Realizou-se no passado dia 6 de junho, na sala de Atos do Iscte – Instituto Universitário de Lisboa, a cerimónia de entrega da 2.ª edição do Prémio Beatriz Lebre. A cerimónia começou com a intervenção da vice-reitora, Maria de Fátima Ferreiro, que em nome da Reitoria e do Conselho Pedagógico, agradeceu a presença de todos - familiares, amigos, estudantes e professores - e felicitou a vencedora desta edição, Sílvia Ferreira, bem como a vencedora da edição anterior, Ana Vanessa.
Seguiu-se o Vice-Presidente do Conselho Pedagógico e representante dos Estudantes, Henrique Lage, que destacou o espírito do prémio, considerando ser mais do que uma distinção académica, mas sim um reconhecimento da participação cívica e do envolvimento dos estudantes na construção de uma sociedade mais justa. Aproveitou ainda para dar os parabéns a todos os que se candidataram, pela sua dedicação e espírito de compromisso.
A Presidente do Conselho Pedagógico do Iscte, Sónia Pintassilgo
O diretor-geral da Forum Estudante, Gonçalo Gil, parceiro desta iniciativa desde a sua criação, também tomou da palavra e sublinhou que a motivação do apoio ao prémio nunca foi a visibilidade, pois “é um prazer contribuir com aquilo que conseguimos, e gostaríamos de fazer mais. Desde que nos foi lançado o desafio, aceitámos com gosto.” Alertou ainda para os perigos muitas vezes invisíveis da violência, dizendo que “vivemos numa sociedade que romantiza o controlo e a obsessão. Temos de ser mais ativos no combate a isso. Temos de ensinar que o amor tem limites. Este prémio deve ser um legado para que façamos mais, estejamos mais atentos.”
A cerimónia teve um dos seus momentos mais comoventes com as palavras de Paula Lebre, mãe de Beatriz. Dirigiu-se com carinho a todos os presentes, especialmente aos mais jovens, reconhecendo neles uma preocupação genuína com a sua felicidade e os seus objetivos de vida.
Na sua mensagem de reflexão e esperança, disse que “cada segundo da nossa vida é vivido pela primeira vez e não se repete. Não seremos por isso, merecedores do tempo se descuidarmos o seu valor.” Reiterou ainda a enorme necessidade de se ser resiliente na esperança, de não deixarmos de crer na mudança, numa sociedade melhor, de não deixarmos de acreditar na liberdade, na bondade - a melhor cidadania foi feita pelos mais comuns. Agradeceu ainda por manterem viva a memória da sua filha, de uma forma positiva e transformadora.
A vencedora da 1ª edição do prémio Beatriz Lebre, Ana Vanessa Tavares da Veiga
A seguir, a vencedora da 1.ª edição e atual estudante de doutoramento, Ana Vanessa Tavares da Veiga, assumiu “é um privilégio estar aqui. Este prémio tem um significado imenso. Lembra-nos da importância de sermos cidadãos ativos e de lutarmos por sociedades mais justas.”
No encerramento da cerimónia, a Presidente do Conselho Pedagógico do Iscte, Sónia Pintassilgo deu os parabéns à vencedora e reforçou a importância da iniciativa: “A atribuição do Prémio Beatriz Lebre mantém viva a sua memória. É um momento muito especial para a nossa comunidade”.
A entrega do troféu foi realizada por Paula Lebre, seguida da entrega do diploma pelo professor Alexandre Almeida, e de um ramo de flores por Henrique Lage. O troféu foi desenvolvido e produzido no FABLab do Iscte, com o envolvimento de várias áreas disciplinares, que vão desde Arquitetura às Ciências Sociais.
A vencedora da 2.ª edição, Sílvia Ferreira, encerrou a cerimónia com palavras de agradecimento e partilha que este prémio é um incentivo enorme. O trabalho que tem vindo a desenvolver, passa por levar conhecimento a quem tem menos acesso, desde idosos a jovens mães institucionalizadas - em temas como capacitação financeira, gestão e empreendedorismo. É uma forma de devolver à comunidade aquilo que tenho tido o privilégio de aprender.
A vencedora da 2ª edição do Prémio Beatriz Lebre, Sílvia Ferreira e Paula Lebre, mãe de Beatriz
Reflexões após a cerimónia
Depois da sessão, a Forum esteve à conversa com a Presidente do Conselho Pedagógico do Iscte, Sónia Pintassilgo, que destacou o impacto pessoal e académico da iniciativa: “Quando entrei no Conselho Pedagógico há dois anos, este era já um projeto em curso. Assim que percebi os seus objetivos, fiquei imediatamente convencida”. “Vai para além do mérito académico - valoriza a cidadania, a intervenção cívica, e essa capacidade de ver os estudantes na sua integralidade”, explica-nos Sónia.
“Nunca conheci pessoalmente a Beatriz, mas recebi testemunhos tão ricos de colegas que a conheceram. Falavam-me de alguém com uma enorme dimensão humana. E isso é algo que permanece”, acrescentou ainda Sónia Pintassilgo.
Já a vencedora desta edição, Sílvia Ferreira, partilhou o significado desta distinção e do trabalho que tem vindo a desenvolver e que pretende continuar: “Receber este prémio é uma grande honra. É o reconhecimento de um trabalho que desenvolvo há dois anos em capacitação em literacia financeira, digital e cidadania, junto de populações mais vulneráveis.”
“O meu objetivo sempre foi levar estudantes do ensino superior a agir na comunidade. O conhecimento só ganha sentido quando é colocado em prática, junto de quem mais precisa”, explica a estudante.
Mais informações sobre este prémio disponíveis aqui.