Em 2020, celebra-se o centenário do nascimento de Federico Fellini, em Rimini, Itália. Ao longo do ano, por todo o país, uma série de eventos vão permitir "lembrar, conhecer e redescobrir a multifacetada obra do cineasta" italiano, sublinha a distribuidora Alambique, em comunicado. A iniciativa tem o nome Movimento Fellini 100 e parte da Festa do Cinema Italiano.
Um concerto, uma retrospetiva integral e um "cine-jantar" são alguns dos exempos de iniativas incluídas no programa de celebração. De igual forma, em conjunto com a Alambique e a Risi Film, a Festa do Cinema Italiano irá repor seis das principais obras, durante os meses de abril e maio, no âmbito do ciclo "Essencial Fellini".
La Dolce Vita (2 de abril), Julieta dos Espíritos (16 de abril), A Estrada (23 de abril), Os Inúteis (30 de abril), 8 1/2 (7 de maio), A Voz da Lua (14 de maio) serão as obras repostas nos cinemas portugueses. A organização dá-te a conhecer um pouco mais sobre cada uma destas películas emblemáticas.
La Dolce Vita (2 de abril), Julieta dos Espíritos (16 de abril), A Estrada (23 de abril),
Os Inúteis (30 de abril), 8 1/2 (7 de maio), A Voz da Lua (14 de maio) serão as obras repostas.
La Dolce Vita (1960)
Maior sucesso do cineasta italiano, La Dolce Vita representa um olhar à cultura do estrelato. O protagonista Marcello Rubini (Marcello Mastroianni) procura alcançar o estilo de vida sedutor das celebridades que se exibem em Roma. Na qualidade de jornalista de mexericos, Marcello explora as periferias dos holofotes. O filme será sempre associado à imagem icónica da sueca Anita Ekberg na Fontana di Trevi.
Julieta dos Espíritos (1963)
Giulietta (Giulietta Masina, esposa de Fellini) suspeita da infidelidade do marido. A partir daí, entra numa jornada surreal de autodescoberta, repleta de sonhos selvagens e fantasias encantatórias que envolvem Suzy, a sua vizinha sexualmente emancipada, e seu estilo de vida glamouroso dos anos 1960. Julieta dos Espíritos é considerado o "reverso feminino do 'eu' masculino de Fellini 8 1/2".
A Estrada (1954)
Tal como em Julieta dos Espíritos, Fellini dirige a sua esposa Giulietta Masina, no papel de Gelsomina, em A Estrada. Figura frágil e ingénua num mundo sem amor, Gelsomina é vendida pela mãe a Zampanò (Anthony Quinn), um saltimbanco forte e bruto que a leva para trabalhar com ele na sua vida de estrada, dando-lhe um número burlesco. Quando este encontra um velho rival, o artista que dá pela alcunha de “O Louco” (Richard Basehart), a fúria do homem musculado é provocada até ao ponto de rutura. A Estrada venceu o Óscar de Melhor de Filme Estrangeiro.
Os Inúteis (1953)
Os Inúteis (Il Vitelloni) conta a história de cinco jovens que permanecem num limbo pós-adolescente, sonhando com aventuras e o dia em que deixam para trás a pequena cidade costeira onde vivem. Como quem tenta encontrar um sentido na vida provinciana, preenchem o vazio dos dias com namoricos e farras, às custas das suas famílias indulgentes. Um dia, um deles decide largar tudo e apanha o comboio para Roma… Esta é a primeira obra semiautobiográfica de Fellini, tendo alcançado, pela primeira vez, sucesso internacional: venceu o Leão de Prata no Festival de Veneza e a nomeação para o Óscar de Melhor Argumento Original.
Fellini 8 1/2 (1953)
Um dos grandes clássicos de Fellini e do cinema italiano, 8 1/2 (Otto e Mezzo) mostra-nos Guido Anselmi (Marcello Mastroianni), alter ego de Fellini, um realizador que atravessa uma crise de inspiração. Durante a estadia numas termas, todos os seus fantasmas lhe aparecem, como que em sonhos, misturados com as pessoas reais que frequentam o local ou que o vêm visitar: familiares, atores, produtores e até críticos. No final, uma crise criativa é o ponto de partida para a criação de um épico do cinema. O título "Oito e meio" é uma referência ao número de filmes que Fellini tinha realizado até então.
A Voz da Lua (1953)
Fellini morreu em 1993 e A Voz da Lua é o seu último filme que, contudo, anuncia muito do que aconteceu e continua a acontecer na Europa. Ivo Salvini (Roberto Benigni) é um lunático visionário que se delicia com a vida provinciana e ama desmesuradamente Aldina (Nadia Ottaviani). O derradeiro filme de Fellini é um angustiado retrato do louco e do moderno.