De acordo com os dados apurados no último relatório "Education at a Glance", divulgados hoje pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), 57% dos estudantes portugueses concluem, dentro do tempo previsto, o ensino secundário. Esta taxa de conclusão é a mesma para estudantes do ensino profissional e dos cursos científico-humanísticos.
Por essa razão, a OCDE destaca que "Portugal é uma excepção", uma vez que "tipicamente, é menos provável que os alunos do ensino secundário profissional concluam a sua formação, em comparação", nos restantes 37 países da OCDE.
O ensino profissional representa, em Portugal, 40% das escolhas dos estudantes. Um número que se fixa abaixo da média dos países da OCDE (42%). Contudo, o relatório de 2020 do "Education at a Glance" destaca a aposta portuguesa nesta área, nomeadamente no que diz respeito à possibilidade de prosseguimento de estudos.
A recente criação de um concurso específico para estudantes do ensino profissional, em Portugal, contribui para esta dimensão, uma vez que, em média, apenas 70% dos estudantes do ensino profissional têm possibilidade de prosseguir estudos no ensino superior.
E o emprego?
Um dos dados destacado no relatório da OCDE diz respeito à maior facilidade dos diplomados do ensino profissional em encontrar emprego, depois da conclusão da formação. Em 2019, 88% dos jovens entre os 25 e os 34 anos detentores de um curso do ensino profissional estavam empregados, em comparação com os 83% de estudantes que completaram as opções de científico-humanísticos.
De resto, destaca o relatório, a taxa de emprego, em 2019, era mesmo superior aos portugueses da mesma faixa etária detentores de uma licenciatura (86%). O impacto de uma formação superior faz-se sentir, contudo, na remuneração obtida. Os estudantes que terminam o ensino superior recebem, em média, mais 69% que os trabalhadores com o nível secundário de ensino.