Quase no encerramento da Porto Design Biennale, inaugura a exposição 'Y, Desenhar Portugal', que conta com curadoria de Francisco Providência, Joana Quental e Rui Costa. Partindo da convicção de que as escolas são laboratórios e observatórios existenciais, focados na tecnologia, na sociologia e na estética do Design, esta mostra pretende exibir, de maneira crítica, o que se fez nos últimos três anos nas escolas nacionais, ilustrando as preocupações dos Millennials e abrindo o debate sobre o ensino do design.

Começou com um convite foi feito a 35 escolas de design portuguesas - públicas e privadas, de ensino politécnico e universitário, continentais e insulares, com formação nos três ciclos de estudo. A partir de 22 de Novembro, o resultado concretiza-se numa exposição dividida em dois registos: a exibição não filtrada dos 142 projetos recebidos como auto-representação das 26 escolas participantes, e a representação curatorial da exposição com uma selecção taxonómica de 60 projectos ilustrativos. Estes últimos, pretendem ser uma sinopse do pensamento em Design, revelando a pertinência e contributo de cada uma das escolas aqui representadas pelos seus alunos e professores, ilustrando a ontologia do próprio Design que, tal como o desenho, se funda na convergência entre um desenhador (autor singular ou coletivo), um meio de produção (tecnologia) e um desejo ou propósito (programa).

"As escolas constituem, talvez, o maior e mais fecundo recurso crítico de investigação e desenvolvimento em Design, conciliando-o com a realidade de cada território e cultura. Tem sido, por isso, sobretudo nas escolas e pelas escolas, que tem passado a produção de conhecimento em Design,
de que esta bienal será demonstrativa: a Porto Design Biennale também nasceu numa escola", frisam os seus mentores

"A comunidade das escolas reúne grupos muito diferentes: os alunos, que são a emergência viva da sociedade; os professores, que aprendem com eles; e as organizações que os acolherão, integrando-os na comunidade social e económica. É por isso que, nas escolas, mais se sentem as tensões do novo milénio. É por isso que, nas escolas, melhor se sente o pulsar do significado de Design, polarizado nos focos da tecnologia, da sociologia e da estética. Sob estes três focos, as escolas de design apresentam neste novo milénio diferentes respostas à crise social, económica e cultural, reafirmando o Design como disciplina, ou cada vez mais como indisciplina, num esforço coletivo para desenho do futuro", consideram ainda os responsáveis.