Em Washington, Harvey conhece Paunie, uma adolescente maria-rapaz que impõe respeito nas ruas. E no Kosovo, conversa com uma idosa que guarda as chaves das casas das pessoas que fugiram da cidade durante a guerra no final dos anos 90.

Estas são apenas algumas das figuras/encontros/dramas marcantes do documentário A Dog Called Money, que relata a viagem realizada pela artista britânica quando andava em busca de inspiração para The Hope Six Demolition Project, o seu 9º álbum de estúdio lançado em 2016.

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A Dog Called Money passeia-se por paisagens do Afeganistão e do Kosovo, e também pelos subúrbios humildes da cidade de Washington, a capital dos EUA.

 


 

 

Sob realização de Seamus Murphy, um fotojornalista amigo da cantora, este filme passeia-se por paisagens do Afeganistão e do Kosovo, e também pelos subúrbios humildes da cidade de Washington, a capital dos EUA.

O objetivo foi o de conversar com pessoas locais e deixar que as suas histórias inspirassem as letras das suas canções. Sim, a pobreza serve de cenário a esta viagem na qual, que se desiludam os fãs mais curiosos, não há qualquer intromissão na vida íntima de PJ Harvey.

 

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No entanto, o filme dá-nos a oportunidade de vasculhar o processo de criação e os bastidores da gravação do disco na Somerset House, em Londres. Neste ponto trata-se de uma experiência de 5 semanas sem precedentes que decorreu numa sala observada por um vidro, ao jeito de uma sala de interrogatórios numa série policial. 

 

Compaixão e curiosidade

Este documentário que agora chega às salas de cinema nacionais, mas já estreou em Portugal em novembro, no âmbito da mais recente edição do LEFFEST – Lisbon & Sintra Film Festival. Nessa altura, foram realizadas 2 sessões, no Centro Cultural Olga Cadaval e no Espaço Nimas, ambas com a presença do realizador irlandês, por sinal também diretor de fotografia e argumentista.

“Murphy filma com compaixão e curiosidade jornalística”, elogia o The Guardian sobre este trabalho no qual Polly Jean (é esse o nome que as iniciais PJ escondem) anda muitas vezes acompanhada por um bloco de notas. Não foi, portanto, à toa que a fita se sagrou vencedora da Secção Panorama, no Festival de Berlim de 2019.