Tóquio 2020 acabou no começo de Agosto, mas certamente foi uma edição especial para os portugueses. Essa competição marcada pela pandemia foi resultado de uma longa trajetória que começou há muitos anos.

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#1 A estreia do Andebol Português em Tóquio

Portugal foi um dos dois estreantes nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, ao lado do Bahrein. Sua qualificação bem-sucedida para os Jogos não poderia ter sido mais parecida com uma montanha-russa.

A classificação foi marcada por uma ascensão acentuada para se sentar entre os melhores do handebol global nos últimos anos; resultados históricos nos principais campeonatos mais recentes, aos quais voltaram após longas ausências de quase duas décadas; a perda repentina e trágica do companheiro de equipe Alfredo Quintana; e a garantia seu lugar em Tóquio 2020 da maneira mais dramática possível.

Em janeiro de 2020, o país voltou ao campeonato europeu pela primeira vez desde 2006, onde derrotou potências como a campeã mundial recorde França e Suécia, que chegariam à final do Mundial um ano depois.

Porém, o começo de 2021 foi marcado por uma tragédia. Alfredo Quintana sofreu uma parada cardíaca durante um treinamento com o seu clube, o FC Porto, e faleceu em poucos dias.

Em março, a equipe viajou para as qualificatórias de Tóquio 2020, recém-saída dessa derrota, mas determinada a fazer justiça à memória de Quintana e realizar o sonho comum de chegar aos Jogos.

Infelizmente, o time português foi eliminado logo na fase classificatória de Grupos, após ter sido derrotada pela Suécia, Dinamarca e Japão. Mesmo assim, a seleção não se deixou desanimar e já está de olho nos próximos eventos.

 

#2 O fim de um sonho: Fernando Morais testou positivo para COVID-19

O surfista de 29 anos de Cascais tinha uma viagem marcada à capital nipónica no dia 23 de julho para se juntar às compatriotas Yolanda Sequeira e Teresa Bonvalot, que participaram nas competições de surf na praia de Tsurigasaki, a cerca de 100 quilómetros.

Entretanto, Morais divulgou um comunicado nas redes sociais, a anunciar que seu teste foi positivo para COVID-19. Por esta razão, ele foi obrigado a perder a estreia olímpica do desporto no Japão

É importante lembrar que Morais é considerado o melhor surfista europeu nos Jogos de Tóquio. Mas sua ausência deu chance

 

#3 O pódio inédito de Fernando Pimenta na Canoagem K1

No RIO-2016, a medalha de Fernando Pimenta escapou por pouco. Ele terminou em 6º, com um resultado pior na final do que nas classificatórias. Mas ele não se deixou abater. Continuou a competir e veio para Tóquio com sede de vitória.

Com uma boa largada, o português chegou a liderar durante uma parte da final, mas foi ultrapassado pelos húngaros Balint Kopasz, o novo recordista olímpico, e de Adam Varga.

No pódio, Pimenta dedicou o bronze a sua filha, que disse ser sua maior vitória, independente de medalhas.

Em Londre 2012, ele e Emanuel Silva já tinham feito história antes quando se tornaram os primeiros remadores portugueses de velocidade a ganhar uma medalha nos Jogos Olímpicos. A dupla conquistou a prata no K2 1000m.

 

#4 Patrícia Mamona quebrou o recorde nacional no salto triplo

Patrícia Mamona foi uma das atletas afetadas pelo COVID durante a pandemia. Sua experiência com a doença foi tão grave que quase não conseguiu comparecer ao Mundial em 2020.

Entretanto, mesmo com as adversidades, a portuguesa conseguiu chegar ao pódio em Tóquio. Ela conquistou a medalha de prata com a marca de 15,01 metros.

E, ainda, aumentou em 35 centímetros o seu recorde pessoal. O recorde nacional (14.66m), que foi ultrapassado 3 vezes em Tóquio, também era dela, tendo sido estabelecido em 9 de julho durante o mundial.

Mamona estabeleceu o novo recorde como 15.01 - em uma competição em que deu três saltos acima de sua melhor marca anterior (14,91, 15.01 e 14.97). Com isso, garantiu a condição de vice-campeã olímpica.

Na final, apenas foi derrotada pela venezuelana Yulimar Rojas, que começou por quebrar o recorde olímpico (15,41 metros) e fechou com o recorde mundial (15,67).

Mamona, que tem 32 anos, conquistou a 26ª medalha de Portugal nos Jogos Olímpicos, a segunda em Tóquio 2020, depois de o judoca Jorge Fonseca ter conquistado o bronze na categoria -100 kg.

 

#5 Pedro Picardo: Primeiro ouro de Portugal desde 2008

Um recorde nacional de salto triplo de 17,98 m ajudou Pedro Pablo Pichardo a conquistar a primeira medalha de ouro olímpica de Portugal em qualquer esporte em Tóquio em 13 anos. A última havia sido quando Nelson Évora conquistou o mesmo título em Pequim em 2008.

A vitória também alcançou a maior marca de medalhas da história do país. Foram quatro em todos os eventos de uma única Olimpíada - a quinta medalha de ouro da história - com todas disputadas no atletismo.

Assim como quando ele ganhou o Campeonato Europeu de Atletismo Indoor em Torun, na Polônia, em março, todos os saltos legais do atleta de 28 anos no Estádio Nacional do Japão foram mais de 17 metros e melhores do que os de seus rivais.

Ele chegou como favorito, logo à frente de Hugues Fabrice Zango de Burkina Faso, que quebrou o recorde mundial indoor no início deste ano. Mas quando Pichardo flutuou ritmicamente através das três fases e saltou para 17,61m com seus dois primeiros esforços, ficou claro que ele não seria páreo para nenhum dos adversários

 

#6 O que esperar dos Jogos Paraolímpicos de Tóquio?

Agora que os Jogos Olímpicos acabaram, os apostadores não precisam se preocupar em ficar sem opções. Algumas casas de apostas, como a Moosh Portugal, permitirão que os seus usuários deem palpites também nos Jogos Paraolímpicos que serão disputados entre 24 de agosto e 5 de setembro.

Nessa competição, 33 atletas portugueses vão participar em disputas de:

  • ciclismo,
  • hipismo,
  • natação,
  • badminton,
  • canoagem e
  • judô.

Ao contrário das Olimpíadas, a delegação pequena não significa que Portugal não tem chances de ganhar medalhas. Durante as 10 edições em que participou das Paraolimpíadas, o país já acumulou 92 medalhas.