Na sua primeira edição, a Wave of Talent - uma iniciativa do Instituto Politécnico de Setúbal (IPS) com a Forum Estudante - gerou uma onda de talento, que surpreendeu participantes e professores. Durante cinco dias de atividades, 50 estudantes do ensino secundário e profissional do distrito de Setúbal viveram uma experiência inspiradora de desenvolvimento pessoal e académico, potenciando o talento, as competências individuais e o trabalho em equipa.
Digitaliza o Teu Talento
A sessão “Digitaliza o Teu Talento” deu início à atividade condutora, que nos guiou ao longe da semana e que culminou em vários dias de “Upload de Criatividade”. Os participantes foram desafiados e colocados ao serviço do sucesso coletivo, tendo em vista a construção de uma região sustentável e inclusiva.
Através de uma abordagem de Design Thinking - uma metodologia na qual os participantes são desafiados a ter ideias e encontrar soluções para problemas reais e concretos -, abriram-se os horizontes para um futuro de possibilidades infinitas onde, para cada ambição individual há um caminho de competências e conhecimentos que favorece a inclusão, ajuda a vencer no mercado de trabalho e contribui para o progresso social, económico e cultural da comunidade.
Tudo começou na tarde de segunda-feira, com uma sessão de Design Thinking e Cocriação, que envolveu a ideação. Aí, os participantes começaram do zero, a ter e escolher as ideias que iam desenvolver ao longo da semana, para solucionarem uma problemática relacionada com Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Entre terça e quarta-feira, entraram numa fase de pré-prototipagem, desenvolveram uma persona, pensaram em mockups e desenharam mockups das apps. Nos últimos dois dias da semana de trabalhos, construíram os mockups digitais, onde, com ferramentas digitais, desenharam ecrãs de aplicações e ao mesmo tempo, prepararam a apresentação do pitch.
Rui Alves, o professor responsável por dinamizar a atividade, que acompanhou e orientou os estudantes durante estes cinco dias, explicou que adquiriram competências de trabalho em equipa e perceberam como se desenvolvem modelos de Cocriação e Design Thinking, com a parte da ideação e de transformar uma ideia em algo concreto e real num curto espaço de tempo.
“Os resultados foram excelentes. O resultado foi exatamente aquilo para que nós trabalhamos: que é eles perceberem que as coisas não são à base do Tik Tok, que é rápido, são coisas que levam tempo e ao final destes dias eu vi que eles estavam muito entusiasmados a criar algo. Essa foi a maior aprendizagem que eles tiveram, juntamente com trabalhar em equipa”, disse Rui Alves.
Ondas de lazer e descoberta
Não só de sessões de trabalho se construíram os dias. A WOT conduziu os participantes por diferentes experiências, que seguiam ou antecediam o upload de criatividade, dando um boost de energia e abrindo, ainda mais, os horizontes. A atividade “Navegar em Equipa” conquistou um lugar cativo no top de momentos da semana. Os participantes rumaram ao Parque Urbano do Albarquel para fazer kayak e desfrutar de uma das praias de Setúbal.
Também a “Noite da Biodiversidade” e a “Conexão Digital” criaram momentos especiais ao final dos dias, com exploração do campus e da sua fauna e flora e a visualização de curtas-metragens, respetivamente. Este foi o descompressor criativo ideal para o dia de apresentações.
Na onda da noite, a última deu um boost de alegria, reduzindo a energia, com várias horas de Sunset Party no campus do IPS.
Horizonte Infinito
“Uma semana cheia de atividades em que conseguimos passar os conceitos relacionados com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, com as competências transversais, as soft skills, e daí acredito que foi um sucesso”, disse Carlos Mata, vice-presidente do Politécnico de Setúbal. Acompanhando a equipa ao longo da semana, o professor teve a oportunidade de ver de perto a primeira edição da Wave of Talent e de notar a diferença de comportamentos com o passar dos dias: “foi muito engraçado ver que ao início não queram estar em sala de aula e depois queriam mais tempo para preparar a apresentação”.
“Eles perceberam que tinham um objetivo, trabalharam em equipa, foram resilientes, criativos e inovaram, apresentando algumas das ideias que, acredito eu, com mais algum trabalho, tinham capacidade de ter impacto na nossa sociedade e estão de parabéns exatamente por isso. Conseguiram interiorizar aquilo que foi a mensagem inicial, qual era o desafio, como podiam dar resposta a um ODS e ser úteis para a sociedade. Levam daqui uma experiência”, assim destacou Carlos Mata.
E é precisamente a experiência que fica. Maria Costa tem 16 anos e vive em Setúbal, contou que foi sem expetativas e gostou bastante. “Levo daqui memórias, aprendizagens, experiências e amigos. Estas coisas ajudam sempre a nível social, a fazer amigos mais rapidamente, e a atividade pôs-nos a pensar”, disse a participante.
Margarida Mata, também de 16 anos, foi outra das estudantes participantes, que destaca a amizade como um dos pontos altos destes dias. “Vim sozinha e por isso estava com algum receio, mas correu bem, fiz amigos novos. Deu para conhecer sítios novos, pessoas novas, de sítios diferentes”, referiu.
Para Eduard Milanov fica a vontade de reviver esta semana: “A WOT foi brutal, uma experiência incrível, única, e que adorava voltar a repetir”. “Aprendi muito sobre não desistir, mesmo quando as coisas ficam difíceis e não vão de acordo com o nosso planeamento. Eu acho que o Upload de Criatividade deu para ter uma noção melhor sobre os diferentes pontos de vista de cada pessoa, alguns que eu não estava à espera de ouvir e outros que não estava à espera de concordar”, concluiu, mostrando a importância do trabalho em equipa e das atividades ali desenvolvidas.
Para a WOT, fica um até já!