Este documento resultou da união e do debate entre as Associações de Estudantes das duas escolas secundárias de Tomar – Escola Secundária Santa Maria do Olival e Escola Secundária Jácome Ratton, de modo a identificar e discutir as principais adversidades que condicionam a aprendizagem dos alunos e a realização das funções do pessoal docente e não docente.
António Leite, Secretário de Estado da Educação, reuniu com as Associações de Estudantes
O "Manifesto do Estudante" foi alvo de diferentes discussões ao longo de todo o dia desta quarta-feira, contando com a intervenção de variadíssimos convidados, entre eles o Secretário de Estado da Educação, António Leite, que fez questão de reunir com os elementos de ambas as Associações de Estudantes. Aos últimos, foi igualmente dada a palavra, durante a manhã, para que aprofundassem as questões referidas na sua declaração escrita.
Já a tarde veio a ser preenchida com um debate, no qual foram abordados os quatro principais pontos que têm servido de mote para este tamanho e desafiante caminho, e onde se sublinhou essencialmente a importância da democracia no meio escolar, dizendo-se que “não vale de nada as escolas tentarem ensinar a democracia e não serem democráticas”.
A falta de recursos e a má gestão dos já existentes, dentro do contexto físico e técnico dos estabelecimentos públicos de ensino, bem como no apoio que os mesmos disponibilizam em termos psicológicos a toda a comunidade escolar, foram ainda apontadas como duas grandes falhas que continuam a impedir o desenvolvimento de uma escola melhor pois, “nunca será perfeita, apenas poderá vir a ser melhor”.
O debate "As escolas devem ser democráticas?" contou com os oradores, Mário Nogueira da FENPROF, Alexandra Leitão, deputada à Assembleia da República e Maria Luísa Oliveira, representante Plano Nacional das Artes.
Desta forma, e segundo o Mário Nogueira, representante da FENPROF, “não basta simplesmente abrir as portas, é preciso ter respostas para as necessidades de cada um”, tendo também sido afirmado pela Deputada Alexandra Leitão e reconhecido pelos restantes envolvidos, o facto de que “todas as despesas na educação, não são despesas, serão sempre investimento”.
A iniciativa foi, mais uma vez, fortemente elogiada por todos os presentes, que a consideraram uma exceção que se espera mais comum num futuro não muito longínquo, valorizando deste modo a voz dos alunos que querem encontrar respostas para aquilo que os inquieta.
Por fim, o encerramento da reunião contou com o discurso da pequena Beatriz, aluna integrada no 3º ciclo de um dos agrupamentos, que em jeito de conclusão, procurou simbolizar o tempo venturo que a espera.
Assim, os primeiros passos foram finalmente dados e, estando cientes da responsabilidade e das adversidades que os aguardam, os estudantes que prontamente se demonstraram disponíveis e acima de tudo corajosos para tomar esta intervenção como estímulo, desejam que a sensibilização se transforme em atos e que os progressos não tardem em chegar. Tudo isto “Por uma escola para os alunos e pelos alunos. Por uma escola democrática”.