O ingresso no ensino superior é um momento de grande entusiasmo para qualquer estudante, mas esta transição e as mudanças que ela precipita representam para ele uma potencial fonte de stress. Para muitos destes jovens, frequentar este tipo de ensino significa, pela primeira vez, sair de casa dos pais, gerir dinheiro, partilhar espaços, criar uma nova rede de amigos e enfrentar novos desafios curriculares, novos métodos de ensino, novas aprendizagens, exigindo do jovem um conjunto diverso de competências muitas vezes ainda em desenvolvimento. Competências essas, não só académicas, mas também competências individuais que lhes permitam ser mais resilientes, lidar melhor com a mudança e ter sucesso.

É neste contexto, e como facilitador de todo este processo que surge o Programa de Mentorado de Pares do Gabinete de Apoio ao Estudante (GAE) do Politécnico de Coimbra, como medida de apoio, não só à transição/integração, mas também à manutenção do estudante no Ensino Superior. Segundo Lucília Gonçalves, psicóloga dos Serviços de Apoio Social do Politécnico de Coimbra (SASIPC), este programa constitui um “sistema de interajuda em que os jovens que já estudam no IPC facilitam a entrada dos estudantes recém-chegados”.

O Programa de Mentorado tem assim como objetivos principais facilitar a adaptação/integração dos novos estudantes, nomeadamente os deslocados e estrageiros, promover o grau de motivação e detetar precocemente problemas e diminuir a sensação de anonimato.

SASIPC lançam Mentorado de Pares para apoiar aluno na integração no Ensino Superior 02 960

Este Programa privilegia três áreas de intervenção distintas: a social (acolher), a institucional (integrar) e a pessoal (acompanhar). Desta forma, o mentor acompanha o estudante durante todo o seu percurso académico, procurando dar respostas às necessidades resultantes da entrada no Ensino Superior, de modo a facilitar a sua adaptação académica, emocional e sociocultural, promovendo vivências académicas mais enriquecedoras e contribuindo assim para uma permanência mais saudável e duradoura na Instituição.

Os mentores deste Programa são recrutados em regime de voluntariado, essencialmente do 2º ou 3º ano do curso e que frequentem os mesmos cursos de licenciatura. No caso de estudantes estrangeiros, os mentores são preferencialmente jovens que já tenham sido estudantes deslocados no âmbito do Programa Sócrates/Erasmus. Os mentores são ainda acompanhados pelos Professores de Contacto, que os conhecem e que facilitam a ponte entre discentes e docentes.

De acordo com Lucília Gonçalves, a fase experimental do Programa inicia-se no segundo semestre deste ano letivo (trata-se de uma experiência piloto), envolvendo os estudantes apenas de uma licenciatura em cada UOE, e destinado essencialmente aos estudantes do primeiro ano. O Programa irá ser implementado pela primeira vez, de forma mais abrangente, no início do ano letivo 2020-2021.

Desta forma, e sendo um Programa a implementar em todas as unidades orgânicas, o Projeto de Mentorado de Pares apresenta-se assim, pelas suas características transversais, como “um motor dinamizador” de todos os Gabinetes de Apoio ao Estudante (GAE) existentes no IPC, afirma a responsável.