Na Assembleia da República Portuguesa, a manhã de celebração começou na Sala do Senado. Professores e alunos das Escolas Ubuntu nacionais, assim como deputados da Assembleia da República ouviram o presidente do IPAV, Rui Nunes da Silva. “A celebração mundial deste dia faz-se através de um convite à ação”, começou por destacar o presidente do IPAV. Sendo esta uma data assinalada anualmente pelo projeto da Academia de Líderes Ubuntu, Rui Nunes da Silva recordou a importância “da mobilização de ações simbólicas sobre o tema de hoje, construir pontes”.

A celebração prosseguiu com a intervenção do atual presidente da Assembleia da República, José Aguiar-Branco. “Bem-vindos à Assembleia da República, aquela que é a casa da liberdade e de todos os portugueses”, destacou.

Tendo presente a necessidade de aproximar os jovens dos valores da democracia e, sobretudo, dos objetivos de Nelson Mandela, José Aguiar-Branco ressalvou o exemplo deste líder sul-africano para as gerações mais jovens. “Nelson Mandela ensinou-nos uma outra linguagem, foi criativo e diferente”, revelou o presidente da Assembleia da República, acrescentando que este líder “ousou construir pontes”.

 


  

«A celebração mundial deste dia faz-se através de um convite à ação»

 


 

Sendo a construção de pontes o mote desta celebração, José Aguiar-Branco não deixou de sublinhar que “Mandela mostrou que, mesmo quando temos razão, é possível conquistar o adversário, cooperar e persuadi-lo a perseguirmos juntos um objetivo”.

 

O Legado Mandela

Em 2009, a Assembleia-Geral das Nações Unidas definiu o dia 18 de Julho como "Dia Internacional de Nelson Mandela", data de nascimento do líder sul-africano. 

O trajeto e os objetivos de vida de Nelson Mandela são vistos como um exemplo a seguir. Ano após ano, a Academia de Líderes Ubuntu homenageia Nelson Mandela neste dia. Tendo como inspiração o seu legado de luta pela paz e igualdade na África do Sul pós-apartheid, a mensagem de Mandela vê-se espelhada nos conceitos Ubuntu como a empatia e a liderança pelo exemplo.

Quanto à construção de pontes, esta missão dos Líderes Ubuntu passa por diferentes objetivos, desde a promoção da solidariedade social até ao incentivo ao diálogo entre diferentes civilizações e culturas, passando pela celebração da diversidade.

“Nelson Mandela acreditava que cada indivíduo tem o poder de fazer a diferença”, sublinhou Rui Nunes da Silva. Tal ideia foi reforçada por José Aguiar-Branco que deixou uma nota de incentivo às novas gerações. “Em Portugal, precisamos de jovens que se preparem para ser os líderes de amanhã, os Mandelas de amanhã”, reforçou, não sem antes acrescentar que “os jovens devem ser construtores de pontes, capazes de conversar com quem pensa de modo diferente”.

 

 

Música e Vidas Ubuntu

Esta iniciativa na Assembleia da República Portuguesa contou com diferentes momentos musicais proporcionados pela Banda Filarmónica Senhor dos Aflitos de Soutocico. Estes músicos, também eles participantes da Academia de Líderes Ubuntu, inspiraram os presentes através da sua arte, estabelecendo a ponte com os valores da transformação, paz e empatia.

Em alternância com os momentos musicais na Sala do Senado, ouviram-se as histórias de vida de quatro participantes da Academia de Líderes Ubuntu, Manuel Monteiro, Margelsa Francisco, Teresa Marinho e Fatu Banora. Além da sua ligação à filosofia Ubuntu, todas as histórias mostraram o poder da transformação e a importância de construir pontes.

 

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Em primeiro lugar, Manuel Monteiro, diretor do Agrupamento de Escolas À Beira Douro, mostrou que, tal como Mandela, a educação é a melhor arma para mudar o mundo. “Sempre acreditei que podia ser um contributo para o sistema educativo”, começou por destacar o diretor deste agrupamento. Recordando, com alegria, o momento em que assumiu esta responsabilidade, Manuel Monteiro revelou ter apostado sempre “numa política de proximidade entre as escolas”.

Poucos minutos depois, Margelsa Francisco, estudante do curso de Comunicação – Marketing,Relações Públicas e Publicidade, na Escola Profissional Gustave Eiffel, partilhou a sua história. Apesar dos desafios que encontrou quando chegou a Portugal, a sua participação numa semana Ubuntu foi um fator de mudança na sua vida, tendo “aprendido muito sobre como colocar-me no lugar do outro”, contou a estudante. “Hoje aplico estes princípios diariamente na minha vida pessoal e escolar”, acrescentou.

De igual forma, Teresa Marinho, professora de educação especial, destacou que através do contacto com a filosofia Ubuntu aprendeu a importância da união e da conexão com os outros. “Quando encontrei a Academia de Líderes Ubuntu, percebi que as pessoas que estão na nossa vida têm algum propósito”, ressalvou a professora.

 

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A estudante de psicologia, Fatu Banora, encerrou este momento de storytelling. “Tenho tido o privilégio de escrever uma nova história, cheia de esperança”, começou por revelar. Foi através dos ensinamentos Ubuntu e da ligação que estabeleceu com diferentes pessoas, que Fatu Banora conseguiu “pensar a liderança como Mandela e, assim, ser a minha melhor versão”, contou.

 


  

«Quando encontrei a Academia de Líderes Ubuntu, percebi que as pessoas que estão na nossa vida têm algum propósito»

 


 

Celebrar a liderança pela paz

A celebração do Dia Internacional de Nelson Mandela, na Assembleia da República Portuguesa, terminou com as palavras da embaixadora da África do Sul, Mmamokwena Gaoretelelwe. “Mandela tentou lutar pela paz, pelo bem-estar do mundo”, começou por destacar a embaixadora. Sobre a realidade da África do Sul, Mmamokwena Gaoretelelwe não deixou de recordar o importante papel de Mandela enquanto líder. “Através de Mandela, nós concluímos que não temos outra escolha, temos de viver juntos como sul-africanos”, acrescentou.

No encerramento desta manhã, houve tempo para ouvir mais interpretações da Banda Filarmónica Senhor dos Aflitos de Soutocico, em conjunto com a cantora e formadora da Academia de Líderes Ubuntu, Luísa Vidal.

Posto isto, Rui Nunes da Silva deixou uma última nota, antes de citar um excerto do Manifesto Ubuntu. “Celebrar Mandela é sobretudo tornar viva a sua esperança”, concluiu o presidente do IPAV.

A celebração desta data estendeu-se pelo período da tarde. Em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa, a Casa do Jardim da Estrela recebeu mais um momento de homenagem a Nelson Mandela, com a plantação de uma árvore “Mandela” no local. Além disso, também o Jardim da Estrela foi simbolicamente apelidado de "Jardim Nelson Mandela", durante este dia.