Com projetos em televisão e no digital, Angie Costa diz somar já vários sonhos e desafios concretizados, sendo o maior aquele que está a viver no momento: ser mãe. Depois do salto de Coimbra até Lisboa, a atriz e influencer conta como é feliz a fazer aquilo de que tanto gosta: «Se trabalharmos numa coisa de que gostamos, parece que não estamos a trabalhar».



Com quase 900 mil seguidores no Instagram, como separas a vida pessoal da profissional, no âmbito dos conteúdos que produzes?

Eu não gosto de postar muito, não gosto de expor tudo o que faço, para as pessoas não saberem demasiado. Acho que é isso que faz com que tenham mais interesse no que eu ando ou não ando a fazer. Também não gosto de partilhar demasiado porque sinto que a cada coisa que coloco estou sempre a influenciar alguém. É necessário fazer um exercício daquilo que metemos e não metemos [online]. Eu sei, felizmente, fazer esse controlo e seleção, de forma muito natural.

 

Chegaste a um momento em que sentiste que a tua vida pessoal estava a ser invadida pelos seguidores e pelas partilhas?

Isso acontece diariamente e muito mais quando dás a tua opinião, que pode ser ingénua, mas que acaba por influenciar imensa gente, imensas coisas. Acho que isso é mesmo o pior: dares a tua opinião e não seres 100% real em alguns casos, porque sabes que vão cair sempre em cima de ti ou que vais mudar a ideia de alguém.

 

 

 

 

És uma das maiores influenciadoras do país. Quem é que te influencia nas redes sociais?

Há um conjunto de várias coisas e de várias pessoas que me influenciam. Comecei a seguir uma influenciadora espanhola de que tenho gostado imenso – a Maria Pombo. Ela tem-me influenciado através dos conteúdos que faz e da forma como comunica. É uma pessoa que estou a gostar de seguir.

 

Qual foi o maior desafio que tiveste até agora?

O maior desafio é o que estou a passar agora: ter um filho. Acho que isso supera todos os desafios de sempre.

 

Ser mãe do Martim é…

Um orgulho. É um orgulhinho que eu sinto pelo Martim, tão pequenino e já tão encantador.

 

E como descreves estes mais de quatro meses com o Martim?

É um sonho. Estou a viver um sonho, aquilo que sempre quis. O Martim é um anjinho e tem-se comportado lindamente. Estou mesmo muito grata. O início não foi fácil e, ainda hoje, às vezes, não sabes o que fazer. No início, com os Baby Blues [conjunto de alterações do humor, que se relacionam com o reequilíbrio hormonal que ocorre após o parto] fui-me um bocado abaixo, porque a tua vida muda completamente e as primeiras semanas foram essa montanha-russa de emoções. Mas estou a viver um sonho, tem sido uma aventura e o Miguel tem sido o meu braço direito.

 


«Sempre adorei crianças e o conceito de família, e desde cedo que acho que esse é o meu propósito de vida»


 
Ser mãe é um sonho antigo para ti?

É. Desde pequenina, desde que me lembro de entender estas coisas, que tenho o sonho de ser mãe jovem. Ninguém na minha família foi mãe cedo, nem amigas minhas. Sempre adorei crianças e o conceito de família. Desde cedo que acho que esse é o meu propósito de vida.

 

Outro sonho antigo é o de ser atriz, certo?

É, desde que me lembro que andava sempre a cantar, a representar… Era um sonho que já andava aqui há muito tempo, e quando tive oportunidade…

 

E como foi o momento da estreia, na novela “Bem me Quer”?

Foi uma mistura de sentimentos. Quando vi na televisão, foi super awkward, porque pensava que estava a fazer tudo mal (risos). Mas foi um orgulho, e foi bom ver toda a minha família a ver-me na televisão. Eles gostam muito de novelas e, para eles, foi um orgulho ver a Angelita ali. Quando eu era criança, estava muito longe de acontecer, e agora olho para trás e realmente tudo é possível.

 

 

Fizeste muitas formações ao longo dos últimos anos?

Sim, já fiz vários cursos de teatro. A última formação que fiz foi antes de começar a novela, na ACT - Escola de Actores, que também me deu imensa força e coragem.

 

De que forma achas que é importante ter formação para conseguir chegar a um objetivo?

Penso que estarmos sempre a aprender é importante, vai-nos mantendo muito mais despertos. Quando é uma coisa de que gostamos, aprender não custa. Se trabalharmos numa coisa de que gostamos, parece que não estamos a trabalhar. Penso que é esse o mindset que as pessoas devem ter. Eu trabalho como influencer, como atriz, e parece que não estou a trabalhar. É mesmo um conselho: ama aquilo que fazes.

 

Participar em videoclipes foi um dos teus primeiros trabalhos enquanto atriz, nomeadamente numa das músicas do Paulo Sousa…

É verdade, e eu aceitei mesmo por isso. Como já estava nessas formações de teatro, a minha mãe até me disse que era uma maneira de meter à prova tudo aquilo que aprendia. Adorava o Paulo Sousa e quase todos os dias fingia ao espelho que estava num videoclipe. Quando me convidaram, pensei: bora lá aceitar. A partir daí, o Paulo falou comigo e ficámos amigos para sempre.

 

 

Como foi sair de Coimbra para vir para a capital e seguir os teus sonhos?

Eu já fazia muito a viagem Coimbra-Lisboa, porque tinha muitos trabalhinhos aqui. Não foi um impacto gigante. Em Coimbra, parece que toda a gente se conhece. Lisboa já é muito maior, vim para um mundo diferente. Eu já não me imagino [a viver] em Coimbra, porque aqui estão os sonhos, aqui está tudo a acontecer no que toca ao meu trabalho. Eu queria tanto tanto tanto vir para Lisboa, que vir para cá foi mesmo… (suspiro) Senti já posso fazer isto, já não tenho de fazer horas de viagem para um trabalho que tenha aqui. O maior problema foi mesmo deixar a minha Aidita [mãe].

 

Participaste no “Dança com as Estrelas”, que peso teve esse programa para ti?

Foi espetacular. Eu via sempre todas as galas e só pensava: “imagina eu ali”. E realmente eu ali estava passados uns tempos. Foi mesmo bonito. Mas é exigente, todos os dias vais treinar. Para apresentar uma coreografia impecável, por trás existe muito trabalho. Dançar faz bem à cabeça e ao corpo, eu saía do ensaio a sentir-me saudável. E é uma maneira de te expressares, de te sentires de todas as formas.

 

AngieCosta

 

O que sentes que te falta fazer?

Eu acho que vou experimentar tudo e mais alguma coisa (risos). Tudo o que tenha a ver com televisão e com artes eu adoro e parece que quero sempre experimentar algo novo. Gostava muito de experimentar fazer apresentação, por exemplo. É uma coisa que me vejo a fazer, acho que sou tão extrovertida que resultaria bem – gosto muito de falar, de falar com as pessoas, sinto que tenho muita ligação com o público. É uma coisa que me vejo a fazer e hei-de experimentar.

 

O que podemos esperar para os próximos tempos?

Há coisas planeadas, que não posso dizer, mas está na altura de começar novos projetos. Este ano, queria muito aproveitar com o Martim o primeiro ano dele e a televisão é uma coisa que exige muito. Mas, a nível digital, quiçá existam novos desafios e uma coisa gira no futuro. Agora vão esperar para ver o que é (risos).

 

 

Entrevista a Angie Costa