Quatro instituições de ensino superior, quatro comunidades académicas e quatro regiões estiveram representadas num dos painéis da manhã do Fórum Mundial de Educação e Cidadania. Em palco, representantes do Politécnico de Setúbal, Politécnico de Santarém, Universidade de Évora e Politécnico de Portalegre debateram os principais desafios comuns, partilhando boas-práticas e oportunidades que se apresentam na liderança de uma instituição de ensino superior.

O painel teve como foco a ligação ao tema central deste evento organizado pela Virtual Educa – a iniciativa multilateral que assume como objetivo “promover a inovação na Educação para a transformação social e o desenvolvimento sustentável”. Nesse sentido, o papel e o trabalho realizado pelas instituições de ensino superior para a promoção da cidadania foi uma das principais dimensões abordadas.

 

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“Temos de entender as instituições de ensino superior como organizações de pessoas, que é preciso conhecer e motivar”, realçou o presidente do Politécnico de Santarém, João Moutão. Sem esse cuidado, atendendo às necessidades dos vários intervenientes da comunidade académica, acrescentou, será impossível “mobilizar tendo em vista a mudança”. “As instituições de ensino superior são um pilar essencial da democracia, ao formarem cidadãos com pensamento crítico”, realçou.

O presidente do Politécnico de Portalegre, Luís Loures, realçou depois como as várias intervenções neste painel partilhavam um mesmo entendimento – a visão dos trabalhadores da instituição como pessoas mais do que recursos humanos: “Há uma mudança paradigmática e as pessoas são hoje o foco e elemento central do processo de decisão”. Esta visão, realçou, é fundamental para a criação de uma estratégia alinhada com o papel do Ensino Superior na promoção da cidadania.


Boas-práticas e oportunidades

Durante o painel, foi ainda possível conhecer algumas das ações implementadas por instituições de ensino superior tendo em vista o reforço desta dimensão ligada à cidadania. A Presidente do Politécnico de Setúbal, Ângela Lemos, destacou como exemplo a criação de um plano de formação criado a partir do levantamento das características da comunidade educativa.

Mais do que centrado apenas nas necessidades, este plano procura identificar algumas das mais-valias e interesses dos vários intervenientes, para que possam contribuir ativamente com as suas ideias. “Temos um plano de formação rico, que é simultaneamente externo e interno”, realçou, sublinhando a oportunidade de valorização da comunidade educativa daí resultante.

 


«As Instituições de Ensino Superior são um pilar essencial da democracia, ao formarem cidadãos com pensamento crítico»

 

Outro dos exemplos trazidos a palco foi detalhado por Ana Paula Canavarro, da Universidade de Évora – a diversificação da forma como é realizada a avaliação da carreira docente, pontuando o envolvimento em projetos de inovação pedagógica. Por outro lado, a criação de oportunidades de convívio e partilha é também uma prioridade para esta instituição. “É muito relevante criar estes espaços comuns, onde é possível valorizar as ideias dos outros”, sublinhou, antes de reforçar: “Isto tem também impacto na motivação”.

Durante os dois dias do Fórum Mundial da Cidadania e Educação, cerca de 50 sessões de trabalho vão ter lugar na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa. As formas de reforçar a cidadania através da educação estão em destaque, com foco em dimensões como inovação tecnológica ou aprendizagem ao longo da vida. Podes saber mais sobre o evento aqui.