Hoje, um domingo de julho, Tomar é uma cidade muito diferente do que há uma mera semana. A Festa dos Tabuleiros já passou e, com ela, toda a enorme agitação que transformou as ruas da cidade. No entanto, começa agora um novo tipo de agitação para esta cidade do Centro do País: a Tomar Emotional Academy traz jovens de todo Portugal Continental para conhecer o Politécnico de Tomar (IPT) e o seu universo.
As boas-vindas foram dadas pelo Vice-Presidente do IPT, o Eng.º Nuno Madeira: “esta é a academia das emoções – espero que tenham boas emoções nesta semana”. A Pró-Presidente Rita Anastácio também reforçou esta mensagem, acrescentando “aproveitem para nos conhecer, para fazer perguntas”.
Para começar a conhecer o Instituto Politécnico de Tomar, o Eng.º Nuno Madeira apresentou a oferta formativa desta instituição, aproveitando para sublinhar alguns aspetos que considera mais interessantes e competitivos. “Por exemplo, temos aqui no nosso campus a IBM, que emprega mais de 450 trabalhadores, e a IBM vem contratar às nossas escolas.” A forte taxa de empregabilidade e a importância da internacionalização são alguns dos campos em que o IPT procura apostar para os seus estudantes. Para terminar, desejou “felicidades para as vossas escolhas e para a vossa vida futura”.
Já Félix Pinéu, Administrador da Forum Estudante, afirmou que “queremos que estes participantes possam embarcar nesta viagem pelo Politécnico de Tomar” e desejou uma ótima semana a todos.
Depois do jantar, houve tempo ainda para um pequeno espetáculo da Tuna Templária, uma das tunas associadas ao Politécnico de Tomar. Entre modas e serenatas, incluindo a serenata “Capas Traçadas” dedicada a Tânia Matos, do Gabinete de Comunicação do IPT. As palmas não faltaram, tanto durante as músicas mais mexidas como principalmente no final da atuação.
A Tuna Templária foi fundada em maio de 2000, evoluindo a partir de um grupo de serenatas que juntou vários amigos estudantes em Tomar. O Festival Templário, que organizam, já conta 20 edições e é um marco na vida cultural da cidade. Como afirmaram, “entrar no ensino superior e só fazer o curso é pouco”, relembrando a importância de diferentes experiências, até para enriquecimento do currículo.
Abrantes
Às portas do Museu Ibérico de Arqueologia e Arte de Abrantes (MIAA), quem recebeu os participantes da Tomar Emotional Academy foi o presidente deste município, Manuel Jorge Valamatos. “Sejam muito bem-vindos a Abrantes!”, começou por dizer, antes de descrever a importância deste museu, que foi considerado “o melhor museu do País em 2023”, esperando que “este seja o exemplo do que é o nosso concelho e a nossa cidade”.
A visita ao MIAA foi conduzida por Natércia Lopes, Paula Dias e Francisco Lopes, em dois grupos que fizeram percursos cronológicos diferentes. Este Museu está instalado no antigo Convento de São Domingos, que foi anteriormente quartel, escola, arquivo, creche e biblioteca, tendo sofrido diversas alterações arquitetónicas.
Natércia Lopes começou por apresentar a imponente estátua romana que abre a exposição permanente: “atesta a importância histórica de Abrantes, situada junto ao Tejo, um rio navegável que era a principal via de comunicação”.
A visita transportou os nossos jovens desde a Pré-História até ao século XXI, passando por objetos descobertos no concelho até obras de arte produzidas por abrantinos, incluindo a Coleção Maria Lucília Moita (1928–2011). Esta artista plástica e poetisa, ao longo de seis décadas, acompanhou e protagonizou o desenrolar da pintura em Portugal, desde o naturalismo até ao abstracionismo multifacetado, e deixou a sua marca em Abrantes, como este Museu bem demonstra.
Para Daniela Lobo, aluna do 11º ano, o prato forte foi a Sala do Tesouro, onde ficou impressionada com os objetos em ouro que, “depois de tantos anos, continuam bem conservados”. Apaixonada por História da Arte, Daniela “gostaria de trabalhar num museu”. Esta visita foi, portanto, uma forte ajuda e uma inspiração para o seu futuro.
Marta Sampaio, da Câmara Municipal de Abrantes, conduziu de seguida o grupo, pelas ruas e vielas do centro histórico da cidade, até ao Castelo e Fortaleza de Abrantes. “Vamos descobrir alguns recantos do nosso centro histórico de Abrantes”, explicou pelo percurso. A localização estratégica de Abrantes, importante bastião da defesa da linha do Tejo ao longo da história, ficou bem demonstrada com a vista panorâmica da torre de menagem do Castelo.
Do Jardim do Castelo, depois de apreciar as fragâncias das diversas plantas aromáticas, foi possível vislumbrar também o “coração” da cidade, que, de acordo com Marta Sampaio, “vai mudando de cor consoante as estações do ano”.
Do topo da colina até ao fundo do vale, a Tomar Emotional Academy dirigiu-se ao TAGUSVALLEY – Parque de Ciência e Tecnologia, para ficar a conhecer este centro de inovação. O seu diretor executivo, Pedro Saraiva, declarou que “o objetivo é apresentar os projetos aqui instalados”, depois de dar as boas-vindas a todos os participantes.
A visita guiada aos diversos edifícios começou com Homero Cardoso, coordenador do projeto INOV.CODE, que sublinhou que o propósito daquele centro é o de “dinamizar o território, quer do ponto de vista empresarial, quer do ponto de vista da educação”. Aproveitou também para mostrar um mural de Violante, que representa Stephen Hawking: “todas as fórmulas que vemos aqui são mesmo do cientista”.
Duarte Gaspar, técnico laboratorial de Engenharia Mecânica, conduziu, por sua vez, a visita ao line.ipt, o Laboratório de Inovação Industrial e Empresarial, apresentando “os vários laboratórios e alguns projetos em desenvolvimento”. Os laboratórios permitem que os alunos do Politécnico de Tomar aprendam fazendo, aplicando as técnicas e os ensinamentos apreendidos em ambiente de aula. Um exemplo dado por Duarte Gaspar foi o de alunos de Manutenção de Sistemas Mecatrónicos, que “transformaram uma bicicleta convencional em elétrica” e que facilmente pode ser reconvertida em convencional.
O professor João Luz, no estúdio utilizado pelos alunos da área de Comunicação, acompanhou os nossos jovens na criação de um remake de um videoclipe, neste caso da música Smells Like Teen Spirit dos Nirvana. Como explicou, “não temos muito tempo, mas isso até é muito realista”, por ser uma área em que se trabalha com prazos apertados. Este é um dos exercícios habituais nos cursos do Politécnico de Tomar que passam por aquele espaço, cuja relevância é ser “um espaço laboratorial por excelência, para perceber como é que trabalham os profissionais”.
De regresso a Tomar, e já depois do jantar, teve lugar a noite de cinema, com a visualização do filme Invictus (2009), do realizador Clint Eastwood. No final, houve pipocas e tudo!