Foi o próprio alcaide do Castelo de Leiria que recebeu os participantes do Leiria-In. No topo do morro que olha a cidade, às portas do castelo, D. Lourenço Martins pediu os bilhetes, antes de lhe ser explicado este era “um grupo especial”, composto por 50 estudantes oriundos de vários pontos do país. 

A encenação foi protagonizada pelo ator David Teles Ferreira e pela coordenadora dos serviços do Castelo, Isabel Brás, que começou por lançar um desafio aos participantes: “Vamos entrar numa máquina do tempo e viajar 5000 anos”.

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David Teles Ferrreira e Isabel Brás

Foi por volta dessa época, explicou, que o morro do castelo começou a ser habitado, o que é prova da sua posição priveligiada. A ligação entre esta elevação e o rio Lis, destacou Isabel Brás, “é fundamental para compreender a evolução da cidade de Leiria”.

A visita incluiu depois a passagem pelos principais pontos do recinto do Castelo de Leiria. Construída em 1134, a sua estrutura sofreu transformações ao longo da História, nomeadamente a ampliação da torre de menagem (ordenada por D. Dinis) e a construção de um palácio (por iniciativa de D. João I).

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Se o reforço da torre de menagem se explica por este ser um ponto estratégico e “o úlitmo reduto” do castelo, a construção de uma área residencial tem contornos mais complexos. A galeria com vista para a cidade, por exemplo, não serviu apenas para contemplar a paisagem, mas também para que a cidade pudesse ver a construção. “Foi uma decisão estratégica de afirmação do poder”, explicou Isabel Brás.

A rota foi sendo marcada pela aparição de personagens da História de Portugal: a Rainha Santa Isabel e até mesmo D. Afonso Henriques surgiram à vez. A animação foi realizada pelo grupo de teatro “O Gato”, de Leiria.

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O ator Fernando José Rodrigues despiu por momentos a pele do primeiro rei de Portugal para explicar à FORUM que o grupo realiza este tipo de trabalho com frequência em museus ou feiras medievais. “É uma forma de surpreender e despertar curiosidade nos visitantes”. Para a atriz Joana Vieira – a Rainha Santa Isabel da tarde de hoje – esta e “uma forma de transmitir coisas importantes de forma divertida”.

História em movimento
Junto ao Castelo de Leiria, encontramos um museu dedicado à imagem em movimento: o m|i|mo. Nascido em 1996, o espaço foca-se na história do cinema e da fotografia, com duas exposições permanentes que os visitantes do Leiria-In puderam hoje visitar. “Contamos a história do cinema”, salientou a guia, Márcia Jesus.

A primeira das exposições acompanha a história do cinema, exibindo alguma da tecnologia antiga que permitiu o nascimento desta arte. Uma das curiosidades salientadas diz respeito ao nascimento do intervalo. “O intervalo não nasceu para as pipocas”, explicou a guia, detalhando: “era uma forma de arrefecer a máquina e de trocar a bobine, conseguindo fimes mais longos”.

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Antes da saída, tempo ainda para uma passagem pelo, nas palavras de Mónica Jesus, “ex-libris” do m|i|mo: a oficina dos olhos. Esta sala convida o visitante a interagir com vários objetos, de forma a compreender como se processam os fenómenos ópticos e de que “forma o nosso cérebro nos oferece a ilusão de movimento”. 

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Semana aberta
Esta é a quinta edição do Leiria-In – uma academia pela qual, ao longo dos últimos cinco anos, já passaram 250 estudantes do ensino secundário que são hoje “embaixadores da região de Leiria”, salientou o Presidente do Politécnico de Leiria, Rui Pedrosa. Apresentando o programa da academia (que inclui visitas a 21 empresas), Rui Pedrosa deixou ainda um desafio aos participantes: “desafiem, questionem, aproveitem esta oportunidade”

No mesmo sentido, o Presidente da Câmara Municipal de Leiria, Raúl Castro destacou a academia Leiria-In como “um momento chave que vai definir o vosso futuro, ajudando a realizar sonhos”. O autarca destacou a baixa taixa de desemprego do concelho (3,2%) como sinal do grande número de oportunidades na região.

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Representando a Câmara Municipal da Marinha Grande, Luís Barreiros destacou esta região como sendo casa para “empresas de excelência nas indústrias vidreiras e de moldes” que os participantes poderão conhecer. “Queremos que venham estudar e trabalhar para esta região”, sublinhou, garantindo: “estaremos de braços abertos para vos receber”.

A oportunidade de visitar grandes empresas foi também salientada pelo coordenador de departamento do NERLEI – Associação Empresarial da Região de Leiria. “O programa está desenhado para que conheçam o que de melhor há na região – empresas com níveis de exportação muito elevados e que necessitam, cada vez mais, de recursos”. Por essa razão, o Leiria-In é uma grande oportunidade para conhecer as profissões e saídas profissionais que estas empresas incluem. 

Já o Secretário-Geral da CEFAMOL – a Associação Nacional da Indústria de Moldes, Manuel Oliveira, destacou este setor como “tendo grandes raízes na região”, ainda que “olhe para o mercado externo”. A importância deste setor não é condizente com a exposição que tem junto da população. Por essa razão, esta academia é a oportunidade de “sair com uma imagem completamente diferente”.

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A fechar, o CEO da Forum Estudante, Rui Marques, salientou que, para os participantes de edições anteriores do Leiria-In, esta “academia tem sido extraordinária”. Durante estes cinco dias, realçou, os estudantes podem “conhecer uma das regiões do país com maior vitalidade” e que alia “beleza, história e modernidade”. O facto de contactarem com empresas portuguesas “capazes de competir com qualquer empresa do mundo” é também, para Rui Marques, um dado importante “para uma geração que está a construir um olhar sobre o país”. “Começa hoje uma grande oportunidade”, concluiu.