Depois de se ter dado a conhecer com “Rua das Marimbas n.7”A garota não editou “2 de Abril”, o segundo álbum de originais, onde homenageia as memórias do bairro onde cresceu e propõe uma viagem pelas inquietações do presente e em busca do amor. O disco saiu em versão física a 2 de abril, mas já chegou a todas as plataformas digitais e arranca agora por uma viagem por Portugal para várias apresentações ao vivo.

Cátia Mazari Oliveira, mais conhecida como A garota não, nasceu no bairro 2 de abril, em Setúbal, no ano de 1983. A música esteve sempre presente na sua infância, seja através dos discos do pai, que ouvia José Afonso, Rui Veloso, Bob Dylan ou Neil Young, fosse através da música que os seus vizinhos faziam ecoar pelas ruas do bairro e que iam do flamenco à música africana, passando pelo rock e pela música eletrónica. Depois de alguns anos a tocar jazz e música popular brasileira, apresentou-se em nome próprio em 2019 com o aclamado “Rua das Marimbas n.7”, um álbum que a fez percorrer uma tour com mais de 40 espetáculos. 


Três anos depois regressa às edições discográficas com “2 de Abril”. O bairro 2 de abril era um conjunto de prédios fechados sobre si com pátios ao centro, para os quais todas as varandas ou patamares convergiam. Esses pátios eram transformados em verdadeiros estúdios de cinema, sendo apropriados coletivamente como espaços de aventuras, brincadeiras, partilha e muita inocência. 

“É a partir destas memórias que a compositora construiu um álbum povoado de histórias, fotografias e canções que igualmente convocam as múltiplas inquietações do presente – da gentrificação à afirmação da extrema-direita, das desigualdades de género à xenofobia, da crise dos refugiados à pobreza e à exclusão social”, refere Cátia Oliveira. Para a cantora e compositora, este é um trabalho que “fala do quotidiano sem glamour, de movimentos perpétuos e da fé que perdemos. Mas também fala de horizonte e de fôlego infinito - o que nos chega quando as coisas puras nos entram pelos olhos adentro”

Preenchido com 20 temas originais, este é um álbum longo e diverso que a autora assume ser uma “uma viagem pela amizade e pelos desencontros que semeiam valor, e sobretudo uma viagem de busca pelo amor”. Entre as memórias do passado e as urgências do presente, “2 de Abril” é um trabalho “temperado com vontade, comoção, raiva, cansaço e aquela dose de angústia de onde se arrancam os temas mais doridos. E depois serenidade. E depois alegria. E no fim disto tudo, uma grande gratidão”.

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