Matilde Neves foi a participante da IPVC Summer Week que mais quilómetros percorreu até Viana do Castelo. Estudante da Escola Secundária Fernão Mendes Pinto, em Almada, Matilde começou por conhecer esta academia através de um email enviado por uma professora. “A minha diretora de turma partilhou com a turma a oportunidade e a minha mãe também me incentivou”, conta a estudante. A estudante decidiu aceitar o desafio: “Não é todos os dias que nos oferecem a possibilidade de fazer tantas experiências novas”.

No início do terceiro dia da IPVC Summer Week, Matilde conta estar a “adorar poder descobrir novos cursos e instituições de ensino superior, tal como novas pessoas de todo o país”. Por outro lado, conta, ter a possibilidade de ficar numa residência de estudantes é também uma forma de ter um vislumbre do que é entrar no ensino superior. “Nunca sabemos ao certo como é uma experiência nos vai influenciar, mas é certo que nos vão trazer novos conhecimentos, criatividade e cultura”, reforça.

 

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 Matilde Pinto viajou de Almada para participar na IPVC Summer Week.


Para já, a estudante está a pensar prosseguir estudos escolhendo uma licenciatura em matemática, mas sente que ainda nada está decidido. “Nunca temos a certeza absoluta do que queremos e posso vir a interessar-me por algo que não conhecia”, explica Matilde. As atividades realizadas ao longo da semana, acrescenta, são uma boa forma de ter acesso a esse conhecimento – “podemos procurar informação na Internet, mas é diferente poder falar com estudantes ou professores e ver o que fazem”.


Uma viagem pelas vocações

Um dos objetivos da IPVC Summer Week é dar a conhecer vários cursos e profissões ligados a diferentes áreas do saber, com um foco nos temas da sustentabilidade, energia e sustentabilidade. Por essa razão, ao longo desta semana, vinte estudantes do ensino secundário e profissional têm realizado atividades ligadas a temas como Educação, Saúde ou Ambiente. “Liga-te às Artes e à Tecnologia”, é o lema da iniciativa.

Artes e Tecnologia foram, de resto, os pontos centrais do terceiro dia desta Academia Forum, com atividades realizadas em duas Unidades Orgânicas do IPVC: a Escola Superior de Educação de Viana do Castelo (ESE-IPVC) e a Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Viana do Castelo (ESTG-IPVC).

 

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Durante a manhã, o tempo dos estudantes foi dedicado às Artes, na ESE-IPVC, com a realização de um workshop de técnicas de impressão – a litogravura e a serigrafia. “O objetivo é dar a conhecer ferramentas nas técnicas de impressão que podem ser um passatempo ou dar a conhecer outras possibilidades no mercado de trabalho”, explicou à FORUM a docente da ESE-IPVC, Inês Oliveira.

As atividades ligam-se à oferta formativa da ESE-IPVC na área das artes plásticas, tanto ao nível das licenciaturas como dos Cursos Técnicos Superiores Profissionais (CTeSP). Divididos em grupos, os estudantes colocaram em prática a sua criatividade – um detalhe que, sublinha Inês Oliveira, está ligado a uma das marcas distintivas da escola: “Nesta escola, apostamos na criatividade e no pensamento crítico, não queremos uma formatação do estudante, queremos possibilitar um crescimento que lhes permita dar continuidade aos seus projetos pessoais”.

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Ao longo da manhã, foram vários os objetos utilizados para criar diferentes peças, entre pincéis, rolos, prensa, tintas, entre outros. Para Inês Oliveira, numa altura em que os materiais digitais são a norma, “explorar a vertente analógica acaba por ser um contacto importante”. “Os estudantes podem juntar estas duas vertentes de forma complementar”, realçou, antes de concluir: “E perceber melhor o digital, a partir do analógico”.

 

Por dentro da Tecnologia

A tarde começou com uma visita à ESTG-IPVC, onde os participantes tiveram oportunidade de realizar diferentes desafios e puzzles matemáticos. “Quisemos evitar uma abordagem apenas expositiva, apostando em atividades que desafiem os estudantes e os façam pensar fora da caixa”, explicou o docente Paulo Caldas.

 

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Ao longo de cerca de duas, divididos em várias estações, os participantes da IPVC Summer Week colocaram as suas capacidades de raciocínio à prova – uma tarefa que, destaca Paulo Caldas, serve para “mostrar que, por vezes, se estamos bloqueados num problema, necessitamos de mudar de perspetiva”.

Num dos laboratórios da ESTG-IPVC, rodeados de vários equipamentos e experiências, os estudantes puderam ainda perceber como a pensamento divergente é importante em áreas como Matemática e Física, acrescentou o docente: “Os exercícios de lógica e matemática relacionam-se com a área da Engenharia e servem para mostrar estas também são áreas criativas”.

 

Os ventos do oceano

Quem percorre a Marginal de Viana do Castelo avista facilmente três turbinas eólicas, ao largo da cidade. Os três aerogeradores de energia eólica formam o primeiro parque eólico flutuante da Europa – o WindFloat Atlantic – que se tornou plenamente operacional em 2020. Durante a tarde de hoje, os participantes da IPVC Summer Week tiveram oportunidade de visitar as instalações da empresa responsável por este projeto, a Ocean Winds, no Porto de Viana do Castelo.

O parque WindFloat Atlantic tem uma capacidade instalada de 25 MW e tem uma particularidade inovadora – são instaladas em plataformas flutuantes. “A grande inovação desta tecnologia está ligada aos conhecimentos de construção naval”, explicou José Pinheiro, da Ocean Winds, tornando-se possível "instalar estes aerogeradores não necessariamente em mar alto, mas também num porto”. Esta possibilidade, realçou, permite reduzir o custo de construção e também o impacto ambiental.  

 

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Numa apresentação realizada nas instalações da empresa, José Pinheiro recordou os primeiros passos tomados, há mais de uma década, com o desenvolvimento de um primeiro protótipo. Tudo começou com a realização de simulações utilizando softwares especializados, para estudar o comportamento das plataformas. Depois, chegou a altura da instalação. “Em 2010, instalámos uma primeira turbina perto da Póvoa do Varzim”, recordou José Pinheiro, revelando que, a partir dessa experiência, foi possível “perceber que a performance da turbina era tão boa como uma turbina em terra”.

Perspetivando o futuro, a evolução da política energética e ambiental irá trazer benefícios a este tipo de soluções, concluiu José Pinheiro: “Vamos ver este tipo de energia renovável a tomar conta dos mares e a oferecer grandes oportunidades no mundo do trabalho”. 

A IPVC Summer Week continua amanhã, com atividades marcadas para a Escola Superior de Ciências Empresariais, para realização de desafios digitais. À tarde, será a vez da Escola Superior de Desporto e Lazer acolherem os participantes, para realização de experiências tecnológicas em laboratório.