“Camões – A Nossa Escola” é o nome da gala solidária que reuniu antigos e atuais alunos e professores da agora Escola Secundária de Camões.
A animação começou pelas 18h, com diferentes atuações na entrada do Coliseu, passando pelo átrio e pelo bar. Desde as acrobacias de palhaços que mostraram toda a sua coordenação e elasticidade, as vozes melódicas que ecoaram no ar, a combinação dos sons do violino, violoncelo, arpa e piano, passando pela simplicidade do blues, a classe do jazz e culminando num estilo mais “rockeiro”, o Coliseu dos Recreios vestia o espírito do antigo liceu.
O diretor da escola, João Jaime Pires, conta-nos que a luta pela recuperação da escola centenária já dura alguns anos, embora não tenha tido ainda os apoios necessários: “em 2009, nas comemorações do centenário da escola, o Presidente da República e a Ministra da Educação da altura (Maria de Lurdes Rodrigues) estiveram presentes e comprometeram-se a recuperar o Liceu Camões”. Passaram-se três anos e nada aconteceu, assim no ano de 2012, “pais, alunos e professores agarraram nos pincéis e nas latas de tinta e pintaram a escola”.
Atualmente, o edifício da escola está degradado e incapaz de oferecer aos alunos condições para a concretização da vida académica de excelência. O mítico ginásio está em risco de ruir, os laboratórios não têm condições e nos telhados e paredes saltam à vista infiltrações. Por todos estes motivos, o ator e produtor Paulo Matos, enquanto encarregado de educação de um aluno do Liceu Camões, sugeriu à direção da escola a realização de um espetáculo para angariação de fundos: “a ideia é fazer um espetáculo onde se mostre ao país inteiro que o Liceu Camões é um liceu amado por todos os que frequentaram e frequentam o liceu e, que são capazes de se unir numa festa de cultura e de demonstração de capacidades, para através disso dizer ao poder político e empresarial «Não deixem cair o edifício!»”.
Chegada a hora do espetáculo, Júlio Isidro, ex-aluno do liceu, sobe ao palco para dar início à gala, recordando os seus tempos de aluno no antigo 1ºE. Para o conhecido apresentador de televisão, “é um momento histórico, é uma junção de gerações que revela o espírito da escola. Aliás, o espírito da escola está bem vivo e criativo mas o problema é o corpo. Para que o corpo se mantenha tão vivo quanto o espírito, estamos aqui para juntar 13 milhões de euros”.
Pela noite a dentro, foram várias as homenagens prestadas a grandes nomes da literatura que passaram pelo liceu, como Mário Sá Carneiro, Mário Dionísio, Manuel da Fonseca, João Aguiar, José Gomes Ferreira, Vergílio Ferreira e tantos outros.
Em palco, a música, a interpretação e a representação foram uma constante que uniu diferentes gerações, desde uma turma de rebeldes antigos alunos que dá lugar aos alunos de hoje. Para João Jaime Pires a noite vivida no Coliseu dos Recreios “é uma grande mistura e é isso que caracteriza a Escola Secundária de Camões”.
Para encerrar o espetáculo, todos juntos cantaram a música “Cantando Camões”, a qual Paulo Matos acredita vir a tornar-se no hino da escola.
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