Desde que se recorda, Diogo Alves sempre foi fascinado por peixes. Já em criança, conta à FORUM, criava carpas Koi com o pai. “Sempre achei especial ter um peixe que pode chegar a viver 120 anos”, explica o jovem, natural da Mealhada.

Na altura de escolher um curso superior, a decisão surgiu naturalmente – a licenciatura em Biologia, na Universidade de Aveiro. Mais tarde, no final do curso, assim teve a oportunidade de especializar na área que o apaixonava, Diogo não hesitou, ingressando no mestrado em Aquacultura na Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar (ESTM).

 

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Em Peniche, numa experiência marcada pela pandemia e pelo ensino à distância, diz ter encontrado “bons professores” e uma oportunidade que se viria a transformar no início da sua carreira profissional. Isto porque, terminado o estágio curricular na SEAentia, Diogo foi convidado a ficar na empresa. “Trabalhar na indústria durante o estágio ajuda muito”, destaca, salientando a possibilidade de colocar “as mãos na massa”. “Ou as mãos na água”, acrescenta, entre risos.

Diogo é hoje técnico de Aquacultura na SEAentia e recebeu hoje os cinquenta estudantes do ensino secundário e profissional que participam na Semana Tanto Mar. A manhã foi ocupada com visitas a duas empresas que trabalham com pescado no Porto de Peniche. Para além da SEAentia, que se ocupa de aquacultura de corvinas, foi ainda possível conhecer a Omnifish.

 

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“A aquacultura, quando bem feita, é uma alternativa sustentável à pesca”, realça Diogo Alves, destacando a possibilidade de, por exemplo, criar rações criadas a partir de subprodutos da indústria do pescado, numa lógica de “economia azul circular”. “É o futuro do nosso planeta”, concluiu.


A rota dos peixes

Na Omnifish, o responsável de produção, Vítor Sobreiro, começou a vista com um anúncio: “Vamos fazer o caminho dos peixes”. A visita a esta empresa de transformação de pescado, localizada no Porto de Peniche, acompanhou as várias estações de receção e processamento das várias espécies de peixe.

A Omnifish define a sua atividade como a comercialização de peixe fresco, estando presente em vários portos de pesca nacionais. Recebendo pescado fresco selvagem e proveniente de aquacultura, esta empresa seleciona e transforma esta o peixe para “manter a máxima frescura”.  

 

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“Há muito trabalho envolvido para que o peixe possa aparecer no prato”, destaca Vítor Sobreiro, deixando o desejo que esta visita tenha servido para mostrar essa atividade. “Desta forma, é também possível conhecer o valor que a pesca representa na economia nacional”, concluiu.

 

Da lota ao clube

Durante a tarde, os participantes da Tanto Mar tiveram a oportunidade de continuar a explorar o Porto de Peniche. Na Docapesca, foi possível conhecer esta entidade que realiza a intermediação entre os pescadores e os compradores de pescado. Numa visita guiada pela diretora de portos e pescas do Centro, Ana Paulino, os estudantes ficaram a conhecer o processo implementado que passa pela classificação, verificação e leilão do pescado. 

"Espero que os estudantes levem consigo a importância desta atividade", explicou à FORUM Ana Paulino. "Normalmente, a pesca é associada ao setor primário, mas há imensas outras atividades integradas", acrescentou, sublinhando exemplos como o abastecimento da cadeia alimentar ou os desportos naúticos. Estes são eixos de atuação da Docapesca em Portugal, nas 25 estruturas que detém nos portos nacionais, bem como a "construção e reparação de barcos" e a aposta "na economia azul e sustentabilidade". 

 

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Já no Clube Naval de Peniche, foi o desporto que esteve em destaque, com uma explicação das várias embarcações utilizadas em desportos náuticos, bem como do equipamento a utilizar como pagaias ou coletes de flutuação. 

A treinadora de vela do CNP, Diana Saudade, explicou que, com esta atividade, se procurou divulgar o desporto náutico junto dos participantes. "Numa região como Peniche, esta atividade é muito importante", reforçou. O Clube Naval de Peniche integra várias modalidades competitivas na sua atividade: vela, caça submarina, pesca a caiaque e modelismo náutico. "O desporto acaba por ter um impacto importante noutras dimensões como o turismo", concluiu. 

As Semana Tanto Mar continuou depois de jantar, com uma palestra ligada ao tema Empreendedorismo e Mar, dinamizada por João Correia, que partilhou a forma como fundou a empresa “Flying Sharks”, durante a palestra “Tubarões, Melgas e Rock&Roll”. Numa intervenção que recapitulou o seu percurso de vida e procurou "partilhar alguns conselhos", o também docente da ESTM destacou os vários momentos chave que o levaram a ser um biólogo marinho especialista em tubarões. 

 

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A Semana Tanto Mar continua amanhã com um dia dedicado ao desporto. As atividades começam com uma aula de surf.