Até 2030, a Comissão Europeia pretende que 80% dos cidadãos europeus detenham competências básicas digitais. Em 2019, esse número fixava-se nos 52%. Os números foram adiantados pela investigadora Romina Cachia, que lidera uma equipa do Joint Research Center (JRC) da Comissão Europeia dedicado à investigação sobre Ciência e Conhecimento. "Procuramos antecipar políticas e medir o impacto das decisões tomadas", explicou a responsável. 

A investigadora maltesa trouxe até ao Fórum Mundial para a Cidadania e a Educação, em Lisboa, uma apresentação focada nos esforços europeus realizados para a transição para uma "educação baseada em competências". Nesse sentido, Romina Cachia apresentou alguns dos principais desafios encontrados, o impacto da pandemia da Covid-19, algumas das ferrramentas criadas e, por fim, exemplos da implementação de medidas. 

 


«Vemos a educação como um setor que produz competências e atitudes relevantes, não apenas para o mercado de trabalho»



A Comissão Europeia começou por definir oito competências chave a desenvolver, numa lógica de aprendizagem ao longo da vida, bem como 10 ações a implementar nesse sentido, até 2027. Recentemente, a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, revelou que 2023 será "o ano das competências", uma novidade que Romina Cachia considera "muito relevante para a educação digital". 

Ao longo dos últimos anos, o JRC tem desenvolvido várias ferramentas e quadros de referência para "indivíduos, profissionais e organizações", com o objetivo de "possibilitar a transição para uma educação baseada em competências". No final, sublinhou Romina Cachia, será possível uma educação com maior flexibilidade, com novas ferramentas de avaliação, baseada em resultados de aprendizagem mensuráveis. "Vemos a educaão como um setor que produz competências e atitudes relevantes, não apenas para o mercado de trabalho", concluiu.