Alcobaça
foi o destino do terceiro dia da Academia Art&Cultura, procurando demonstrar que a cidade é muito mais do que apenas o Mosteiro que a caracteriza. Para acordar bem, por exemplo, o dia arrancou com uma caminhada pela Mata do Vimeiro, aquela que era a grande reserva florestal dos monges de Alcobaça.


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O percurso pedestre, devidamente assinalado, conduz os visitantes por entre a cobertura vegetal de características tipicamente mediterrânicas – sobretudo, espécies da família Quercus. Quem conduziu o passeio foi o animador cultural da Casa de Cultura de São Martinho, Cipriano Simão, aproveitando para mostrar ao grupo os antigos viveiros de sobreiros, que permitiram ao silvicultor Vieira da Natividade estudar esta espécie e experimentar diversos cruzamentos entre árvores, tendo em vista obter uma cortiça de melhor qualidade.


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A manhã prosseguiu com um empolgante Photo Challenge pelas ruas de Alcobaça, onde os 24 participantes puderam abrir as asas da sua criatividade, fotografando vários pontos de interesse da cidade, como as ruínas do Castelo de Alcobaça ou o Jardim do Amor. A criatividade foi particularmente pontuada, ou não fosse esta uma Academia de “Ligações Criativas”.



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Logo depois do almoço, quem marcou presença foi o poeta Luís Vaz de Camões, que pode apresentar o “seu” Percurso Camoniano – Pedro e Inês em Cerâmica de Alcobaça. O Percurso Camoniano inclui dez esculturas, peças elaboradas por empresas de cerâmica da região, acompanhadas das estâncias d’Os Lusíadas referentes ao episódio de Inês de Castro. O “poeta” aproveitou para sublinhar que a história do amor de D. Pedro I e D. Inês de Castro é “ilustrativo dos grandes amores dos Portugueses” no famoso poema.



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A visita ao Real Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça não podia faltar, claro está, uma vez que é o principal e mais emblemático monumento da cidade, reconhecido pela UNESCO como Património da Humanidade desde 1989. Cipriano Simão ajudou a traçar toda a história do Mosteiro, desde a doação de D. Afonso de Henriques a S. Bernardo de Claraval e aos monges da Ordem de Cister até aos vários momentos de restauro no século XX, passando inclusivamente pela extinção das ordens religiosas em 1834.

A visita passou pelos principais espaços do Mosteiro, como o Claustro da Hospedaria, a Sala do Capítulo ou a Cozinha (com a sua imponente chaminé e a água corrente, desviada pelos monges do Rio Alcôa), até terminar na Igreja, com os monumentais túmulos de D. Pedro I e de D. Inês de Castro. Foi inclusivamente avançada a ideia de que o famoso beija-mão à “rainha” já morta poderá ter sido com a tampa esculpida do túmulo, uma ideia menos macabra do que a alternativa…



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De seguida, o grupo dirigiu-se ao Mosteiro de Coz, convento feminino dependente do de Alcobaça, inicialmente fundado por um conjunto de viúvas piedosas que lavavam os hábitos dos monges na Ribeira de Coz. A atual igreja, edificada no século XVII, atesta várias particularidades da arquitetura cisterciense.



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Defronte do Mosteiro de Coz, na antiga “Adega das Monjas”, o projeto Coz’Art apresentou o seu trabalho de produção da cestaria tradicional de Coz e deu a vários dos participantes a oportunidade de verem e experimentarem o tear dos cestos em operação. Este projeto, nas palavras do responsável Eurico Leonardo, serve também para “ajudar na sustentabilidade do Centro de bem-estar social de Coz”.

O Centro de bem-estar social de Coz foi, inclusivamente, a última paragem do dia, antes do recolher às residências em Leiria. Aí, foi servido um lanche-jantar para fortalecer todo o grupo, gentilmente oferecido pela Câmara Municipal de Alcobaça e pelo Politécnico de Leiria.



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Rumando um pouco mais a Norte, o dia de amanhã será passado no município da Batalha, onde se esperam encontrar mais "vitórias".