Um dos temas em destaque, na medicina atual, é o funcionamento do sistema digestivo que opera implicações ao nível da saúde global do ser humano. E, ainda que haja uma perceção generalizada dessa realidade têm sido insuficientes atitudes científicas que divulguem conceitos sobre a existência de um "cérebro intestinal", ou sobre o papel da microbiota na saúde, bem como a importância da interação mente-corpo (brain-gut), informa o Politécnico de Castelo Branco.

O conceito da existência de uma interação clara com perturbações psicosociais e disfunções do sistema digestivo nasce em 1998, com a publicação – Second Brain – um livro da autoria do diretor do Departamento de Anatomia e Biologia Celular da Universidade de Colúmbia, Michael Gershon.
A partir daí nasce um novo conceito e uma ciência médica de abordagem biopsicosocial – Neurogastrenterologia.

Este ramo, baseia-se na ideia de que existe um Sistema Nervoso Entérico (SNE), que se constituí por um verdadeiro cérebro, ou "segundo cérebro", formado por mais de cem milhões de neurónios que se organizam numa dupla rede em toda a parede digestiva. Este cérebro encontra-se dentro do abdómen e representa um centro de produção e armazenamento de substâncias químicas hormonais e neurotransmissoras, essenciais à comunicação intercelular. Os neurónios do SNE e estas substâncias são semelhantes às do cérebro central – encéfalo.

Existem neurotransmissores comuns aos dois cérebros, como é o caso da acetilcolina, dopamina e serotonina, substâncias que regulam a energia e o bem-estar emocional e psicológico. No caso específico da serotonina está confirmado que a sua produção, armazenamento e secreção ocorre essencialmente no intestino (90%).

A conferência dedicada a esta temática conta com a intervenção de Irina Matveikova, especialista em Endocrinologia e Nutrição Clínica, membro da Sociedade Espanhola de Endocrinologia e Nutrição (SEEN) e da Sociedade Europeia de Neurogastrenterologia (ESNM).

Organizada no âmbito da iniciativa "Conferências do Politécnico", esta sessão realiza-se no Auditório Comenius dos Serviços Centrais e da Presidência do IPCB, sendo a participação gratuita e aberta à comunidade.

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