Rodrigo Andrade não percorreu muito quilómetros para chegar à IPStartupWeek. Natural de Setúbal, o estudante de 16 anos conheceu esta academia através de um amigo que já tinha participado. “Disse-me que era uma forma de conhecer pessoas novas”, conta Rodrigo. 

O estudante está ainda indeciso quanto à área de estudos vai prosseguir. Para esta semana, espera “experiências novas que permitam saber melhor o que fazer no futuro”. O tema do empreendedorismo interessa-lhe sobretudo “pela independência que lhe está associado, ao não depender de ninguém e poder construir as ideias livremente”. “Espero ficar a saber mais sobre esta área e descobrir o que é afinal ser empreendedor”, reforçou.

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Na receção aos participantes, essa ideia foi destacada pela vice-presidente do Politécnico de Setúbal, Angela Lemos. “O programa desta academia foi construído a pensar nos estudantes, tendo por base a temática do empreendedorismo”, sublinhou. Ao ter este foco, acrescentou, será ainda possível desenvolver competências como trabalho de equipa ou capacidade de liderança.

A vice-presidente agradeceu a todas as escolas do Politécnico de Setúbal por “tornarem esta semana possível”, não esquecendo as autarquias de Setúbal e do Barreiro. Ângela Lemos deixou ainda um conselho aos cinquenta participantes da IPStartupWeek: “aproveitem esta semana, percebendo que o Ensino Superior é o caminho a tomar”.

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Ainda durante a sessão de abertura, foi apresentado aos estudantes o desafio “MyStartUp Life”. O objetivo é que, durante os cinco dias, os participantes possam “criar uma memória audiovisual”, construíndo um vídeo que resuma a sua experiência. O docente da área dos audiovisuais, João Pires, sublinhou que, nesta tarefa, “não existem regras”: “Sejam o mais criativos que quiserem e conseguirem”.

Conhecer o campus
As pistas indicavam diferentes partes do campus e, em cada uma, um desafio esperava os participantes. Esta foi a mecânica escolhida pela Associação Acadécmia do Politécnico de Setúbal para dar a conhecer os diferentes espaços. Do ginásio às diferentes escolas superiores, sem esquecer a sede da AA/IPS, as quatro equipas cruzavam o campus, procurando o melhor resultado.

Todas as atividades propostas, explicou a presidente da Direção da AA/IPS, Inês Silva, estão relacionadas com o Politécnico de Setúbal, a sua oferta formativa e o seu dia-a-dia. “Esta é uma dinâmica mais interessante do que uma abordagem expositiva”, realçou, acrescentando que, simultaneamente, “é fomentado o espírito de equipa”.

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Criada em 2012, a Associação Académica do Politécnico de Setúbal agregou as associações de estudantes das diferentes escolas superiores. A decisão, garante Inês Ribeiro, trouxe mudanças: “hoje, resolvemos mais problemas dos estudantes, temos uma voz mais ativa e somos mais procurados”.

A associação académica representa os mais de 6000 estudantes do politécnico e essa é uma das razões apontadas pela presidente para o sucesso da medida. “Muitas vezes, os problemas de alguns estudantes são os problemas de todos”, concluiu.

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Na maré do moinho
Na margem do rio Sado, mora um edifício com mais de 400 anos. Construído em 1601, o Moinho de Maré da Mourisca foi recuperado em 1995 e conta hoje com um centro interpretativo sobre a arte da moagem. Foi este o local que os estudantes puderam visitar, com tempo para um passeio pelos trilhos que acompanham as margens do Estuário do Sado.

Conforme explicou o guia Nuno Raposeiro, este é um dos quatro moinhos de maré construído neste estuário. As construções foram implementadas neste local, acrescentou, de forma a aproveitar a força natural das águas “que permitiam quatro horas de moagem por dia”. Atualmente, o local é procurado para a atividade turística, nomeadamente para observação de aves.

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Essa foi mesmo uma das atividades que, durante a tarde de hoje, os participantes do IPStartupWeek puderam realizar, bem como aprender mais sobre o processo de moagem.

Quebrar o gelo
Um a um, os estudantes foram caminhando para o centro do círculo e apresentaram-se, partilhando os seus gostos e características. O momento integrou o quebra-gelo preparado pelos docentes do Curso de Animação Socio-Cultural da Escola Superior de Educação do IPS e, para o professor Filipe Fialho, pode fazer a diferença nos próximos dias de academia. “É importante garantir este espaço para exteriorizar o que somos e para nos aproximarmos, criando coletivos”, salientou.

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A criação de “um espaço de cumplicidade e partilha”, acrescentou o docente, foi conseguida com recurso à “comunicação interpessoal e à expressão artística”. De resto, salientou Filipe Fialho, estas competências de comunicação e capacidade de relação com os outros são cada vez mais importantes. “Não só do ponto de vista profissional, mas também quanto à natureza Humana”, concluiu.