A meio da semana na Art&Cultura, o destino foi a Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha (ESAD.CR). Aqui, a manhã foi preenchida com três workshops, que procuraram explorar o mundo das artes, nas suas diferentes valências ou técnicas, desde a cerâmica até à serigrafia, passando pela risografia.
Começando por uma das oficinas da ESAD.CR, os alunos foram recebidos pela professora Rita Frutuoso. “Hoje vamos fazer um workshop de cerâmica sobre a técnica do mosaico”, começou por explicar a professora.
Tendo como nome “Ora bolas”, este workshop procurou desafiar os participantes a criar uma composição com azulejo a partir da figura de uma circunferência. “Gostava que a partir do papel que têm à vossa frente pensassem o que podiam fazer a partir de uma circunferência”, indicou Rita Frutuoso.
Após cerca de trinta minutos, os alunos começaram a partir os seus respetivos azulejos para, mais tarde, colarem cada pedaço de acordo com os seus desenhos iniciais e com a ajuda de cimento.
Já numa outra sala desta escola, o workshop centrou-se na técnica da risografia. Sob a orientação do professor Ricardo Jesus, os alunos deram asas à sua criatividade, construindo “desenhos para produzirem pins personalizados”, revelou o professor. De igual forma, ainda nesta sessão e divididos em grupos de dois, os participantes produziram alguns cartazes. Estes trabalhos foram, posteriormente, impressos segundo a técnica de impressão da risografia a duas cores.
Por último, na oficina gravura da ESAD.CR, a professora Vera Gonçalves tentou aproximar estes alunos do mundo das artes e da cultura. Tendo como propósito experimentar a técnica da serigrafia, este último workshop funcionou como “o grito da arte e da cultura”, destacou a professora. “Através desta atividade, pretendo mostrar as paisagens do oeste e a técnica da serigrafia”, resumiu Vera Gonçalves.
Utilizando folhas em branco, os participantes foram criando diferentes figuras a ilustrações com uma paleta de cores variada e com o auxílio de imagens já produzidas. Além disso, entre os conceitos abordados nesta sala, destaca-se igualmente a técnica do pop art que, de acordo com a professora responsável, “é o movimento artístico mais indicado para chamar a atenção desta geração para a arte e a cultura”.
Tratando-se da primeira vez que contactou com a técnica da serigrafia, uma das participantes, Ana Baía, aproveitou para incentivar todas as pessoas a experimentarem alguma vertente da arte. “Muitas vezes somos muito autocríticos, não nos apercebendo das nossas capacidades”, destacou a aluna.
Finalizado o período da manhã, os participantes dirigiram-se ao Centro das Artes nas Caldas da Rainha, onde, no espaço dos fornos comunitários, foram recebidos para um almoço diferente. A equipa de chefes da Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste ficou responsável pela apresentação de uma refeição recheada aos alunos da Art&Cultura 2024, momento que contou também com a presença do diretor desta escola, Daniel Pinto.
Conhecer a cultura das Caldas da Rainha
Após uma manhã dedicada às artes, avizinhava-se uma tarde focada na área da cultura. Dentro do Centro das Artes das Caldas da Rainha, foram conduzidas duas visitas guiadas a dois dos cinco museus aqui presentes, o Atelier-Museu António Duarte e o Museu Leopoldo de Almeida, inagurados em 1985 e 2017, respetivamente. Dois membros da equipa deste Centro de Artes, Elisabete Cardoso e Luís Torres, orientaram os diferentes grupos ao longo das visitas.
“O Centro de Artes engloba o núcleo mais importante de esculturas do século XX”, começou por destacar Elisabete Cardoso. Sobre o Museu Leopoldo de Almeida, em particular, Elisabete Cardoso não deixou de referir que este museu “mostra apenas uma parte da obra do escultor”, acrescentando que “é através deste espaço que as pessoas querem conhecer e pesquisar mais sobre Leopoldo de Almeida”.
Já no Museu António Duarte, os alunos observaram algumas das obras daquele que “é o poeta da pedra, o poeta escultor”, sublinhou Elisabete Cardoso.
Esta visita cultural surpreendeu alguns participantes desta academia que percorriam os corredores dos museus com grande entusiasmo e curiosidade. Dentro do Museu António Duarte, um dos participantes, Miguel Carvalho, destacou a beleza do edifício, além “da variedade das exposições aqui presentes”. Tal ideia foi reforçada por Tomás Carvalho, outro participante desta academia. Para Tomás, “este museu é fascinante, apresentando desde pinturas até esculturas e serigrafia”, recordou o aluno.
Contudo, ainda havia muito para explorar na região das Caldas da Rainha ao longo da tarde deste dia. Ainda no Centro das Artes, os participantes receberam a visita da geóloga do Geoparque Oeste, Inês Marques, que começou por apresentar este Geoparque. “O Geoparque Oeste é constituído por seis municípios, Bombarral, Cadaval, Caldas da Rainha, Lourinhã, Peniche e Torres Vedras”, mencionou a geóloga.
Poucos minutos depois, sob a orientação de Inês Marques, o grupo de participantes iniciou uma pequena caminhada de exploração, desde a Mata da Rainha D. Leonor até ao Hospital Termal das Caldas da Rainha. Por um lado, na Mata da Rainha D. Leonor, o desafio proposto aos participantes foi simples, consistindo na identificação das diferentes espécies de plantas das Caldas da Rainha presentes neste espaço natural. Para tal, Inês Marques sugeriu aos alunos que utilizassem a aplicação digital iNaturalist.
Caminhando até ao último ponto, o Hospital Termal das Caldas da Rainha, os participantes tiveram a oportunidade de visitar a piscina da rainha D.Leonor, conhecendo também o propósito terapêutico deste espaço. “Esta água é ideal para tratar problemas respiratórios ou até reumatismos e doenças músculo-esqueléticas”, recordou a geóloga Inês Marques.
Uma verdadeira experiência de palco
Para terminar esta tarde do terceiro dia da Art&Cultura 2024, os participantes rumaram ao Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha (CCC). Aqui, foram recebidos pela coordenadora deste centro, Vanessa Gonçalves, pelo diretor geral, Mário Branquinho e, ainda, pelo coordenador do departamento técnico, José Ramalho.
“Este é um espaço cultural que tem programação própria”, começou por destacar o seu diretor geral, Mário Branquinho, mencionando ainda “a vertente de acolhimento de congressos e outros eventos culturais”.
Poucos minutos depois, os participantes ouviram o coordenador do departamento técnico do CCC, José Ramalho. “Este centro cultural foi inaugurado no dia 15 de maio de 2008”, recordou José Ramalho, não sem antes acrescentar que “a sua inauguração pretendeu precisamente assinalar o aniversário da cidade das Caldas da Rainha”.
Finalizada esta apresentação, a última paragem no CCC foi o auditório. Entrando neste espaço, o grupo de participantes conheceu, pela voz de José Ramalho, um pouco mais sobre os diferentes elementos e cenários presentes em palco, desde a chamada “boca de cena” até à plateia e camarotes.
Ainda assim, a visita não ficou por aqui. O momento que se seguiu foi uma verdadeira experiência de palco. Subindo ao palco, uma das participantes foi desafiada a cantar algumas canções junto do grupo, projetando a sua voz por todo o auditório do CCC.
Dando como concluída esta visita e assinalando a importância das artes e da cultura, José Ramalho deixou uma nota de incentivo aos participantes. “O conhecimento é a maior ferramenta que podem levar para o vosso futuro”, destacou o coordenador.