A temporada lírica e sinfónica 2022 do Coliseu Porto Ageas inaugura com "Mátria", na próxima sexta-feira, 4 de março, às 21h00. É a primeira ópera em Portugal baseada na obra de Miguel Torga, nomeadamente nos “Contos da Montanha” e nos “Novos Contos da Montanha”.

Esta obra em português, a primeira ópera criada em Trás-os-Montes, é uma história atual sobre “a sociedade que fomos e continuamos a ser, e onde os personagens se assemelham tantas vezes a cada um de nós”, refere o Coliseu, em comunicado. O libreto foi escrito por Eduarda Freitas e a história passa-se numa aldeia transmontana, onde um rapaz vive fascinado com as histórias de encantar, acreditando que há? um tesouro escondido na barriga do monte para onde leva as ovelhas. 

“Mátria” marca o regresso dos grandes corpos artísticos ao palco e ao fosso de orquestra, interditado em 2020 e 2021 devido às restrições impostas pela pandemia. Em palco vão estar dois coros (um coro comunitário, formado para a ópera, e Moços do Coro, num total de 21 elementos), cerca de 30 músicos da Orquestra Mátria, com direção do maestro Jan Wierzba, e sete solistas nacionais.

 

Fernando C. Lapa foi o compositor que aceitou o desafio de transformar em música um libreto cujas palavras foram todas “escritas” por um dos maiores escritores e poetas portugueses do século XX. Do livro “Contos da Montanha” foram usados os contos “A Maria Lionça”, “Um Filho”, “A Ladainha”, “O Vinho” e “A Vindima”. Do livro “Novos Contos da Montanha” estão representados “O Pastor Gabriel”. “O Caçador”, “O Sésamo”, “O Regresso”, “Destinos”, “A festa” e “O Senhor”. 

Quase tudo parece improvável neste projeto, estreado no final de 2021 em Vila Real. A começar pelos dez anos que demorou a chegar ao palco, e pelo facto de ser uma ópera onde os cenários são "vivos”. Para isso, “o encenador Ángel Fragua recorreu aos vários elementos dos dois Coros participantes, que assumem o papel de várias personagens como a montanha, o rebanho de ovelhas ou a vinha”, refere o comunicado. Para criar este “cenário vivo”, “os figurinos criados por Cláudia Ribeiro foram fundamentais, assim como o jogo de luzes, concebido por Pedro Pires Cabral”, finaliza. 

Ópera em dois atos, “Mátria” é uma ideia original e com produção da agência criativa Inquieta, recebeu o Alto Patrocínio da Presidência da República e apresenta-se agora ao público.

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