As honras de abertura do evento apresentado por Maria Botelho Moniz couberam a Tito Rodrigues, Head of Legal da DECO Proteste e especialista em direito do consumo, que frisou que a Internet é, cada vez mais, algo “omnipresente, omnisciente nas nossas vidas”, ou não nos dissessem as estatísticas que 3 em cada 4 pessoas utilizam a Internet. Chamando a atenção para a chegada da 5G, este mundo novo, que permite às pessoas comunicarem e aprenderem de formas incríveis, está a prestes a viver “uma verdadeira revolução”. “Na Deco Proteste não poderíamos ficar de braços cruzados, sobretudo tendo em conta que Portugal ocupa um desonroso 3.º lugar no que diz respeito aos riscos e problemas associados ao consumo da Internet”, disse à plateia.

Por isso, nesta 3.ª edição da iniciativa Net Viva & Segura que agora começa, tentou inovar-se para além dos Workshops e das Net Talks da edição anterior – ali recordados por Fernanda Santos, coordenadora da DECOJovem – apostando no Gaming Net Viva & Segura na Escola. Trata-se da promoção, nos equipamentos escolares, de pequenas competições online durante os intervalos, organizando os jovens para jogar em equipas e sempre acompanhados de um animador. No campo das novidades há ainda a registar o ambicioso Roadshow por 20 cidades/escolas, a realizar um em cada distrito de Portugal Continental, incluindo Açores e Madeira. O NET Viva & Segura tem como destinatários os alunos com idades compreendidas entre os 13 e 17 anos, a frequentar escolas do Ensino Básico e Secundário. “Esperamos atingir mais de 25 mil alunos”, confessa Fernanda Santos. E ainda mais se contabilizarmos o site e os vídeos protagonizados por influencers, uma arma eficaz na comunicação com o público jovem sobre a importância de questões como a privacidade.

Net Viva & Segura apresenta 3.ª edição


Proteger a tua privacidade
Porque o projeto visa promover uma maior segurança na forma como te relacionas na Internet e sensibilizar-te para a importância de protegeres a tua privacidade nas redes sociais, também Helena Martins em representação da Google, explicou de que forma esta empresa de dimensão internacional está empenhada em tentar colaborar para a diminuição dos comportamentos de risco entre crianças e jovens. Ferramentas e produtos, políticas de utilização, e programas e parcerias são os grandes pilares. “E é aqui que se insere este projeto, no âmbito do qual disponibilizamos informação para mais facilmente se navegar na net em segurança. Esta parceria é o reflexo dessa preocupação. A transformação digital é cada vez mais vertiginosa e não vai parar. Temos de dar poder aos utilizadores para que essas experiências sejam positivas”, alertou a porta-voz da Google.

Também Luís Silveira Rodrigues, vice-presidente da DECO, alertou que o “impacto digital nas nossas vidas é inquestionável”, sobretudo entre os denominados “nativos digitais”. Sim, estamos a falar de ti. É para este público-alvo que existe a DECO Jovem, um projeto em desenvolvimento junto de 3 mil escolas há mais de 20 anos.

O evento abarcou duas mini-talks sobre Inclusão e Educação Digital para Todos e Digital Change Markers. O primeiro painel contou com as opiniões de José Vítor Pedroso (Direção-Geral da Educação), Nuno Rodrigues (INcoDE.2030) e Helena Martins (Google). O segundo foi abrilhantado por Diogo Faro e Ana Esteves (#movimentonaoenormal), Andreia Galvão (Greve Climática Estudantil) e João Martins (Insafe European Network). Seguiu-se depois a atribuição dos prémios Net Viva & Segura 2, nas categorias de Cortesia Não é Fantasia, Ligações Seguras e Partilha com Segurança, as turmas de escolas de Ponte de Lima, Vila Franca de Xira e Coimbra.

Net Viva & Segura apresenta 3.ª edição

No encerramento da sessão, o Secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor, frisou que este é “um trabalho muito relevante e importante”. “A condição de consumidor é intrínseca à própria cidadania e, nesse sentido, depende de nós refletirmos se estamos ou não protegidos no nosso direito”, alertou João Torres. “Nesta sociedade cada vez mais digital, existem grandes oportunidades para as pessoas e as empresas mas também novos desafios complexos. Portugal tem feito um trabalho notável em matéria de defesa do consumidor mas agora seremos obrigados a fazer uma evolução ainda maior, pois as leis do mundo físico não se aplicam ao virtual. Temos de apostar na literacia financeira e digital”, rematou. 

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