Sinergias e parcerias. Duas palavras, uma mais rebuscada do que outra, mas que servem de igual forma para descrever aquele que é o espírito que cada vez mais carateriza a dinâmica no Ensino Superior em Portugal. É também na área da investigação que essa energia se faz sentir e o Politécnico de Tomar não foge à regra. O primeiro exemplo prova-o.
A valorização das Geociências
Começamos esta rápida ronda pelo mundo da Investigação no Politécnico de Tomar com o Centro de Geociências, o CGeo. Dizer que este primeiro exemplo é uma boa amostra do estabelecer de parcerias entre diferentes instituições não é apenas conversa de circunstância. Vejamos: são parceiros neste projeto, para lá do Politécnico de Tomar, a Universidade de Coimbra, a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro ou ainda o Instituto de Memória.
O Centro aposta “na identificação, transformação e utilização de matérias-primas geológicas, no âmbito da sustentabilidade”, procurando apresentar um forte contributo para a discussão de temas tão relevantes como a coesão territorial ou a necessidade de racionalização de recursos, sempre com um olho na internacionalização do projeto. A título de exemplo, o CGeo já participou em projetos de ordem internacional em países da Europa, África, América ou até Ásia.
“O CGeo promove pesquisas que contribuam para o entendimento da natureza, de um ponto de vista multidisciplinar”, procura explicar a equipa do centro. A olhar para os últimos cinco anos, percebemos que estamos na presença de um trabalho já extenso e muito variado. Por cá, no ramo da Geologia Sedimentar e Paleontologia, o projeto propôs-se assumir, entre outros, o desafio de continuar a identificar as assembleias fósseis de dinossauro. É um trabalho vasto, que ganha corpo através de uma série de laboratórios como o Laboratório de Arte Rupestre, o Laboratório de Arqueologia e Conservação do Património Subaquático ou o Museu de Arte Pré-Histórica.
Conhece mais a fundo o trabalho já desenvolvido pelo Centro neste link.
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O Politécnico de Tomar quer ajudar a tornar as nossas cidades mais inteligentes
O centro de qualquer cidade é um local onde tudo acontece. Muitas pessoas têm neste espaço o seu local predileto para trabalhar, muitas empresas resistem ainda a sair do centro da agitação e o comércio vê nestes sítios o local certo para estar perto das pessoas e continuar a fazer negócio. O futuro das cidades é incerto, mas é quase 100% seguro afirmar que a tendência é para que se tornem mais inteligentes e ainda mais próximas, seguindo conceitos como o das “Cidades de 15 minutos”, que almeja que todos os serviços essenciais estejam à distância de 15 minutos, sem necessidade de utilização do automóvel.
Ao ter o Ci2, um Centro de Investigação em Cidades Inteligentes, o Politécnico de Tomar mostra estar atento ao tema. Com membros de áreas como a Engenharia Eletrotécnica e Eletrónica, a Matemática Aplicada ou as Ciências Informáticas, este grupo de trabalho, tendo sempre em mente os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável elencados pela ONU, procura testar e criar conhecimento que possa tornar as cidades e os seus ambientes o mais sustentável possível. Entre os objetivos principais apresentados pelo Centro há a sublinhar o de “promover a inovação, facilitar a disseminação do conhecimento científico e tecnológico em estreita colaboração com a rede empresarial e social, contribuir para a formação avançada e colaborar em estratégias de desenvolvimento regional, nacional e internacional”.
Também aqui as sinergias têm eco no trabalho que é desenvolvido no dia-a-dia desta organização.Contam-se as ligações ao Institute For Systems and Robotics do Instituto Superior Técnico, o INESC-TEC, e até, fora de portas, a centros e institutos, nomeadamente da Irlanda. Em termos empresariais, a ligação é fundamental para os projetos e as ideias chegarem a bom porto. Por isso, a “Unidade Ci2 beneficia das relações privilegiadas entre o Instituto Politécnico de Tomar e empresas que desempenham um papel importante na implantação prática de soluções para cidades inteligentes, como as empresas portuguesas Compta, Critical Software e Sketchpixel e a multinacional IBM”, como destaca o Centro de Investigação em Cidades Inteligentes no seu portal online.
Explora com mais detalhe o trabalho desenvolvido por este Centro aqui.
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A proteção e valorização do património
Como cidade de um riquíssimo legado natural e cultural, e sendo o Politécnico de Tomar uma instituição que aposta na formação e investigação, passar ao lado do património seria tarefa quase impossível. São disso exemplo as licenciaturas em Turismo e Gestão do Património Cultural e em Conservação e Restauro. Mas essa aposta também tem eco na investigação, por via do Centro de Tecnologia, Restauro e Valorização das Artes, o TECHN&ART.
Mais uma vez, falamos de um projeto que tem o objetivo de ter um plano de ação abrangente e sustentável, com a missão de desenvolver “estratégias e metodologias de investigação no âmbito da Salvaguarda e da Valorização do património artístico e cultural, nas suas diversas formas de expressão, numa abordagem que se pretende sustentável, holística e transdisciplinar, com o propósito de ligar o presente ao passado”.
Com uma equipa de trabalho que ronda as 70 pessoas, o TECHN&ART, para além de querer dar voz e valorizar o património da cidade onde se encontra inserido, quer ainda apostar na divulgação da pesquisa e construção do conhecimento científico de qualidade que é feito por parte dos seus investigadores, que merece ser louvado, dado a conhecer e posto em prática. Contam-se quase 20 projetos entre o leque de propostas que têm o financiamento do centro, mas destacamos dois que podem ajudar a aguçar a curiosidade. Primeiro: falamos de cultura e tradições. É sabido que a Festa dos Tabuleiros é um dos marcos da vida cultural da cidade de Tomar que, de quatro em quatro anos, enche as ruas de cortejos e animação. Com o projeto “A Festa dos Tabuleiros, o Património Cultural e a Comunidade”, o centro assume o compromisso de contribuir para o estudo, valorização e preservação de um acontecimento tão marcante como este na vida da cidade ribatejana. Num segundo exemplo, falamos de turismo. Com uma forte presença ribeirinha, o turismo náutico assume um papel de relevo na economia local. É por isso que, por via do projeto “Gestão sustentável da água na estratégia do turismo náutico do Médio Tejo”, o centro mostra estar interessado no impacto que este setor tem na economia e na vivência da cidade.
Apresentámos-te apenas dois exemplos. Podes conhecer mais projetos que têm vindo a ser desenvolvidos pelo Centro aqui.
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A parceria com a UNESCO
Este artigo não poderia terminar sem uma referência à Cátedra de Humanidades e Gestão Cultural Integrada do Território, resultado de uma parceria com a UNESCO, na qual o Politécnico de Tomar assegura a coordenação da Cátedra. Alicerçada no campo das Ciências Humanas, com o foco na Sustentabilidade e nas Paisagens Culturais, estamos perante um plano que têm quatro grandes âncoras, como define o seu coordenador, Luiz Oosterbeek: a “educação e formação”, a “reconstrução da matriz sociocultural”; o “envolvimento dos stakeholders” e a “comunicação”.
No fundo, este é um projeto do Politécnico de Tomar e, especificamente, da vila de Mação para Portugal e o mundo. À escala global há a apontar um conjunto de 16 parcerias com Universidades e Centros de Pesquisa pelo mundo fora, da China ao Brasil. Mas as ligações com outras entidades também se fazem sentir à escala mais local e regional, nomeadamente com o Estado de Goiás, no Brasil, ou o município de Ribeira Grande, em Cabo Verde.
Mas desse encontro saiu ainda uma outra vontade: acabar com a distinção (e até preconceito) que ainda existe entre o mundo das Humanidades e o das Ciências e Tecnologias, algo que, em grande medida, também foi potenciado pelos próprios moldes em que o Ensino Superior está organizado. De mais uma dúvida e constatação saiu mais uma vitória. Desta feita da Conferência Europeia das Humanidades, com organização da UNESCO, a Fundação para a Ciência e a Tecnologia e outras entidades, que teve lugar este ano em Lisboa, no âmbito da Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia. Foi aprovado “o princípio de que todos os cursos de Ensino Superior até ao doutoramento devem ter uma unidade curricular de integração entre Ciências e Humanidades”.
Luiz Oosterbeek reconhecia-o em maio, num artigo assinado no jornal regional O Mirante: “A missão é grande e ambiciosa, mas a rede é igualmente forte, flexível e resiliente. Da sua capacidade de interação com as comunidades nos diversos países depende, no essencial, o sucesso desta missão”. E que futuro pode ser esperado? Podes encontrar algumas pistas aqui.
Pedra a pedra, esta Cátedra parece estar a fazer o seu caminho. O mesmo acontece com os três centros de investigação que apresentámos ao longo deste artigo. Um novo ano letivo é altura de novos desafios e será, neste caso, certamente sinónimo de novos projetos.