Para participar no Dia do Ensino Profissional, os 37 alunos da Escola Profissional Prática Universal de Bragança vieram de véspera. “Aproveitámos para dar a conhecer um pouco da capital”, explica o professor Pedro Fernandes. Durante o final da tarde de ontem, os alunos visitaram a Baixa de Lisboa e os Bairros de Alfama. “Foi um cheirinho dos Santos”, acrescenta o professor.
Para trás ficaram cerca de 500 quilómetros e seis horas de viagem até ao Complexo Desportivo do Jamor – local onde se realizaram as comemorações. Contudo, para Pedro Fernandes, a distância nunca seria um impedimento à participação desta escola de Bragança. “Já participámos no ano passado e queremos voltar a participar”, sublinha.
Estas certezas prendem-se com a importância deste evento na vida dos jovens estudantes. Num dia em que se celebra o Ensino Profissional, realça, os alunos “sentem-se valorizados e isso reflete-se na sua motivação”. “Aqui, é reforçada a ideia de que não estão numa opção de ensino de segunda escolha: estão numa primeira escolha para Portugal e para a União Europeia – os alunos sentem isso”.
Atuação de dança hip-hop protagonizada por um dos estudantes presentes no Jamor
Um dos 37 alunos é Diogo Borges, estudante do Curso Profissional de Técnico de Turismo desta escola. Para Diogo, esta é “uma experiência única”: “aqui encontramos mais alunos do Ensino Profissional e isso é bom para nos sentirmos motivados”. No seu dia-a-dia, garante, sente ainda “que existe uma imagem negativa” destas opções. E uma imagem errada, realça. “No Ensino Profissional, encontrei a motivação que não tinha encontrado até aí na Escola”.
Naquela que foi a segunda edição do Dia do Ensino Profissional, as celebrações começaram cedo, com os cerca de 3000 alunos a serem recebidos pelo Presidente do Conselho Diretivo da Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional, Gonçalo Xufre Silva. Para o presidente deste instituto público, a segunda edição desta iniciativa faz todo sentido, tendo em conta que este foi um projeto fundado “numa lógica de continuidade”.
3000 alunos dividiram-se em dezenas de atividades durante todo o dia
Durante todo o evento, cinco escolas profissionais prestaram apoio à organização e secretariado. De igual forma, o dia incluiu a apresentação de uma dança cuja coreografia e música original foram produzidas no âmbito das ação da ANQEP e do trabalho das escolas profissionais. Para Gonçalo Xufre Silva, este é um dado representativo das mais-valias das opções profissionalizantes. “O Ensino Profissional prepara os jovens para todas as atividades”, destaca, concluindo que, por essa razão, os seus alunos “têm a capacidade de participar” ativamente nestas comemorações.
Música e Coreografia apresentadas durante o Dia do Ensino Profissional
Tal como no ano passado, as celebrações do Dia do Ensino Profissional no Jamor contaram com a presença de 3000 alunos. Um número que entusiasma mas que não impede Gonçalo Xufre Silva de apontar nova meta: “queremos atingir os 5000 alunos, a curto-prazo”.
Junto ao palco, a animação foi constante
Do Rally ao Passaporte
O início das atividades do dia foi assinalado pela Vogal do Conselho Diretivo da ANQEP, Ana Cláudia Valente. Ao som de uma buzina, os milhares de jovens dividiram-se pelas várias atividades espalhadas pelo complexo desportivo do Jamor. Muitas delas, relacionadas com o desporto. Conforme recordou o presidente do Instituto Português do Desporto e Juventude, Augusto Baganha, o objetivo deste dia passou também por fazer com que os estudantes “façam desporto, se divirtam e voltem ao Jamor”.
Com uma oferta variada, houve desporto para todos os gostos
As atividades dividiram-se em dois grupos fundamentais. As que dizem respeito ao Passaporte do Ensino Profissional – onde os jovens circularam por atividades relacionadas com as diversas áreas do saber – e as incluídas no Rally das Qualificações, em que grupos de quatro elementos completaram várias etapas, competindo entre si.
A vitória acabaria por sorrir à equipa vinda da Escola Profissional e Tecnológica de Sicó – Pólo de Penela que recebeu o troféu das mãos do Secretário de Estado do Desporto. Uma das vencedoras, Veronique Pereira, destacou que o objetivo foi apenas lúdico: “viemos só para nos divertir”. Quanto ao dia, destaca, foi “muito divertido” sendo que a melhor parte consistiu nos momentos de animação no palco principal e na possibilidade de “conhecer alunos de outras escolas, fazendo amizades”.
Isto porque, durante toda a tarde, a animação foi muita junto ao palco. Momentos de dança e até improvisos foram alguns dos pontos altos. No geral, concorda Veronique, “fazer este tipo de eventos é uma forma de criar uma identidade”. “Isso pode dar um outro ar ao Ensino Profissional”, conclui.