O problema da sobrequalificação em Portugal agravou-se em 2022 com quase um quarto dos jovens portugueses com um grau superior a trabalhar numa profissão que não exigia este nível de escolaridade. Dados divulgados esta semana pela Fundação José Neves indicam que mais de 22% dos jovens tem habilitações a mais para o emprego que exercem atualmente. Estes números representam uma inversão da tendência de decréscimo que se verificava desde 2018.

Em 2021 a percentagem de jovens a exercer empregos para os quais estavam sobre qualificados situava-se nos 19,9%, com este número a crescer 2,5% e a fixar-se nos 22,4% em 2022. 

 

 

 

As informações reveladas no último Insight da Fundação José Neves, mostram que o problema da sobre qualificação tem sido superior para as mulheres (24,1% em 2022) em todos os anos analisados quando em comparação com os homens (19,9% em 2022). De acordo com a nota elaborada pela Fundação, este número "não será alheio ao facto da proporção de mulheres jovens com ensino superior ter sido sempre superior à dos homens na última década".

A nota da Fundação José Neves explica ainda que "em média, níveis de escolaridade mais elevados estão associados a vantagens no mercado de trabalho, como maior taxa de emprego, emprego de melhor qualidade e salários superiores". Mesmo assim, "para uma parte significativa dos mais qualificados, sobretudo os jovens, existe um desajustamento entre as suas qualificações e a ocupação que desempenham", completa.

O Insight da Fundação José Neves pode ser consultado aqui