#1 Mapa
O GPS chegou, olhou para os mapas que os pais deste mundo guardavam nos porta-luvas dos carros e disse: “tirem umas férias”. Desde aí, é raro voltar a presenciar aquele momento em que o “co-piloto” desdobrava folhas e mais folhas e punha o indicador a fazer quilómetros, em busca do quadrado certo de papel. Os mapas até continuam espalhados por aí, prontos a entrar em ação. Mas a humanidade decidiu que é mais fácil seguir a voz metálica das aplicações. Os mapas, esses, continuarão em gavetas sombrias e caixotes bolorentos, sempre disponíveis a orientar quem precise.
#2 Compact Disc
700 Megabytes. O número faiscava na superfície do CD e impressionava. Sobretudo quando comparado com os pobres 1,4 Megabytes da disquete. E os CD’s tiveram o seu reinado, de facto, durante algum tempo. Giraram em milhões de leitores e levaram com milhões de “bafos de limpeza”. Nem sequer com a chegada do DVD se renderam. Só mesmo as pens e as clouds é que o reduziram ao mundo da música e ao retrovisor de carros de gente com gosto duvidoso na decoração. E a bases de copos, conta-se por aí.
#3 Enciclopédia
Por vezes, pode não parecer, mas o Mundo já existia antes do Google. E as pessoas já tinham de escrever relatórios, pesquisar informação e fazer mais sabe-se lá o quê. À falta de um motor de busca, só restava mesmo procurar por ordem alfabética a palavra do nosso interesse. A diferença é que, em vez de três mil milhões de biliões de resultados, aparecia um. E uma imagem, se fosses um felizardo. Contudo, já havia a opção “sinto-me com sorte”. Para abrir uma página “ao calhas”, atirava-se o volume ao ar. Depois, era só esperar ter a sorte de ele não cair na cabeça de ninguém.
#4 Cabine Telefónica
Passamos por elas e nem nos apercebemos. As cabines telefónicas lá continuam, muitas vezes com direito a lista telefónica e a uma entrada para uns cartões que ninguém sabe muito bem quais são. Hoje em dia, para que usemos uma cabine telefónica, é preciso que aconteçam três coisas ao mesmo tempo: temos de estar sozinhos, sem bateria e saber o número para o qual queremos ligar. De resto, só mesmo se precisarmos de vestir a nossa fatiota de super-herói discretamente.
#5 Calendário
Antes de todos os ecrãs luminoso incluírem a totalidade das datas até ao ano de 3737, havia mais uma presença nas paredes lá de casa. O calendário era trocado a cada dia 31 de dezembro e, mensalmente, obrigava a arrancar mais uma folha. No início de cada ano, assinalavam-se as datas especiais, como aniversários ou casamentos – uma argolinha colorida à volta do dia fazia milagres. O PDA abriu caminho à mudança e, mais tarde, o computador e o telemóvel destruíram definitivamente o reinado do calendário. Hoje em dia, reza a lenda, esta peça de museu pode ser encontrada em oficinas de mecânica e cafés de beira da estrada. A não perder.