A poucos dias do arranque oficial de mais um ano letivo, dificilmente seria possível para um estudante do ensino secundário imaginar melhor fim de férias do que conhecer uma nova cidade, criar novas amizades e ficar a saber mais sobre uma instituição de ensino superior e a sua oferta formativa. Aconteça o que acontecer, a cidade de Portalegre e todas as experiências que foram sendo vividas ao longo destes dias continuarão por uns bons tempos na mente dos 20 sortudos que foram escolhidos para dar corpo à primeira edição desta Academia.


Experimentar a comunicação, estimular a reflexão

De agora em diante, todos parecem ter, pelo menos, as ferramentas certas para assumirem o verdadeiro papel de embaixadores do Politécnico de Portalegre. A olhar para o programa do dia de ontem, avizinhava-se uma viagem intensa por várias unidades da instituição. E com o primeiro posto localizado bem no centro da cidade, junto à Praça da República. É por aqui que, com as aulas já em curso, se vive realmente o verdadeiro espírito académico. Mesmo em frente às esplanadas onde durante todo o ano se juntam os grupos de amigos para um momento de estudo ou simplesmente um momento de confraternização, destaca-se aquilo que parece ser um palácio. E é. Trata-se do Palácio de Achioli, mas que há alguns anos se adaptou para receber a Escola Superior de Educação e Ciências Sociais.

Apesar de estar aqui por apenas uma semana, o grupo parece já ter deixado a sua marca. “Já ontem conseguimos ver-vos aqui pela praça muito animados… Espero que consigam manter esse espírito por hoje aqui na nossa escola. Sejam bem-vindos”. Saudações iniciais cumpridas pela parte de Luísa Carvalho, sub-diretora da Escola, a manhã foi de experiências que são apenas uma mostra dos cursos que por aqui são lecionados, do Jornalismo e Comunicação ao Turismo ou Serviço Social. Do Departamento de Educação e Formação, o desafio está inserido na área das matemáticas. Graça Cebola e João Vintém, docentes na escola, tratam de puxar pelo raciocínio do grupo com enigmas. Nada de muito complicado, mas com a dose certa para preparar o espírito e a mente para o que se avizinha para as próximas horas.

 

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Algum de vocês acharia desafiante vir para o interior do país?”, pergunta Maria José Quarenta da equipa de comunicação desta unidade do Politécnico. “Desafiante seria certamente”, ouve-se sem hesitações da parte de Filipe Sousa, que veio diretamente de Santa Maria da Feira. Pouco depois, os participantes dariam de caras com uma prova viva dessa constatação. Tal dá-se na sala dedicada ao Turismo, onde Gorete Dinis, coordenadora da licenciatura da área, juntamente com Luís, Monique e Cláudia lançam uma reflexão sobre o papel do turismo, e o desafio de partilhar uma foto das férias. “Vocês esta semana estão a ser uns verdadeiros turistas”. É um facto. Monike é mesmo um exemplo que merece ser contado. Natural de São Paulo, no Brasil, decidiu deixar o Brasil para trás e escolher Portugal para apostar na sua formação. E Portalegre, concretamente. “São Paulo tinha muita agitação, muitos carros, muitos prédios… Portalegre conquistou-me pela calma e a paz”. “É giro, porque aquilo que faz alguns procurar outras cidades mais agitadas foi aquilo que fez a Monike querer por cá ficar”, contrapõe Luís. Talvez seja esse o chamariz para o Politécnico de Portalegre continuar a crescer e a acolher ainda mais alunos.

 

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Temos discussão. E reflexão importante

Chamariz certo de atenção e curiosidade é sempre o ambiente da televisão. Mesmo para quem não vê o seu futuro a passar pelo mundo das luzes e câmaras, há sempre a curiosidade de experimentar por uns minutos o que se sente à frente da câmara, com a ajuda dos professores que nesta escola lecionam unidades curriculares ligadas à caixinha mágica. Alguns mais receosos, outros cheios de vontade de experimentar. Para quem este ano quer entrar em Ciências da Comunicação, não há nada a temer. Talvez por isso Beatriz Tavares seja a primeira a, sem medos, assumir o papel de jornalista e criar uma conversa de improviso com uma das colegas. O estágio para aquela que será grande parte da sua vida daqui a umas semanas.

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E quem diria que no meio da azáfama de uma manhã cheia de atividades haveria ainda tempo para falar de vida pura e dura, numa dinâmica de grupo. Foram colocados alguns dilemas com os quais os profissionais da área social se deparam no exercício da sua função. De forma nua e crua, foi isto. Uma reflexão conjunta, guiada por Isabel Muñoz e Tatiana Valduga, do curso de Serviço Social, e que acaba por trazer grandes revelações. Entre jovens dos 16 aos 18 anos a maturidade está – de forma surpreendente – à vista. Se esta semana não sairá tão cedo da mente, esta conversa não se apagará tão rapidamente da consciência.


Pelo campus de Portalegre

De experiências inéditas e reflexões que deixaram a sua marca, a tarde foi passada por uma visita intensa ao campus do Politécnico de Portalegre, onde se encontram localizadas a Escola Superior de Saúde e a Escola Superior de Tecnologia e Gestão. No primeiro caso, o curso de Enfermagem foi dado a conhecer por Jorge Casa Nova. Numa escola que existe desde 1972, e que se mudou recentemente para este Campus, já muitos alunos completaram aqui a sua formação. Numa hora de atividade, a aposta centrou-se em algo que pode representar mais uma lição para a vida. Como socorrer alguém que se encontra num estado de fragilidade? Que procedimentos cumprir? Com cobaias e quase enfermeiros à altura, fica a certeza de que aquilo que aqui se aprendeu pode ajudar a salvar vidas. No final de tudo, é essa parte humanista que merece o destaque do professor da licenciatura em Enfermagem. “É verdade que a nossa escola dá um grande destaque ao enriquecimento curricular. Mas acima de tudo a nossa aposta é no enriquecimento pessoal. Mais importante do que tudo é saber que estamos a formar profissionais, que são pessoas com valores éticos que estão acima de tudo”.

 

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Nos corredores, entre troca de atividades, e já a caminho de uma atividade inserida na área das artes, design e animação, lá se solta a opinião: “Puto, prepara-te. Essa atividade é mesmo a tua cara!”. Segue-se a área do som, com direito a recriação de algo que já nem sequer no imaginário destes jovens está: as radionovelas. E fica a nota: já este ano, há a novidade de estar a ser inaugurado um CTeSP em Design de Som e Produção Musical. “É mesmo algo único no país, muito específico, e para quem gosta desta área é mesmo uma excelente opção”. A criatividade continuou, com direito a mais uma experiência inédita, a de criar uma app, e de perceber que o design e a comunicação vão muito além do simples trabalho de construir logótipos, e que pode passar também, por exemplo, pela aposta na produção de conteúdos em realidade aumentada.

 

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Dia intenso, daqueles em que praticamente não houve tempo para parar. Se calhar nem para pensar nas despedidas, que acontecem já hoje. Mas as antes da partida todas as horas contam, e o grupo volta ao ponto onde esta viagem começou – ao mundo da investigação e das ideias. Mais conhecimento, e tempo de ficar a conhecer alguns dos projetos mais emblemáticos que têm nascido nos últimos tempos no seio do Politécnico, como o Fórum Energia e Clima e o Living Lab. Sempre com um olho naquele que é um dos motes-mor desta Academia: o verde e a sustentabilidade. Só o Fórum Energia e Clima, com sede no Campus, desempenha um papel de relevo na luta climática, no seio da Comunidade de Países de Língua Portuguesa. Com a sua mensagem, Ricardo Campos alertou e inspirou. E deixou o aviso: “Temos a solução nas nossas mãos!”.

 

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Luís Loures, eleito presidente do Politécnico de Portalegre há apenas dois dias, abre a página do seu mandato a fechar esta Academia com expetativa face ao futuro. “Queremos-vos cá em breve, como nossos alunos. Serão sempre bem-vindos!”. Também a ele muito se deve a concretização desta nova Academia Forum, explicou o Diretor Comercial da Forum Estudante, Félix Pinéu.

 

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Mas todos os minutos valem, e por isso a noite de quinta-feira ainda teve direito a uma Sunset Party, com direito a atuação especial. A tal atuação especial de que se falava ontem. Não só com o sabor especial do cante alentejano, mas com a música sentida de uma das tunas do Politécnico de Portalegre, a Tuna Papasmisto. Há lá algo mais capaz de retratar o ambiente académico puro e duro? Sem quaisquer reservas, podemos dizer que ao longo destes cinco dias o bom ambiente esteve no centro de tudo. Aquele que se viveu, e aquele que se quer ajudar a reconstruir no futuro. A Green Academy continua o trabalho no próximo ano.

 

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