Ainda que a altura da escolha por um curso superior ainda esteja relativamente distante, David Santos, de 17 anos, diz estar já "inclinado para escolher uma área tecnológica". "Estou a contemplar a licenciatura em engenharia automóvel", conta o estudante, natural do Seixal, antes de explicar que encontra nesta área um especial interesse: "Tenho curiosidade em compreender o funcionamento dos automóveis e encontrar formas de os melhorar".
O estudante David Santos vive no Seixal e está a considerar prosseguir estudos na área de engenharia automóvel.
Ainda antes de participar na Academia da Indústria, a licenciatura do Politécnico de Leiria nesta área já lhe havia sido recomendada. Hoje, depois de cinco dias de experiências tecnológicas ligadas às várias unidades orgânicas desta instituição de ensino superior, David considera que "as expectativas foram confirmadas". "Gostei muito das condições da oficina de mecânica automóvel", reforça.
Participar na Leiria-In, conta o estudante, foi "uma boa experiência para quem nunca tinha saído da sua zona de conforto". Para David, conhecer 49 estudantes de todo o país foi um desafio que "correu bem", uma vez que "o grupo tem um espírito fantástico com uma energia que nunca tinha visto".
Como resolver problemas
Realizou-se hoje o quinto e último dia de atividades da Academia da Indústria. De manhã, na Campus 2 do Politécnico de Leiria, os estudantes puderam conhecer vários cursos e departamentos de duas escolas superiores desta instituição – a Escola Superior de Saúde e a Escola Superior de Tecnologia e Gestão.
Divididos em três grupos, os participantes da Leiria-In visitaram o laboratório de robótica da ESTG, onde o docente Hugo Costelho partilhou alguns dos exemplos de projetos realizados por estudantes. “Quisemos mostrar as várias áreas em que a robótica se insere”, explicou Hugo Costelho, realçando que este laboratório se pauta por uma “ligação forte com as empresas, resolvendo problemas por elas colocados”. A recente criação da Universidade Europeia RUN-EU, liderada pelo Politécnico de Leiria, foi ainda destacada pelo docente.
Relativamente ao interesse da área da robótica para as gerações mais jovens, Hugo Costelho destacou a grande procura por estes profissionais por parte das empresas. “As empresas estão cada vez mais automatizadas”, explicou, revelando que há muitos pedidos de diplomados. Por outro lado, o facto da robótica ser uma área “muito prática, que trabalha com coisas reais” também pode ser interessante, concluiu.
Da Mecânica à Saúde
Noutro dos espaços do Politécnico de Leiria, nas oficinas do Departamento de Engenharia Mecânica da ESTG, os estudantes tiveram possibilidade de aprender “operações simples de manutenção de um carro”, contou o professor Paulo Carvalho. Trocar pneus, verificar fusíveis ou níveis de óleo e trocar lâmpadas foram algumas das tarefas realizadas. “A ideia é que possam quebrar um pouco o receio de mexer nos mecanismos”, explicou o docente.
Por fim, na Escola Superior de Saúde, foi o curso de Terapia da Fala que esteve em destaque. Ao longo de várias estações, foi possível aos estudantes do ensino secundário que participam na Leiria-In “saber mais sobre a profissão de terapeuta da fala”, revelou a docente Carina Pinto.
Os exercícios tiveram como objetivo mostrar que esta ocupação ultrapassa o imaginário da intervenção junto de crianças. “Um dos maiores trunfos desta área é a diversidade de âmbitos de atuação e públicos envolvidos”, realçou Carina Pinto, que destacou ainda a existência de estágio a partir do segundo ano da licenciatura da ESS: “Os alunos podem acumular prática, o que facilita a transição para o mercado de trabalho e a especialização”.
A tarde foi passada na praia de São Pedro de Moel, onde se ultimaram os preparativos para a Gala de Encerramento da Academia da Indústria. Durante o evento, cada equipa realizou uma apresentação que colocou em destaque as experiências e aprendizagens realizadas durante esta semana. A música e o teatro foi uma das principais formas utilizadas pelos estudantes para expressar os momentos vividos.
A Academia da Indústria encerra assim a sua nona edição, depois de cinco dias ligados à tecnologia, à realidade empresarial e à inovação. À medida que a Leiria-In se aproxima do final, David Santos é desafiado a escolher uma atividade mais marcante, dentro das realizadas esta semana, sem conseguir eleger um momento em específico. "Penso que todas as atividades que realizei esta semana tiveram o seu papel e complementam-se", explica, antes de concluir: "Sinto que não poderia ter sido de maneira diferente".
