A Assembleia municipal de Lisboa, por recomendação do grupo municipal do Partido Socialista (PS), aprovou esta terça-feira a distribuição gratuita de produtos de higiene menstrual reutilizáveis nas escolas públicas do município, com os votos a favor do PS, BE, PCP, PEV, Livre e dos deputados independentes.

A proposta dos socialistas prevê que as mais de 100 escolas do município distribuam produtos reutilizáveis, em vez de descartáveis, como copos e pensos higiénicos, às jovens que estudam em Lisboa, para “promover a igualdade no acesso à saúde e a promoção de hábitos de consumo sustentáveis”, uma medida que a Escócia e a Nova Zelândia já implementaram recentemente a nível nacional.

De acordo com o deputado socialista que apresentou a proposta, Duarte Marçal, “esta moção garante um consumo mais ambientalmente sustentável e assegura a dignidade humana e o direito à saúde das jovens mulheres lisboetas”. O deputado refere ainda que condena o facto de a saúde menstrual ser ainda um assunto tabu na sociedade portuguesa.


Proposta destina-se a todas as jovens matriculadas nas escolas lisboetas


A proposta, que deverá ter um custo de 211 mil euros no primeiro ano, entre o 7º e o 12º ano, e nos restantes anos de 27 mil euros para as adolescentes do 7º ano, destina-se a todas as jovens matriculadas nas escolas lisboetas, quer tenham ou não carências económicas.

Para os deputados municipais que subscrevem a mesma, a medida traduz-se numa resposta “eficaz e de proximidade” e deve tomar lugar primeiramente na escola por esta ser “o pilar do desenvolvimento de todos os cidadãos”.

Os socialistas acreditam ainda que a recomendação terá adesão por parte da comunidade escolar, suportando-se de um estudo de 2020 sobre a gestão da higiene menstrual, que concluiu que 95% dos inquiridos apoiava a distribuição de produtos de higiene menstrual nas escolas. ?