula Cristina Silva, do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto, foi dirigida aos profissionais dos Gabinetes de Comunicação e Imagem presentes no G-icom e abriu a sua comunicação intitulada “Comunicar ciência: como transformar o complexo em simples”. “Esta área tem vindo a evoluir. Inicialmente, era realizada por cientistas e investigadores e, hoje, já é visto como estratégico pelas instituições de ensino superior”, acrescentou a oradora, durante a sessão que encerrou a manhã de trabalhos.

 

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A Comunicação de Ciência, acrescentou, “ocupa um papel muito especial nas organizações”, desde logo, por ser uma forma de comunicar o resultado do investimento de fundos públicos. Desta forma, podemos aumentar a confiança e a credibilidade nos investigadores e nas instituições.

Promover o diálogo e o empoderamento, aumentar a atração de estudantes, o peso institucional e a capacidade de influência de políticas são algumas das mais-valias associadas na literatura científica a este tipo de comunicação. Contudo, existem recursos humanos e financeiros escassos para o desenvolvimento destas estratégias, revelou Paula Cristina Silva – metade das instituições de ensino superior investe menos de 1% do seu orçamento.

 


«Há muito pudor em comunicar ciência, que é uma atividade normalmente associada à produção de artigos e conferências»
Paula Cristina Silva


 

 

 

“Nada na Ciência tem valor na sociedade se não for comunicado”, foi a citação de Anne Roe, datada de 1945, destacada depois pela oradora. Informar, aproveitar recursos, criar confiança e desmistificar são objetivos cumpridos por este tipo de comunicação e que se alinham com a missão das instituições de ensino superior.

“Há muito pudor em comunicar ciência, que é uma atividade normalmente associada à produção de artigos e conferências”, sublinhou a especialista, antes de concluir: “Temos a obrigação de dar informação que permita aos cidadãos ter um contraponto face à desinformação”. A sessão envolveu depois a partilha de umas dicas práticas que podem facilitar este tipo de comunicação. 

O papel dos media tradicionais na comunicação das instituições de ensino superior estará em destaque no início da tarde de trabalhos do G-icom.