A maioria dos adolescentes portugueses que participou no estudo ySKILLS avalia as suas competências digitais como elevadas. Quase todos sabem proteger os seus dispositivos digitais e escolher adequadamente o meio para comunicar com alguém (telefone, mensagem whatsApp, e-mail). Contudo, os resultados mostram que apenas metade avaliou corretamente as afirmações sobre como funciona a internet.

Estas duas competências digitais (proteção dos dispositivos e escolha do meio para comunicar) estão também no topo nos outros países participantes: Alemanha, Estónia, Finlândia, Itália e Polónia, assinala Cristina Ponte, docente do Departamento de Ciências da Comunicação da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboa (NOVA FCSH) e coordenadora da equipa portuguesa.

No fim da lista de 24 competências analisadas, “menos de metade dos adolescentes portugueses não tem dúvidas de que sabe usar as funções avançadas de procura nos motores de busca, reportar conteúdos negativos sobre si ou sobre grupos a que pertencem e fazer com que muitas pessoas vejam o que publicam online. Porém, estes três valores estão ligeiramente abaixo da média europeia”, declara Cristina Ponte.


"Os portugueses ficaram abaixo da média nas respostas corretas"


Os resultados europeus apontam que apenas metade dos adolescentes avaliou corretamente afirmações verdadeiras e falsas sobre como funciona a internet, em perguntas que incidiram na pesquisa de informação e em redes sociais, o seu ambiente digital mais presente. “Os portugueses ficaram abaixo da média nas respostas corretas sobre credibilidade da informação e coincidiram com os seus colegas de outros países nos valores mais elevados e mais baixos de respostas corretas: o uso de hashtags aumentar a visibilidade de uma publicação, e a primeira publicação que veem nas redes sociais ser a mais recente de um dos seus contactos, respetivamente”, acrescenta a docente.

Estes dados permitem “olhar para cada país de forma mais abrangente, ao reunir países com níveis distintos de penetração digital e culturas”, destaca Cristina Ponte. Neste ponto, os resultados portugueses indicam “uma mais frequente comunicação com familiares e uma relativamente maior procura de informação em matérias de saúde e bem-estar por parte dos nossos adolescentes”.

Para a docente, as diferenças entre o que adolescentes declaram saber fazer online e o seu conhecimento sobre como funciona o digital devem ser levados em conta nos programas de capacitação digital. “Quando falamos de internet segura devemos considerar não só proteção contra riscos, mas também aquisição de competências, funcionais e críticas. Esta geração nasceu com o digital, mas as competências digitais não são inatas”.

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