É pelo início que faz sentido começar, explicou João Carlos Almeida, enquanto guiava os participantes numa visita à Sociedade de Porcelanas de Alcobaça - SPAL. Por essa razão, o percurso pelo interior da empresa começou pelo departamento de desenho e modelagem. 

A patir daí, foi possível “compreender o processo produtivo de forma integrada”, realçou João Carlos Almeida. Um processo que parte de quatro matérias primas – argila, areia, feldspato e caulino – e que envolve duas fases de cozedura e uma queima.

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Há uma grande probabilidade de cada um destes estudantes já ter tido nas mãos, a certa altura, uma peça produzida nesta empresa que emprega 470 trabalhadores e exporta para 70 países. Quando um dos trabalhadores explicou o processo de moldagem, realçou: “agora, quando tiverem um bule nas mãos, já vão saber a complexidade envolvida”.

A manhã do quarto dia do Leiria-In incluiu a visita a duas fábricas de cerâmica. Para além da SPAL, a Arfai, em Alcobaça, foi também visitada, com passagem pelo processo de fabrico e pelo showroom.

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Em muitas das estações, foi possível observar trabalho manual, da desmoldagem aos últimos retoques. Ainda que, hoje em dia, “cerca de 70% da produção seja mecânica”, destacou João Carlos Almeida, a indústria da cerâmica conta ainda com muito trabalho manual, sendo um encontro entre os dois mundos.

A arte da indústria
A mesma nota foi a tónica na visita à Escola Superior de Arte e Design do Politécnico de Leiria, nas Caldas da Rainha. Divididos em três grupos, os estudantes participaram em workshops de serigrafia, fotografia e de fabrico de pins. Nesta última, de resto, foi votado um logótipo oficioso da Academia da Indústria.
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Em comum, destacou a responsável do Gabinete de Eventos e Comunicação da ESAD, Anabela Moreira, estas atividades “puxam pela criatividade dos participantes”. “Quisemos mostrar que, com pouca coisa, se pode fazer muito”, reforçou.

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Esta abordagem criativa, acrescentou, é também uma forma de “dar a conhecer o trabalho da ESAD” e de “fortalecer a capacidade de trabalho em equipa”. Por outro lado, fica também patente que a arte “não é só quadros ou pinturas” e que “para fazer algo, é necessário pensá-lo”.

A ligação entre arte e indústria foi também sublihada por Anabela Moreira. Se existe a perceção de que uma fábrica resulta invariavelmente na produção em série de peças sem identidade, para a responsável, essa é uma visão redutora: “em design de produto, é possível criar objetos únicos e inovadores”.

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E o produto?
De volta à Marinha Grande, o resto da tarde consistiu numa visita ao Centro para Desenvolvimento Rápido e Sustentado do Produto (CDRsp) do IPL, numa visita aos diferentes laboratórios. Depois de, desde 2007, funcionar em instalações cedidas pela Câmara Municipal da Marinha Grande, este centro de investigação mudou-se em novembro de 2015 para a sua morada atual.

Os estudantes puderam conhecer tecnologias de diferentes áreas: da engenharia inversa à impressão 3D e realidade aumentada, passando pela biofabricação e pela análise de materiais. De acordo com o Diretor do CDRSP, Nuno Alves, o objetivo passou por, precisamente, mostrar a ligação entre as várias áreas de investigação. “Num contexto em que os desafios são cada vez mais complexos, há necessidade de equipas multidisciplinares”, reforçou.

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A passagem destes estudantes pelo CDRSP reveste-se, para Nuno Alves, de especial importância, tendo em conta que “existe a necessidade de explicar de forma simples” a aplicação da investigação científica.

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O dia fechou com a atuação de três tunas do Politécnico de Leiria: InstiTuna, Tuma Acanénica e Trovantina. Para além de alguns clássicos, houve ainda tempo para originais e mesmo para a participação dos estudantes.

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