No dia 14 de maio, o Instituto Politécnico de Setúbal (IPS) recebeu para a cerimónia final do concurso de ideias, IPS Junior Challenge 2014, trinta equipas de escolas secundárias e profissionais do país, cuja grande vencedora foi uma equipa da Escola Profissional de Educação para o Desenvolvimento de Almada com o projeto “KomiSabe”, que consiste na criação e comercialização de ouriços e pepinos do mar em sistema de aquacultura.

O 2º lugar foi alcançado pelo projeto “Selfirst”, que se trata de uma pulseira eletrónica que permite uma identificação mais eficaz da localização geográfica e dos sinais vitais das pessoas em operações de salvamento no mar, desenvolvida por outra equipa de alunos da Escola Profissional de Educação para o Desenvolvimento de Almada, sendo que o 3º lugar foi atribuído ao projeto “Lip Surf Shop”, uma marca solidária de produtos de surf, criada por uma das equipas participantes da Escola Profissional Profitecla Lisboa.

Os alunos apresentaram as suas ideias de negócios perante um painel de júris, composto pelo Prof. Doutor Pedro Dominguinhos, Presidente do IPS, pela Dr.ª Carla Martins, Responsável de Comunicação da CP-Comboios de Portugal, pelo Dr. Hermano Carreira, do Banco Santander Totta, pelo Dr. Gonçalo Gil, Diretor da revista Fórum Estudante, pela Dr.ª Celeste Paulino, Chefe da Divisão de Educação da Câmara Municipal de Setúbal, pelo Eng.º José Vale e pela Dr.ª Patrícia Oliveira em representação do IAPMEI (Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação), pelo Dr. Pedro Ferreira de Carvalho, Diretor de Lisboa e Vale do Tejo da ANJE (Associação Nacional de Jovens Empresários), pelo Eng.º Jorge Humberto, em representação da Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa e pelo Eng.º Hugo Silva, diplomado do IPS e fundador da empresa Plux.

Esta 3ª edição do concurso demonstrou “o espírito empreendedor dos estudantes do ensino profissional e secundário, evidenciando um conjunto de ideias relacionadas com a economia do mar, com fortes potencialidades de serem implementadas na região de Setúbal”, mencionou o Prof. Doutor Pedro Dominguinhos, Presidente do IPS. Na sua ótica, no decorrer de todo o processo “ficou patente o excelente trabalho que se realiza em muitas das nossas escolas, que potenciam o desenvolvimento das competências empreendedoras dos seus estudantes, preparando-os para os desafios que irão encontrar no ensino superior ou no mercado de trabalho.”

Na opinião da Dr.ª Carla Martins “para a CP é sempre muito bom associar-se a este tipo de iniciativas, o target jovem para nós é muito importante, é no fundo o nosso futuro”, considerando a atividade muito positiva e uma forma de atrair os jovens para a continuidade do seu percurso escolar e para contribuírem para “o desenvolvimento que o país necessita”.

O Dr. Hermano Carreira revelou que nesta edição do concurso “existiam projetos muito interessantes, dos seis que tive conhecimento e que foram ao fim, não foi fácil decidirmos”, referindo, ainda, que é importante dinamizar estas ações junto dos jovens para que “sejam empreendedores e de futuro tenham outra noção e outra perspetiva”.

Apoiar ações como o IPS Junior Challenge “faz todo o sentido”, sublinhou o Dr. Gonçalo Gil, uma vez que se trata de “uma mais-valia para os estudantes do ensino secundário poderem trabalhar estes projetos, apresentar estes projetos perante um júri, perante os colegas, […] dar a possibilidade aos alunos de poderem desenvolver as suas capacidades, trabalhar naquilo que eventualmente poderá ser um dia o futuro deles”.

Este tipo de iniciativas permite aos jovens refletirem “sobre o futuro, sobre a questão profissional, sobre a criação de empresas, o que é que isso implica”, sustentou a Dr.ª Celeste Paulino. Os projetos apresentados foram efetuados sob a temática do mar, que se aplica “perfeitamente na nossa região, porque estamos aqui à beira rio”, destacando que o projeto vencedor, sobre a comercialização de ouriços e pepinos do mar, pode consistir numa “ideia a agarrar por algum empreendedor, por algum empresário, algum investidor aqui na nossa região, isso seria ótimo, seria inovador […] promover o desenvolvimento da região”.

Por sua vez, para o Eng.º José Vale as expetativas em relação ao concurso “eram altas e foram perfeitamente correspondidas na medida em que a qualidade dos projetos estava muito capaz, estava acima da média do que se exige para esta faixa etária, nomeadamente para o ensino profissional”.

Participar no concurso como membro do júri foi para o Eng.º Jorge Humberto uma oportunidade “para perceber o esforço que se encontra por detrás de cada um dos projetos”, frisando que a iniciativa o surpreendeu pela positiva, pois as ideias de negócio encontravam-se fortemente relacionadas “com um aspeto muito fundamental que é o aspeto da solidariedade, o pensar em todos”.

Iniciativas como o IPS Junior Challenge revelam-se ferramentas imprescindíveis na área do empreendedorismo, pois “é importantíssimo fomentar o espírito empreendedor nos jovens […] e incutir alguma motivação neste tipo de iniciativas para que as pessoas arrisquem, apostem e invistam também num futuro melhor”, segundo o Dr. Pedro Ferreira de Carvalho.

O Eng.º Hugo Silva, antigo estudante do IPS e fundador da empresa PLUX, considerou que ações como o IPS Junior Challenge contribuem para “incentivar o empreendedorismo e o raciocínio com vista à geração de valor”, ressalvando ainda que é importante “instituir nos jovens este tipo de cultura, porque as pessoas têm de se lançar mais à aventura, procurar desafios, terem iniciativas empresariais, porque é assim que também se gera valor para o país no global”.

A equipa vencedora, composta pelos alunos Joel Jerónimo, João Oliveira, Daniela Lourenço e Miriam Vitoriano, alcançou o primeiro lugar com o projeto “KomiSabe”, o que segundo Joel Jerónimo, porta-voz da equipa, “sabe muito bem, nos dois últimos meses tivemos mesmo a viver o projeto” e para além da vitória “o mais positivo acaba por ser a participação”. Joel Jerónimo revelou, também, que a equipa estava bastante surpresa porque “não estava à espera de ganhar o primeiro prémio”, considerando a iniciativa uma ótima oportunidade para “adquirir experiência, conhecimento e participar em coisas novas e desafiantes”.

Para João Maxieira, membro da equipa que conquistou o 2º lugar com o projeto “Selfirst”, participar no IPS Junior Challenge tratou-se de um desafio “muito interessante e foi muito bom para nós como grupo aprendermos a trabalhar em conjunto, aprendermos a trabalhar como um só”.

Conseguir o 3º lugar na competição, foi “o reconhecimento do nosso trabalho, pois trabalhamos muito no projeto”, referiu Lira Costa, representante da equipa mentora do projeto “Lip Surf Shop”. A aluna considerou que “a ideia do IPS Junior Challenge está muito bem concebida, porque desperta a nossa capacidade de empreender, […] é muito importante que nós jovens comecemos a pensar em projetos aqui e a deixar um pouco a ideia de emigrar.”

O IPS Junior Challenge 2014 desafiou durante cerca de seis meses a capacidade criativa de centenas de jovens do país, cumprindo a sua missão de fomentar e despertar nos participantes o espírito e a cultura empreendedora, bem como as suas aptidões para identificar e analisar oportunidades de negócio. Para o ano o concurso regressa com mais novidades.