É já depois de amanhã que começa mais uma edição do Festival Política. No Cinema São Jorge, e com a Desinformação como tema central e a guerra na Europa como pano de fundo. No primeiro dia do festival, “Quo Vadis, Aida?”, de Jasmila Zbanic, é exibido na Sala Manoel de Oliveira do Cinema São Jorge.

Este ano, o principal festival do país dedicado à cidadania e aos direitos humanos, com entrada gratuita e tradução para Língua Gestual Portuguesa, questiona a forma como “a desinformação pode pôr em causa a crença dos cidadãos nas instituições, como promove os populismos e as discriminações, e como pode afastar os cidadãos da participação na vida pública”, explica o co-director artístico Rui Oliveira Marques.

Neste âmbito, a abertura do Política, na quinta-feira, dia 21, às 17h30, dá-se com o debate “A desinformação entre duas comunidades: pessoas com deficiência e pessoas Surdas. Que mitos sociais têm de ser desconstruídos?”, para se discutir a falta de equidade no acesso à educação, cultura e vida em sociedade. O primeiro dia do festival termina com a projeção da longa-metragem de Jasmila Zbanic, “Quo Vadis, Aida?”, nomeada para o Óscar de Melhor Filme Internacional em 2021. Antes da sessão, na sala nobre do Cinema São Jorge, é feita a evocação do vencedor do Prémio Sakharov 2021: o ativista russo e principal opositor de Vladimir Putin, Alexei Navalny.


No cinema destacam-se os documentários “My heart is there, my body is here”, de Pedro Cruz e João Doce, sobre a realidade dos refugiados em Portugal, e “A nossa bandeira jamais será vermelha”, de Pablo López Guelli, que aborda o papel dos jornalistas independentes na luta contra o embargo informativo imposto pelas famílias que dominam o sistema de informação no Brasil.

Ainda no grande ecrã, os filmes portugueses, “Bustagate”, de Welket Bungué, e “Alcindo”, de Miguel Dores, abordam dois casos trágicos e verídicos em que imperam o racismo, a violência e a desigualdade social em Portugal. A não perder também a estreia o novo documentário de Tiago Pereira, “A música invisível”, que explora a riqueza e a influência da música cigana, numa viagem de norte a sul do país, acompanhada de um concerto do grupo Família Gitana. 

O Festival Política encerra com “Negras” - uma conversa do coletivo Mulheres Negras Escurecidas, que vai refletir sobre a perceção das mulheres negras na sociedade, e uma apresentação da música da artista luso-santomense Sílvia Barros, com a curadoria da revista online Bantumen.


Os eventos do festival são de acesso gratuito e têm um compromisso com a inclusão


Durante os 4 dias do Política, nos foyers do Cinema São Jorge, marcam presença as exposições “Quel Pedra”, da fotógrafa Pauliana Valente Pimentel, e “Reconstituição Portuguesa”, uma amostra ampliada do livro com o mesmo nome que simboliza um exercício de liberdade poética no ano em que se celebram 48 anos sobre o 25 de Abril.

Os eventos do festival são de acesso gratuito e têm um compromisso com a inclusão - todas as sessões de cinema têm legendagem em português (incluindo os de língua portuguesa) e todas as atividades são acompanhadas por tradução em Língua Gestual Portuguesa

Os bilhetes para cada dia são levantados apenas no próprio dia, na bilheteira do Cinema São Jorge, quinta e sexta-feira, das 13h até ao início da última sessão, e sábado e domingo, das 10h até ao início da última sessão.

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