Realizou-se recentemente uma ação de testagem massiva da comunidade do Politécnico de Beja. Que balanço faz dessa iniciativa? Qual a sua importância?
 

Foi importante para dar segurança no regresso ao ensino presencial, sobretudo para os cursos com maior componente prática. Permitiu-nos ainda reforçar a importância da manutenção das medidas de proteção individual junto da nossa comunidade. A adesão ao programa de testagem foi significativa, apesar de voluntária. O facto de apenas termos registado um resultado positivo trouxe também alguma tranquilidade neste regresso ao ensino  presencial. 

Que outro tipo de trabalho de preparação para enfrentar a pandemia em segurança tem realizado o IPBeja?                                                             

Na preparação do plano de contingência, reunimos com os vários grupos profissionais e com os estudantes, reforçando a capacidade de enfrentar uma ameaça nova para todos nós. Também adaptámos os espaços e os circuitos internos à nova realidade e difundimos informação sobre as medidas de proteção individuais e coletivas. Criámos circuitos de comunicação para uma eficiente gestão de casos. Houve igualmente um esforço dos serviços de ação social para dar resposta a todas as situações de estudantes que, em situação de isolamento ou quarentena, necessitam de suporte (alimentar ou outro). Reforçámos ainda as competências da comunidade académica para as metodologias de ensino a distância e para o teletrabalho – medidas aplicadas sempre que necessárias.           
                                                                                                                                                

 

Olhando para aquilo que foram os últimos 15 meses de atividade letiva do IPBeja, como avalia a adaptação às dificuldades criadas pela pandemia da Covid-19? 

A primeira dificuldade foi a componente humana. Aprender a lidar com uma pandemia que nos obriga ao distanciamento social é um esforço quase sobre-humano. Sobretudo, quando falamos do Ensino Superior Politécnico que se pauta por pela proximidade entre o corpo docente e os estudantes. Em alguns cursos, as aulas práticas que implicam essa proximidade foram repensadas para serem lecionadas com maior segurança. Em geral, a adaptação foi bem-sucedida.

Como pode descrever o papel dos estudantes nesse esforço? E dos professores e pessoal não-docente? 

Houve um esforço de todos para nos adaptarmos a esta nova realidade. Sempre com a consciência que, apesar de estarmos a dar o nosso melhor, há uma mais-valia clara no ensino presencial. Sempre que as condições o permitem, há o desejo de todos em voltar à nossa prática habitual, mantendo os recursos a distância para algumas reuniões e orientações tutoriais.

 



Enquanto Diretora da Escola Superior de Saúde de Beja, o que nos pode contar sobre a ação e impacto do Instituto Politécnico de Beja na região, durante a pandemia? 

Durante a pandemia, IPBeja manteve a articulação com os seus parceiros, evidenciando disponibilidade para colaborar. Um exemplo desta disponibilidade é o projeto SERHUMANO que combate a Covid-19 no concelho de Beja e resulta de uma parceria informal que reuniu, para além do IPBeja, a Cáritas Diocesana de Beja, a Garrafeira Soares e a Herdade da Malhadinha Nova. O projeto traduziu-se na criação de um fundo que reuniu, no espaço de cerca de um mês (abril-maio de 2020), cerca de 14.000€ destinados à aquisição de EPI para distribuição pelos lares do concelho.


«Estamos preparados para que o próximo ano letivo possa decorrer com maior normalidade»


 

 

Perspetivando o próximo ano letivo, é possível prever o impacto que pandemia terá na organização letiva e académica? Existem já ações e medidas planeadas? 

Estamos hoje mais preparados para que o próximo ano letivo possa decorrer com maior normalidade. Ainda que possamos ter de, em algum momento, recorrer ao Ensino a distância, essa transição será sempre realizada com maior serenidade. Vamos manter em vigor o plano de contingência e alguns rastreios periódicos, sendo que perspetivamos o futuro com esperança e vontade de aumentar a nossa oferta formativa, respondendo às expectativas das comunidades que servimos. No próximo ano letivo, por exemplo, iremos abrir duas Pós-Graduações (Cuidados Paliativos e Terapia da Mão/Reabilitação do Membro Superior) pensadas para B-learning.