A Academia Leiria-In continua a levar 50 estudantes do ensino secundário e profissional a saber mais sobre tecnologia e inovação. As atividades de hoje levaram os participantes a vários pontos da região de Leiria, passando por localidades como Caldas da Rainha, Alcobaça, Porto de Mós ou Marinha Grande.
Começar sem pedras de tempo
O dia começou em Alcobaça, com a visita à Solancis – uma empresa que, ao longo dos últimos 55 anos, tem vindo a extrair, desenhar e transformar rocha calcária em Portugal. A visita passou pelos vários departamentos da empresa, mostrando como se relacionam ao longo do o processo produtivo – do design à carpintaria para embalamento. “A nossa pedra é do período jurássico, demorou centenas de milhões de anos a ser formada”, começou por salientar a responsável do departamento de comunicação da Solancis, Patrícia Ferreira, antes de concluir: “É por isso que a usamos de forma sustentável”.
Moldar o futuro com argilidade
Ainda durante a manhã, o grupo de estudantes teve oportunidade de conhecer a Vasicol, uma empresa sediada em Porto de Mós que produz anualmente 3 milhões de peças de olaria. A visita permitiu conhecer o processo de fabrico de várias coleções – Decorativa, Utilitária e de Jardim, por exemplo, terminando no showroom da empresa, construída no local onde, há mais de 100 anos, se localizava a olaria. “Foi aqui que começou a história da Vasicol”, explicou a diretora criativa, Isa Parracho.
TESTEMUNHO
«Este contacto pode mudar as nossas mentalidades»
“Hoje foi um dia que nos deu a conhecer várias coisas novas. Penso que este contacto com a indústria nos pode abrir novas portas e mudar as nossas mentalidades. Eu não conhecia a forma como uma indústria se organiza e é completamente diferente do que imaginava. Surpreendeu-me bastante ver que, para fazer uma peça, há muitos passos envolvidos. Por outro lado, como quero estudar fisioterapia, gostei das experiências na área da biologia que realizámos no CDRSP. A semana tem sido fantástica, o nosso grupo é incrível e muito unido”
Rodrigo Maltinha, 17 anos, Escola Secundária Lima de Freitas, Setúbal
Marinha Grande Investigação
A tarde foi passada no Centro para o Desenvolvimento Rápido e Sustentado do Produto (CDRSP), na Marinha Grande, uma unidade de investigação do Politécnico de Leiria. Ao longo de várias estações, foi possível realizar experiências práticas em áreas como biologia ou fabricação aditiva, por exemplo. “Queremos chamar jovens para a investigação científica”, explicou a co-responsável do Laboratório de Caracterização de Materiais do CDRSP Margarida Cabrita Franco, recordando que “os projetos integram estudantes bolseiros”. “Os estudantes são muito importantes para a continuação [da missão da Ciência] e tentámos criar experiências práticas, que mais facilmente vão criar memórias e gosto”, reforçou.
A missão do CDRSP
Fundado em 2007, o CDRSP assume-se como um espaço onde é possível encontrar tecnologia topo de gama, colocada ao serviço da indústria e da sociedade. Desde 2016, dispõe de instalações próprias na Marinha Grande, com 2000m² de laboratórios dedicados ao fabrico digital e ao desenvolvimento tecnológico. "Aqui faz-se Ciência através de iniciativas ligadas a empresas, de investigação aplicada, e também projetos de Ciência fundamental, em ligação à academia", explicou Margarida Cabrita Franco.
Leiria-In ruma a Peniche
A Leiria-In continua amanhã, com um dia passado na Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar (ESTM) do Politénico de Leiria, em Peniche. A inovação tecnológica e científica estará novamente em destaque, com atividades que vão dar a conhecer cursos, profissões e o mundo do Ensino Superior.