Como podemos adequar a comunicação aos jovens? Quais as características da mensagem? E que meios a utilizar? Estas foram algumas das questões debatidas durante o painel que fechou o primeiro dia de trabalho do Encontro Nacional de Gabinetes de Imagem e Comunicação.

O Comandante Executivo da Spark, Miguel Gonçalves, destacou a importância de “segmentar a mensagem”, tanto do ponto de vista do meio utilizado como do conteúdo. Para tal, destacou, “é necessário dar um passo atrás e pensar 'quem são os principais prescritores dos jovens?'. Parece-me que serão os pais, os professores e os seus pais”.

Nesse sentido, realçou, é necessário ter em conta os objetivos. Para a comunicação com jovens, Miguel Gonçalves salientou o exemplo do novo campus da Nova SBE, em Carcavelos, como aposta “no lifestyle” para tornar a comunicação mais interessante para o público-alvo. Já para a comunicação para os pais, o destaque deverá diferente, centrado “na empregabilidade e taxas de colocação [no mercado de trabalho]”.

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De igual forma, para o orador, o meio é também a mensagem. Nesse sentido, é importante que a comunicação com os mais jovens seja realizada por embaixadores da marca com uma idade próxima do público-alvo: embaixadores, mentores e até buddies foram alguns dos exemplos destacados. “Vocês [técnicos do gabinete] devem ir às escolas, mas para falar com os professores”, reforçou.

Outra das formas de comunicação pode passar por “eventos temáticos”, como semanas de atividades, não só para estudantes, mas também para encarregados de educação. O objetivo passa por “envolver os pais, ajudando a tomar decisões informadas sobre os filhos”. De igual forma, os professores devem ser tomados como um público-alvo, nomeadamente tendo em conta o seu papel enquanto influenciadores da decisão dos pais.

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Por outro lado, Miguel Gonçalves destacou ainda a importância da autenticidade. Num contexto marcado pela dispersão de informação, será a veracidade e a credibilidade que serão decisivas, acrescentou: "não há nada mais autêntico que ter um aluno a falar sobre a sua instituição. Mais do que o maior influencer do Mundo". 

A co-criação como oportunidade
Luís Schwab, partner da Inov2Winik, explicitou o conceito de co-criação e a sua relevância para o trabalho dos Gabinetes de Imagem e Comunicação. “Hoje, fala-se de co-criação porque a relação entre oferta e procura mudou”, começou por destacar, sublinhando que “a lógica é que, se envolver o cliente, vou conseguir condicionar a escolha dele”.

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Um exemplo co-criação claro, para Schwab, é o smartphone.A possibilidade de configuração e personalização do aparelho permite uma lógica diferente de relação com o cliente. O resultado final é a melhor adaptação da nossa oferta, num contexto em que “existem cada vez menos clientes”. No caso do Ensino Superior, a co-criação é mesmo “uma urgência”, no sentido de evidenciar a utilidade e, consequentemente, conquistar público para o Ensino Superior.

O objetivo é co-criar com os estudantes a própria “definição do que será a sua experiência formativa”. Este processo implica uma organização “aberta a incluir os estudantes em todos os processos: da secretaria às aulas, etc...”. Numa primeira fase, deve oferecer-se aos estudantes a oportunidade a participar ativamente na construção, retirando o aluno de um papel subjugado ou secundário.

Seguiu-se um exercício prático: cada participante foi desafiado a encontrar um local com potencial para a implementação de um processo de co-criação. Uma aplicação para gerir processos burocráticos, apresentações públicas de relatórios finais de curso ou um laboratório dedicado aos estágios curriculares foram algumas das sugestões partilhadas.

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