Há uma procura crescente por apoios para a frequência do ensino superior e mestrado por parte de jovens de famílias com um perfil socioeconómico que não se enquadra no conceito de “bolsa social”. Esta é uma das conclusões da EPIS (Empresários pela Inclusão Social), que alerta para a necessidade de aumentar o investimento do Estado e o compromisso das empresas, as principais beneficiárias diretas de uma maior qualificação dos portugueses.
“A educação superior representa um esforço adicional para as famílias carenciadas e não deve ser vista como um privilégio para os alunos com mais recursos financeiros, pelo que é fundamental garantir a igualdade de acesso aos dois ciclos do ensino superior por parte de todos os alunos que têm mérito”, afirma o diretor-geral da EPIS, Diogo Simões Pereira. Com efeito, 69% das candidaturas a bolsas para o secundário são de alunos com ação social escolar, sendo essa percentagem de apenas 51% nas categorias para o ensino superior e licenciatura, de acordo com os dados da associação.
O desafio atual do ensino superior passa, em grande medida, pela “igualdade de acesso para todos os jovens, em especial os que, tendo mérito académico, pertencem a famílias com menos capacidade económica para suportar anos de investimento para um ou mais filhos, muitas vezes deslocados da sua residência”, acrescenta Diogo Simões Pereira. Deste modo, um sistema de bolsas de estudo com ampla cobertura parece ser fundamental para ultrapassar este desafio no final da década.
A EPIS atribuiu, no ano passado, 147 Bolsas Sociais a jovens, o que representa um aumento de 96% face a 2020 e de 171% face a 2019. Segundo o relatório da associação, 53 dessas bolsas (36% do total) foram atribuídas a alunos a iniciar o ensino superior ou o mestrado, sendo as restantes para apoiar alunos no ensino secundário. Em termos de candidaturas apresentadas, que atingiram um valor recorde de 528, as categorias do ensino superior e mestrado representaram 48% do total, em que apenas 51% dos candidatos teriam outros apoios sociais, valor que compara com 69% no caso dos candidatos para o ensino secundário.
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