O kayaksurf é uma modalidade que teve origem na Austrália, quando os nadadores salvadores se deslocavam em caiaques. A pouco a pouco, e por culpa de este ser o único transporte que os mesmos tinham, os nadadores-salvadores investiram nas suas embarcações procurando sempre levar a emoção deste transporte ao máximo.
Com o tempo surgiram diversas evoluções técnicas que mais tarde derivaram nos mais variados modelos, desde os sit-in (caiaques fechados), passando pelos wave-skis (modelos aproximados do surf), até aos sit-on-top, os modelos de caiaque que são abertos. Em Portugal esta modalidade é representada pela Federação Portuguesa de Canoagem (FPC), sendo que não são conhecidas associações que tenham sido criadas de raiz em exclusivo para esta modalidade. Para Mário Manuel dos Santos, representante da Federação Portuguesa de Remo, "o kayaksurf neste momento é uma modalidade em franca expansão em Portugal, uma vez que a nossa posição geográfica proporciona a prática desta modalidade".
Em algumas praias do nosso espetacular litoral oeste, os kayaksurfers são já uma presença habitual nas ondas, a par de todos os amantes do mar. O conhecido spot da Praia do Cabedelo, na Figueira da Foz, é um grande exemplo, de lugares que têm vindo a ser invadidos pelos kayaksurfers.
O kayaksurf é praticado nos modelos de caiaque mais comuns, os sit-in (fechados) que agora são cada vez mais redesenhados para surfar - Surfkayaks, evoluindo de dia para dia no tamanho e eficácia de "ataque" às ondas. As grandes vantagens deste modelo em relação aos restantes prendem-se na extrema flexibilidade para a prática de diversas manobras que esta modalidade possibilita fazer. Nos sit-in, o canoísta vai "fechado" pela cintura graças ao uso do designado "saiote" que o prende ao caiaque. Equipados ou não com finos (lemes), os Surfkayaks são a melhor opção para quem quer surfar com elegância, rapidez e fluidez.
A primeira competição
A primeira prova no País data de 2000 e, em 2005, deu o mote para a criação de um circuito nacional. Em 2006, realizou-se a primeira prova organizada em Portugal pela FPC, nomeadamente, a 1ª Taça de Portugal disputada em Peniche. Estas competições são organizadas pelas várias entidades que apoiam o kayaksurf, sendo que durante as mesmas a FPC sempre procura divulgar esta modalidade ao maior número de pessoas possível.
Material usado para a prática desta modalidade
Como qualquer modalidade radical existente, o kayaksurf exige da parte do praticante um bom investimento em termos de equipamento, uma vez que a segurança é a palavra de ordem.
Kayak - Este equipamento evolui de dia para dia no tamanho e eficácia de "ataque" às ondas. Podem conter finos (lemes) e cada vez mais se assemelham a pequenas pranchas de surf na qual o canoísta se senta. Como pontos fortes destes modelos, destacamos a extrema flexibilidade para a prática de inúmeras manobras. Nos Sit-In, o canoísta vai "fechado" pela cintura graças ao uso do "saiote" que o prende ao caiaque. Desta forma, tornam-se facilitadas uma série de manobras - na qual se destaca a esquimotagem.
Remo - conhecido como pagaia tem a particularidade de ter uma haste mais curta que o normal e uma pá mais larga.
Capacete - este equipamento faz parte da indumentária obrigatória para a prática da canoagem, uma vez que a protecção da cabeça contra choques é tão básica quanto saber nadar.
Colete - a par do capacete este item ganha extrema importância no kayaksurf pois para além de proteger toda a zona do peito e costas, deve manter o corpo inconsciente em perfeita flutuação.
Saiote - esta é a peça que mais aterroriza os iniciados na modalidade. Os novos, já de neoprene, "colam" o canoísta ao caiaque de uma forma quase perfeita.
Fato - os fatos de neoprene são ideais para todas as condições atmosféricas, permitem-nos gozar o mar em qualquer altura do ano. A temperatura da água deixa de ser um problema e a protecção nas quedas também é importante. Ao adquirir um fato para a prática de kayaksurf. Os habituais modelos de surf não são os mais apropriados, pois dificultam o acto de pagaiar (remar) podendo até causar alguma dor devido ao roçar constante do braço contra a axila. Por esse motivo deve-se sempre procurar um fato que apresentem uma boa folga debaixo das axilas.
Manobras
Tubo - É uma manobra tipicamente do surf também possível com um kayak. O canoísta, vendo que a onda o permite, "deixa-se" apanhar pela onda que entretanto vai quebrando. A viagem no interior da onda só fica perfeita se o kayak sair da mesma sem ser apanhado pela sua rebentação.
Back Surf - É uma volta feita no fundo - ou bem abaixo da crista de uma onda - de forma a ganhar velocidade para subir de novo a parede da onda até à sua crista.
Top Turn - Estar atento e escolher a secção mais alta da onda de forma a "escalá-la" e, uma vez chegado ao seu topo, o kayak volta de novo para baixo. Quanto mais água levantar com a traseira, mas espectacular será esta manobra.
Floater - Em certas ocasiões, quando o kayak efectua o seu percurso na parede da onda, algumas secções desta mesma onda vão quebrando e deitando alguma espuma branca para a frente do kayak. Nesta situação, o canoísta pode aproveitar para dar uma volta no topo desta espuma branca parecendo quase flutuar. De seguida, desce de novo até à parte da onda que ainda não quebrou.
Se ficaste com o bichinho desta modalidade, não fiques à espera: visita o site kayaksurf.net, onde vais ficar a par de todas as notícias e história sobre este desporto, aproveita e dá também um salto na página de Facebook Kayaksurf Portugal e entra neste grupo que está intimamente ligado à história do kayaksurf no nosso país.