Quando pensamos o futuro, as mudanças climáticas emergem como um tópico incontornável. De igual forma, as preocupações com a área da sustentabilidade são hoje uma prioridade para empresas e organizações, que trabalham diversos planos de impacto ambiental, estudando e avaliando as consequências de certas atividades para o meio ambiente.

Esta atividade é realizada em vários contextos profissionais: indústria, investigação científica ou políticas públicas, por exemplo. Identificadas as consequências da ação humana, são desenvolvidos planos de intervenção, com vista a melhoria das condições dos ecossistemas e das populações locais.

 

 

Neste contexto, é expectável que, durante os próximos anos, uma série de profissões e competências ligadas à Economia Verde se tornem centrais no mundo do trabalho. Ao apoiarem empresas e organizações a ajustar o seu impacto no planeta, estes profissionais serão peças-chave na busca de um mundo mais sustentável, procurando ativamente um futuro melhor.
 

O fim do “desperdício”

O que é a Economia Circular? Comecemos pelas vantagens, que são muitas e atrativas. Crescimento Económico, benefícios ambientais e na qualidade de vida dos cidadãos são algumas delas. Tudo isto, a partir de uma ideia simples que é a base do conceito de Economia Circular: partilhar, reutilizar, reparar e reciclar produtos.

Imagina uma unidade de moagem, para a indústria de panificação e fabrico de pão. Há grãos que entram, produtos que saem. Pelo meio, há subprodutos que podem ficar pelo caminho – a sêmea ou a farinha forrageira são alguns exemplos. A pergunta revolucionária que está na base da Economia Circular é apenas: “E se utilizássemos estes ‘desperdícios’?”.

 

 


«De acordo com o Parlamento Europeu, a Economia Circular pode significar poupanças no valor de 600 mil milhões de euros»


 

 

 

Todos os anos, são produzidos 2,5 mil milhões de toneladas de lixo na União Europeia. Por essa razão, o Parlamento Europeu tem vindo a destacar o tema da Economia Circular e a legislação europeia foi atualizada relativamente à gestão de resíduos. De acordo com o Parlamento Europeu, a Economia Circular pode significar poupanças no valor de 600 mil milhões de euros – 8% do volume de negócios atual das empresas da EU – e a redução das emissões anuais totais de gases com efeito de estufa entre 2 a 4%.

Neste contexto, a Economia Circular é uma das forças motrizes do mercado de trabalho do futuro, criando oportunidades para profissionais qualificados projetarem sistemas, processos e produtos de forma mais eficiente e sustentável. Nesse sentido, especialistas em reciclagem, reutilização, design e gestão de resíduos são cada vez mais valorizados.

 

 

Este é um setor conhecido pelo estímulo à inovação, ao impulsionar novas indústrias e até modelos de negócio, a partir de sinergias. Neste sector, profissionais que possam conectar tecnologia, sustentabilidade e eficiência terão um papel vital na economia do futuro.


O mundo em movimento

Num mundo globalizado, a mobilidade desempenha um papel fundamental. No entanto, as necessidades de mobilidade, principalmente devido à dependência de fontes de energia não renováveis, têm tido um impacto significativo no meio ambiente. Nesse contexto, a mobilidade sustentável, particularmente a mobilidade elétrica, surgiu como uma alternativa mais ecológica para o transporte de pessoas, bens e mercadorias.

As fontes de energia renovável estão no centro das atenções no campo da mobilidade, proporcionando uma redução significativa da poluição e um uso mais eficiente da energia gerada. A mobilidade elétrica reduz as emissões de carbono, o que ajuda a diminuir a pegada ecológica associada à mobilidade. Muitas cidades em todo o mundo estão a adotar programas de incentivo à mobilidade elétrica.

 

 

Em Portugal, as vendas de veículos elétricos tiveram um crescimento significativo, com um aumento de quase 70% em janeiro de 2022 em comparação com o ano anterior. A quota de mercado de veículos elétricos ultrapassou os 20% no início de 2022, destacando o rápido crescimento dessa indústria no país.

Este contexto tem criado uma procura crescente por profissionais com conhecimentos específicos na eletrificação de transportes, produção de veículos elétricos e infraestruturas associadas. A condução autónoma é outra das tendências que está a emergir como uma área relevante no mercado da mobilidade.

As qualificações nas áreas de Economia Circular, Sustentabilidade e Mobilidade Sustentável são essenciais para enfrentar os desafios ambientais, promover o crescimento económico e contribuir para um mundo mais verde e sustentável. Essas áreas não apenas oferecem oportunidades de carreira significativas, mas também desempenham um papel vital na proteção do nosso planeta e na construção de um futuro melhor.