39% dos estudantes portugueses que decidiram aprender uma língua no estrangeiro em 2019 são oriundos do distrito de Lisboa, 13% do Porto e 6% do distrito de Setúbal. No lado oposto da tabela está o distrito de Portalegre, Vila Real e Guarda. De facto, de Bragança, Portalegre, Guarda, Beja e Vila Real é de onde menos chegam pedidos de informação sobre cursos no estrangeiro: representam 2,5% do total. No ano que agora termina, mais de 40.000 portugueses procuraram informações sobre como estudar uma língua no estrangeiro – quase três vez mais pedidos do que os registados pela EF no último levantamento realizado no final de 2017.
O inglês continua a ser a língua mais desejada na hora de melhorar as competências linguísticas, representando 90% do total de cursos escolhidos pelos estudantes portugueses junto à EF. Francês, espanhol, alemão, italiano e chinês foram as outras línguas também procuradas pelos portugueses, no ano que agora se aproxima do fim. Estes números ajudam a entender porque é que os portugueses nunca falaram inglês com tanta proficiência como agora. Portugal alcançou pela primeira vez o nível de proficiência “muito elevada” no relatório EF English Proficiency Index (EF EPI) - que analisou dados de 2,3 milhões de falantes não nativos de inglês, em 100 países e regiões. Ocupando o 12º lugar do índice, Portugal juntou-se a um restricto grupo de países – maioritariamente nórdicos – que foram este ano classificados com a nota mais elevada. Aliás, dos países do sul da Europa, Portugal destaca-se dos demais: Grécia (ocupando o 22.º lugar) classifica-se com nível “alto”, mas França (31.º), Espanha (35.º) e Itália (36.º) não vão além de um nível “moderado” de inglês.
Eastbourne, no sul de Inglaterra, foi pela primeira vez o destino mais escolhido pelos estudantes portugueses para aprender uma língua – neste caso, o inglês. Já Londres, que em 2017 configurava no topo das preferências, baixa 4 lugares e é, agora, a quinta cidade desta lista. Londres foi ultrapassada por Saint Julian's (Malta), Oxford (Inglaterra) e Dublin (Irlanda). Aliás, o número de estudantes a escolher a cidade maltesa e a capital irlandesa para estudar inglês mais do que triplicou em dois anos. Outros destinos a crescerem em popularidade nos últimos dois anos são Nova Iorque (+110%), San Diego (+850%) ou Manchester (+163%). Estes três destinos juntos representam 15% do total das escolhas dos portugueses na hora de eleger uma escola para aprender inglês.
Se há dois anos a média de tempo passado no estrangeiro a aprender uma língua era de 3 semanas, em 2019 esse número já se aproxima das 4 semanas. Alguns portugueses ainda escolhem viajar apenas 15 dias, mas em 2019 o número de alunos que decidiram estudar 3 e 4 semanas mais do que duplicou. Também os cursos mais longos – com 3 meses de aulas – que eram uma raridade nas escolhas dos portugueses há dois anos, representam 2,5% das formações de 2019.
Universitários são os que mais procuram
Nos últimos dois anos, mais do que triplicou a procura de cursos de línguas no estrangeiro entre os universitários portugueses. Apesar do interesse de estudantes do Ensino Superior representar 43% do total, este grupo só representa 33% do total de estudantes que viajaram efectivamente em 2019 para aprender uma língua. Os estudantes do Ensino Secundário (34%) são os que mais aproveitam para melhorar as suas capacidades linguísticas no estrangeiro através de cursos de imersão. Seguem-se os profissionais com mais de 25 anos (14%), alunos do Ensino Básico (13%) e adultos com mais de 41 anos (5%).
Do relatório agora divulgado também é possível saber que as estudantes portuguesas são as mais interessadas em desenvolver as competências linguísticas. Dos 40 mil pedidos de informação que chegaram à EF em 2019, mais de 66% foram feitos por estudantes do sexo feminino. Na hora de pegar nas malas e partir à aventura, são também elas que mais se chegam à frente – 70% dos estudantes que viajaram este ano para aprender uma língua eram mulheres.
Os jovens portugueses entre os 21 e os 25 anos são os que levam melhor nota no EPI – um relatório que mostra uma correlação entre a fluência em inglês e o poder de compra, qualidade de vida, inovação e um conjunto de outros indicadores sócio-económicos. Apesar desta correlação positiva entre a fluência na língua inglesa de uma região e o valor médio do seu rendimento bruto, Portugal é um dos três países com nível de proficiência em inglês “muito elevada”, mas abaixo da linha de correlação com o rendimento médio nacional líquido per capita. Os relatórios da EF EPI e da EF EPI-s e os folhetos de países / regiões estão disponíveis para download AQUI.