Quando questionados sobre que decisão vão tomar num cenário de ensino presencial para todos os ciclos de escolaridade, 61% dos pais inquiridos responderam que estão inclinados a colocar os filhos na escola. 27% têm a certeza que essa será a sua decisão, enquanto 34% referem que "provavelmente" o farão. A questão colocada parte da premissa de que os níveis de propagação da pandemia de Covid-19 se manterá nos níveis atuais.

Esta é a principal conclusão do estudo realizado pelo Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (CESOP) da Universidade Católica para o Público e para a RTP. Entre 13 e 17 de julho, foram inquiridas 1217 pessoas. O estudo obteve 336 respostas, sendo que 31% dos pais não pretendem que os filhos regressem à escola em setembro. Nesse particular, 12% estão certos que não colocarão os filhos na escola. Ainda de acordo com a investigação da Católica, 48% dos pais deseja ver implementado um regime misto na abertura do próximo ano letivo, combinando aulas presenciais e a distância. 

Do total dos inquiridos, apenas 27% tem a certeza que voltaria a colocar os filhos na escola, num cenário em que a pandemia se mantém nos níveis atuais. Uma opinião que encontra menor adesão na região de Lisboa e Vale do Tejo (22%), possivelmente face à concentração da grande maioria dos novos casos de infeção nesta região, durante as últimas semanas.

 

 

O inquérito procurou ainda obter uma avaliação dos pais sobre a experiência de ensino a distância. 41% dos pais com filhos em idade escolar considera que o rendimento escolar dos filhos piorou ("Pior" ou "Muito Pior"). Já 32% considera que o aproveitamento dos filhos foi igual. Por fim, 17% pensa que o rendimento escolar foi "melhor" ou "muito melhor" durante o tempo de ensino a distância.

De acordo com os autores do estudo, o nível de escolaridade dos pais é uma variável relevante para interpretação destes resultados, uma vez que mais pais com níveis de escolaridade mais baixos têm a perceção de que a experiência a distância prejudicou o rendimento escolar dos filhos (51%). De acordo com os investigadores, este dado é revelador “do aumento das desigualdades sociais”. No mesmo sentido, o inquérito apurou que metade dos pais deu mais ou muito mais apoio aos filhos nas suas actividades escolares, uma conclusão que se reforça no caso de pais mais escolarizados.