Se o ano de 2021 marca o regresso das Academias com o cunho da Forum Estudante, há mais um marco que merece ser assinalado este ano. A Green Academy é a nova cria do já vasto conjunto de semanas dinamizadas por todo o país, e viveu hoje a sua estreia em pleno. Mas há coisas que parecem nunca mudar, nomeadamente a forma como estas semanas chegam ao conhecimento dos estudantes pelo país fora. O passa a palavra parece ser a melhor forma possível de dar a conhecer semanas como esta.
Que o diga Bruna Santos, uma das participantes desta semana. Participar em projetos onde é obrigada a sair da zona de conforto não é propriamente uma novidade na sua vida. Esta jovem de Aveiro tem 16 anos e, nas últimas semanas, esteve na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e na Universidade de Évora a fazer algumas das iniciativas que, por altura do verão, as instituições de Ensino Superior costumam realizar.
Pela voz e a conversa, conseguimos percebê-la aberta a novos desafios e entusiasmada por viver uma nova experiência, que até há pouco tempo estava completamente fora dos planos. É a primeira Academia Forum que faz, e logo uma estreia em pleno. Conhecer outros jovens de todo o país não é, por isso, uma novidade. Talvez por isso seja em Portalegre que vem reencontrar um amigo de outras andanças.
Filipe, o amigo que conheceu no Parlamento dos Jovens, uma iniciativa que mete os jovens a pensar politicamente falando em soluções para o país, ainda não chegou. De resto, Bruna é a primeira a chegar ao Campus do Politécnico na cidade de Portalegre. Um dos pensamentos que marcou o seu verão foi este: “Já que ficámos amigos, e sendo de cidades diferentes, porque não encontrarmos uma nova experiência para voltarmos a estar juntos?”. Numa semana em que também se aposta no conhecimento, só se pode juntar o útil ao agradável.
Os 20 estudantes do ensino secundário chegam de todos os pontos do país, e contam já com longas horas de viagem. Quando se pergunta a que horas se levantaram, o maior número de braços aponta para as primeiras horas da manhã, bem cedo. Nem as poucas horas de sono parecem esmorecer o entusiasmo que se sente, apesar do programa longo já avizinhar que a semana vai ser intensa. Mas sempre no bom sentido.
O tempo começa a contar assim que chegam, durante a sessão de abertura. “Podemos garantir que, pelo menos, vão acontecer mais 3 Green Academy. A Forum só pode agradecer o voto de confiança de toda a equipa do Politécnico de Portalegre”, começa logo por destacar o Diretor Comercial da Forum Estudante, Félix Pinéu. Resultado de uma parceria com o Politécnico de Portalegre, fica desde já assumida a convicção de que, no final desta experiência, os 20 eleitos de todo o país vão poder ficar a conhecer melhor não só a região, mas também muitos cursos e profissões que podem ser uma opção no futuro académico destes participantes.
Dora Gonçalves e Carla Serra, profissionais da área de comunicação do Politécnico de Portalegre, foram as responsáveis por dar as boas-vindas aos participantes da Green Academy. No caso de Dora Gonçalves, o Alentejo não lhe corre no sangue. Apesar de ser do Barreiro, Portalegre é agora a sua casa e diz – “sem qualquer tipo de suspeita à mistura” – que “cada dia aqui sabe a um novo dia, diferente e marcado por coisas novas”. O próprio espírito do Politécnico assim o permite. “Como somos uma instituição mais pequena, apostamos na personalização do nosso ensino. O nosso foco é o aluno”, defende.
"O Planeta precisa de vocês"
Esta é não só uma instituição de ensino superior que aposta nas licenciaturas e mestrados, mas também nos Cursos Técnicos Superiores Profssionais ou CTeSP´s. “Os CTeSP´s não são piores nem melhores. São diferentes. Nesta fase da vossa vida não podem excluir hipóteses, e esta é mais uma a acrescentarem ao vosso futuro”, explicam. Já na área das licenciaturas, fica a curiosidade no ar: o Politécnico de Portalegre é a única instituição da Península Ibérica a ter um curso na área da Equinicultura, um curso que vai ser dado a conhecer amanhã. Durante estes cinco dias, será possível conhecer uma instituição que se divide em 4 escolas, situadas em cinco cidades diferentes.
A sessão de abertura contou também com a participação de Vera Barradas, que também integra a equipa de comunicação do Politécnico de Portalegre. “Esta casa também vos consegue oferecer muito daquele que é o objetivo desta academia. Conseguirem ter a melhor experiência possível, mas ao mesmo tempo conseguirem aproveitar o verde de Portalegre e perceber que o Planeta também precisa de vocês”. Vera Barradas revela ainda um desafio: o Green Photo. No final destes dias, o autor da melhor foto ganhará bilhetes para um dos ex-líbris da região, o Festival do Crato. No final da semana, faremos as contas.
O campus do Politécnico de Portalegre acolhe também a incubadora desta instituição de ensino superior: a BioBIP ou Bioenergy Business Incubator of Portalegre. Aqui, aposta-se na inovação e no empreendedorismo. A fechar o primeiro dia, e já como forma de inspiração para dias que se querem ricos e produtivos – em amizades, é certo, mas também em experiências diferentes –, a passagem por este local é incontornável.
A visita dos paticipantes da Green Academy coincide com o dia em que é colocada a primeira pedra que marca o alargamento do espaço. “Aqui o nosso objetivo é ajudar as pequenas ideias e empresas e dar aquele empurrãozinho que falta, o empurrãozinho inicial que falta para quem não tem o orçamento suficiente para alugar um espaço ou simplesmente suportar outros encargos”, explica Liliana Pêgo, um dos membros que comunica o trabalho da incubadora.
Neste edifício, acumulam-se os gabinetes de empresas. Num dos gabinetes vê-se o nome “Softinsa, uma subsidiária da IBM”. O nome bem conhecido figura entre as maiores empresas de informática do mundo, e parece ser a prova provada de que a cidade de Portalegre é um local apetecível para fazer crescer novas ideias.
Entre as muitas descobertas e invenções que por aqui se procura criar, há uma que é explicada pelo engenheiro Luís Calado, e que procura transformar a biomassa animal em energia térmica. A ideia é ambiciosa, e cativa a curiosidade de alguns. Até de quem não tem nada a haver a área. É o caso de Rodrigo Mendes, que vem diretamente de Pombal. Apesar de estudar na área de Línguas e Humanidades, a explicação do engenheiro foi ouvida com atenção. Porquê? A explicação está-lhe na ponta da língua. “Gosto de saber de tudo um pouco, porque assim posso discutir de tudo um pouco”. E se o Rodrigo e os demais vão ter a oportunidade de saber de tudo um pouco durante esta semana. E conhecer, também. Amanhã é a vez de pô-lo em prática em Elvas.